Chapter Nine - Comings and Goings + Divulgação

     O desespero começou a se espalhar. Tentava pensar que era uma brincadeira, mas sabia que era real. Além disso, seus pais e seus irmãos nunca brincariam com um assunto desses.

Joe: Por favor, digam que isso não é verdade!

Paul: É sim, filho. Sinto muito. Estamos indo agora para o hospital. Acho melhor você ficar e...

Joe: Não. Eu vou junto.

Kevin: Então vamos. O doutor disse que queria falar conosco.

     E assim seguiram para o hospital. Assim que chegaram foram recepcionados por um homem que aparentava ter uns cinquenta anos. Era o médico que os informaria sobre Demi.

Paul: O que aconteceu com ela doutor? Foi muito grave?

Doutor: Receio que sim. Foi um grave acidente. O caminhão em que ela bateu estava em alta velocidade e ela não usava o cinto de segurança. Neste momento ela se encontra na UTI. Durante o acidente a Srta. Lovato bateu com a cabeça, o que causou um traumatismo craniano.

Denise: Não doutor! _ chorando _

Doutor: Sinto muito. A única chance que teremos de salvá-la será fazendo uma cirurgia imediatamente. Já começaram os preparativos. Agora, com licença, vou ajudar na cirurgia. Será um procedimento complicado. _ saiu _

     Todos estavam chocados. Não sabiam que havia sido assim tão grave.

     Denise chorava ao lado de Paul. Estavam sentados no sofá da recepção. Nick e Delta, que também estavam no sofá, seguravam-se para não chorar. Kevin e Dani estavam em pé, muito preocupados. Mas e Joe? Bom... Joe estava sentado no chão com a cabeça entre as mãos. Com certeza era o mais triste ali.

     Não queria chorar, mas algumas lágrimas saíam sem sua permissão. Todas elas de dor, tristeza e culpa. Sentia-se culpado. Não a duvidas de que fora sua culpa, pelo menos pelo seu ponto de vista.

     Todos continuaram assim por horas e horas. Não sabiam o que iria acontecer. Tudo o que sabiam era que a cirurgia era complicada e poderia não dar certo.

     A cirurgia durou cerca de onze horas. Todos estavam exaustos, mas recusavam-se a ir embora, principalmente Joe. Ele não queria ir a nenhum lugar e não falava com ninguém, só pensava em Demi.

Doutor: Com licença. _ o doutor falou chamando a atenção de todos que logo se levantaram _ Terminamos a cirurgia. Ela foi um sucesso, mas não depende só disso para a Srta. Lovato estar totalmente bem.

Denise: Depende do que, doutor?

Doutor: Depende de como ela reagirá agora. Haviam três hipóteses sobre o que aconteceria depois da cirurgia. A primeira era que ela não aguentaria e chegaria a falecer, o que felizmente não aconteceu. A segunda era que ela acordaria depois do procedimento da cirurgia, o que infelizmente não aconteceu. A hipótese que sobrou foi a de que a Srta. Lovato continua viva, mas não acorda, ou seja, está em coma. Isto geralmente acontece com pessoas que sofrem traumatismo craniano, mas estou particularmente preocupado com a paciente, pois seu acidente foi um tanto grave.

Paul: Mas ela acordará desse coma?

Doutor: Eu não posso dizer que sim, mas também não posso dizer que não. Este caso é um tanto delicado demais. Não sabemos se ela acordará logo ou demorará a acordar. Na verdade nem sabemos se ela irá realmente acordar.

Kevin: Não a nada que o senhor possa fazer, doutor?

Doutor: Infelizmente não. Fizemos tudo o que podíamos. Agora temos que deixá-la conectada aos aparelhos e rezar por um milagre.

Paul: Obrigado por tudo que fez doutor.

Doutor: Não há de que.

Denise: Podemos vê-la?

Doutor: Amanhã à tarde poderão. Agora estamos tirando todos os objetos utilizados para a cirurgia e a tirando do centro cirúrgico, levando-a para um quarto individual. Seria melhor esperarem. Vão para casa, descansem e voltem amanhã.

Denise: Tudo bem. Obrigada.

Doutor: De nada. Até mais. _ falou e retirou-se da recepção _

Paul: Agora vamos para casa. Temos que descansar. Vem Joe, vamos. _ segurou o ombro dele _

Joe: Eu não vou.

Nick: Cara, vamos.

Joe: Não. Não vou sair daqui. Pode acontecer alguma coisa.

Dani: Joe, não irá acontecer nada. Você ouviu o que o médico disse.

Denise: Filho, vamos pra casa. Amanhã nós iremos voltar, eu prometo.

Joe: _ suspira _ Tudo bem.

     E então todos seguiram o caminho rumo a casa. Ninguém se atrevia a falar nada durante o caminho. Estavam abalados e tristes com o acontecimento.

     Assim que chegaram, Joe foi direto para o quarto, sem falar com ninguém. Colocou a calça moletom, pegou novamente a camiseta de Demi e deitou-se na cama para tentar descansar um pouco e ter energias para vê-la amanhã inconsciente em uma maca de hospital.

     No outro dia à tarde, todos já estavam prontos para voltarem ao hospital. Assim que chegaram já foram liberados a entrar no quarto. Joe deixou para entrar sozinho e por ultimo. E assim que todos já foram vê-la, ele entrou.

     Demi estava deitada inconsciente na cama, cheia de aparelhos ligados a ela. O coração de Joe foi cortado com essa cena.

     Ele foi se aproximando lentamente da cama. A cada passo que dava ele podia escutar mais alto o som do aparelho que a mantinha viva.

     Quando chegou a beira da cama, Joe segurou a mão de Demi. Ela estava gelada e pálida, o que preocupou Joe mais ainda.

     Na tentativa de passar um pouco a dor, ele começou a falar com ela, como se ela pudesse ouvir tudo o que ele dizia.

Joe: Oi minha linda. Eu sei que você não pode me ouvir, mas eu preciso falar com você de alguma maneira. Sabe, eu estou muito preocupado com isso que está acontecendo. Outra coisa que eu sei é que é tudo culpa minha. Se eu tivesse pensado antes de falar ou fazer qualquer coisa, você não estaria aqui. Eu peço que me perdoe, por favor. _ suspirou _ Mas quero falar de coisas boas agora. Ontem eu me lembrei de um dia. Do dia em que nos beijamos pela primeira vez sem câmeras, sem amigos e sem ninguém por perto. Foi um momento tão... Mágico. Esse beijo foi um dos motivos que me levaram a descobrir que amava você.  _ sorriu _ Agora me sinto tão sozinho. Sinto que há um buraco em meu peito pelo fato de você não estar podendo me ouvir, falar comigo, me abraçar... Eu faria qualquer coisa para você acordar e estar bem novamente. Por favor, fale comigo! _ suplicou _ Me responda meu amor! _ falou com os olhos marejados _ Por favor... Eu preciso de você. _ sussurrou _

     Joe voltou a chorar, mas desta vez chorou mais forte e visivelmente. Continuou apoiado na cama e segurando a mão de Demi e nem percebeu que Nick havia entrado no quarto.

Nick: Joe, ta tudo bem?

Joe: O que você acha?

Nick: Desculpa cara. Mas o que pretende fazer?

Joe: Com assim?

Nick: Bom, nunca se sabe, mas... Se por acaso acontecer o pior? Não contamos para os pais dela e... _ foi interrompido _

Joe: Por favor, não quero pensar nisso.

Nick: Vai ter que pensar. A família dela tem que saber o que está acontecendo. Vai que a Demi não resiste e acaba falecendo. A Dianna e o Eddie vão enlouquecer, principalmente por termos avisado depois que aconteceu. Não teríamos dado a chance deles se despedirem dela.

Joe: A Demi vai aguentar.

Nick: Nunca se sabe, Joe.

Joe: Eu sei. Sei que ela vai aguentar. A Demi é forte.

Nick: Ele pode até ser, mas nessa circunstancia não. Nem consciente ela está.

Joe: Nick, para.

Nick: Não Joe! Você tem que cair na real! A Demi é frágil, ela não aguentara isso. Sabe o que aconteceu com ela? Ela teve um traumatismo craniano, cara! Como você acha que ela vai sobreviver a isso, hein?!

Joe: Sim, ela vai. Olha, eu vou sim avisar a Dianna e o Eddie, mas desistir da Demi, nunca. Não importa o quão grave seja a situação dela, eu nunca vou desistir da Demi.

Nick: E por quê? Por que não vive sem ela?

Joe: Isso mesmo. Eu não vivo sem ela! _ disse convicto _ E não importa o que você diga, eu vou continuar a acreditar que ela vai sobreviver, porque ela vai mesmo.

Nick: Tudo bem. Mas quando o pior acontecer, não diga que eu não avisei. _ saiu do quarto _

     Joe se sentia pior ainda. Brigar como irmão era a última coisa que queria agora. Parecia que tudo estava dando errado em sua vida.

     Se ele não tivesse tido a brilhante ideia de convidar Demi... Sim, a ideia havia sido dele. Ele quis convidar Demi para ir ao festival e passar a semana com eles. Mas uma parte de si não se arrependia de tê-la convidado.

     Os momentos que tiveram no festival, no passeio a cavalo, na piscina... Todos foram incríveis. Aliás, todos os momentos ao lado de Demi eram incríveis. Por isso estava tão confiante que ela iria sobreviver. Não aguentaria ficar sem ela, e sabia que sua família também não conseguiria.

     Sua família... Tinha que ligar para Dianna. Rapidamente pegou seu celular discou o número da mãe de Demi. Depois de alguns segundos ela atendeu.

Ligação ~~~

Dianna: Olá Joe!

Joe: Como sabia que era eu, Dona Dianna?

Dianna: Sabe Joe, existe identificador de chamadas hoje em dia. _ riu _ Mas então, como estão as coisas? Tentei ligar para Demi, mas ela não atendeu e não retornou depois.

Joe: Bom, é que... _ tentando segurar o choro _

Dianna: Está tudo bem, Joe?

Joe: Na verdade não. A Demi... Ela...

Dianna: O que aconteceu com minha filha? _ apreensiva _

Joe: Dianna, ela... A Demi sofreu um acidente. _ falou chorando _

Dianna: COMO? Joe, diga que isso é brincadeira, por favor...

Joe: Eu queria que fosse, mas não é. Ela sofreu um acidente grave no transito. Ela está no hospital agora, aliás, estou aqui no quarto em que ela se encontra.

Dianna: _ ainda chorando _ Ele está acordada? Posso falar com ela?

Joe: Dianna, ela... Ela está em coma. Operaram ela ontem e até agora ela não acordou. _ continuou a chorar _

Dianna: Operaram? Não, não, não... Se fizeram isso foi muito grave. Conte-me o que aconteceu, Joe, cada detalhe.

Joe: Ela... Ela sofreu um traumatismo craniano. _ pode ouvir Dianna quase gritar de tristeza do outro lado da linha _ Os médicos a operaram ontem e ocorreu tudo normalmente, mas ela não acordou depois disso. O doutor disse que ela ainda tem chance de sobreviver, que ela pode acorda a qualquer momento, mas disse também que ela pode, de uma hora para outra, parar de responder e chegar a... Falecer.

Dianna: Não! _ gritou em desespero _ Diga-me o hospital em que estão. Vou agora mesmo para aí.

Joe: Dianna, não acho uma boa ideia.

Dianna: COMO NÃO?! Minha filha está quase morrendo! Eu preciso vê-la imediatamente!

Joe: Eu entendo, mas isso só fará a senhora ficar pior. E também há Maddie e Dallas. Maddie ficará arrasada. Não será bom para ela ver a irmã deste jeito.

Dianna: Você tem razão por este lado, mas eu preciso ver minha filha.

Joe: Por que não fazemos assim: A senhora vem amanhã para cá, mas sozinha. Seria melhor Maddie não saber, ela é pequena demais para lidar com uma situação dessa.

Dianna: Okay. Vou estar ai amanhã. E Joe...

Joe: Sim?

Dianna: Cuide da minha filha, por favor.

Joe: Não vou sair do lado dela.

Dianna: Obrigada. _ sorriu por entre algumas lágrimas que ainda caiam _ Você é um ótimo rapaz, pena que não deu certo entre você e a Demi.

Joe: É... _ sua voz entristeceu mais ainda _

Dianna: Saiba que ela te ama muito. Tchau. _ falou e desligou o telefone _

Fim da Ligação ~~~

     Ela o amava muito. Sim, mas Dianna se esqueceu de dizer que ela o amava apenas como amigo, como um bom amigo.

     Voltou a se apoiar na cama e segurar a mão de Demi. Elevou um pouco a mão e a beijou, sentindo a frieza em seus lábios.

Joe: Está com frio, princesa? Sua pele está gelada. Mas lembro que você gosta dela assim, pois não fica com muito calor nos dias de sol. Eu também gosto, mas nesta circunstancia nem tanto. _ suspirou _ Lembra dos dias muito calorentos que passávamos juntos? Enchíamos bexigas com água e fazíamos “guerra”. Sempre acabávamos encharcados. Mas posso mudar de assunto agora?  _ beijou mais uma vez a mão delicada e gelada de Demi _ Queria falar de quando terminamos. Saiba que eu não fiz por mal. Eu só achava que se continuássemos, o namoro teria um fim drástico, mas na verdade ele teve um fim drástico por minha causa. Desculpe. Eu nunca quis te fazer sofrer.

    E assim continuou resto do dia “conversando” com Demi. Não sairia dali até que ela acordasse.

     Dianna chegaria amanhã e decidiria o que seria melhor para a filha. Estas férias haviam causados problemas demais, uns até irreversíveis. E se tudo que sonham não puder ser realizado por um simples barulho?

Próximo...

Divulgação:

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