sexta-feira, 26 de abril de 2013

Chapter Seven


         Estávamos voando há horas. Havia um pouco de neblina no céu e, segundo Sol, demoraríamos um pouco mais do que o previsto para chegar a Freetown, capital de Serra Leoa.
          Depois de insistir muito, Matthew dormiu. Não queria colocar ele sozinho num avião, mas ele precisava voltar à Nova York para ficar seguro. Já havia falado com meus pais para o pegarem no aeroporto.
          Meus pais sabiam de tudo que tinha acontecido e estavam arrasados sabendo    que Demi estava desaparecida. Eles a adoram e nunca iriam querer que nada de ruim acontecesse a ela. Falando em sogros...
          O pai de Demi havia me falado barbaridades pelo telefone. Culpava-me pelo desaparecimento de Demi e disse que, se ela não voltasse, entraria na justiça e tiraria a guarda de Matthew de mim, impossibilitando-me de vê-lo.
           Eu já estava arrasado demais e isso me desesperou mais ainda. Não conseguiria viver sem Demi, muito menos sem Matthew. Não importa o que aconteça aqui na África... Meu filho aqueles dois não tiram de mim.
(...)
          Mais horas se passaram e ainda não havíamos chegado a Freetown. Sol disse que demoraríamos um pouco mais para chegar, mas não pensei que fosse tanto tempo. Eu sabia a distancia até lá e já passara mais do que isso.
          Coloque Matt deitado no banco e fui até Sol. Alguma coisa estava errada.
Joe: Ei, Sol. Por que estamos demorando tanto?
Sol: É o que eu também estou tentando descobrir. Estou seguindo na direção certa, mas não chego a lugar nenhum. Talvez a bússola do helicóptero tenha parado de funcionar. E ainda tem essa neblina que não ajuda em nada.
Joe: Tem alguma outra bússola por aqui?
Sol: Acho que tem uma lá atrás, no kit de emergência.
Joe: Vou pegar.
          Fui para a parte de trás do helicóptero e, dentro de um armário, achei uma pequena mala vermelha. Dentro dela havia a bússola, uma lanterna, um isqueiro, um pequeno kit de primeiros socorros, duas garrafas d’água e um pouco de comida. Voltei para perto de Sol com a bússola e voltamos a tentar saber onde estávamos.
Joe: Será que não pegamos a direção errada? _ perguntei incerto _
Sol: Não. Eu fui para a direção certa. Oeste. Tínhamos que voar a oeste, e foi a direção que voei.
Joe: Isso é muito estranho.
          Continuei conversando com Sol até que de repente ele parou de falar. Colocou no piloto automático sem falar nada e ficou estático.
Joe: Sol, o que foi? _ ele não falava nada, mas soltava uns gemidos, aparentemente, de dor _ O que foi? _ então ele tirou sua mão que estava em sua barriga, mostrando uma mancha de sangue _ O que... _ fui interrompido _
Matthew: Papai, o que é aquilo?
          Coloque a mão de Sol novamente em sua barriga, pressionando e fui até a janela do helicóptero, onde Matthew via algo. Olhei para fora e, na terra, vi um jipe andando com vários homens em nossa direção e percebi que todos, menos o motorista, seguravam uma arma em mãos. Estavam se preparando para atirar.
Joe: Deus do céu... Sol! Sol! Sai daí! _ soltei seu cinto e o trouxe para trás do helicóptero, o deitando no chão _ Não pare de pressionar o ferimento! Matt!_ chamei meu filho que ainda observava na janela _ Vem pra cá, filho! Vem!
          Não precisei falar mais nada. Ele veio correndo e se deitou também. Eu podia sentir os tiros que atingiam o metal do helicóptero e os vidros eram quebrados por várias balas.
          O helicóptero começara a balançar. Eu sabia que não teríamos muito tempo no ar. Ele iria cair logo, logo. Olhei para fora com cautela e observei um rio. Era a nossa única chance de escapar.
          Peguei o kit de emergência e coloquei dentro de minha mochila. A coloquei nas costas e segurei a de Matt com um braço. Com este mesmo braço segurei Matthew no colo, ainda deitado, e falei para ele segurar fortemente em mim, que o fez.
          Abri a porta do avião em que as balas não alcançavam e segurei Sol com o meu braço livre. Observei mais uma vez o rio. Estava bem abaixo de nós.
          Sem mais pensar no assunto, me joguei do helicóptero segurando os dois e as duas mochilas. Os homens tentaram atirar em nós, mas, pela velocidade que caíamos, era quase impossível. Até que, por fim, caímos no rio.
           Levou apenas alguns segundos para eu emergir. Ainda segurava Matthew e as mochilas, mas na queda havia soltado Sol sem querer.
          Olhei em volta a procura dos atiradores e nenhum sinal deles. Coloquei Matthew na beira do rio com as mochilas e fui procurar Sol. O achei um pouco distante de onde havíamos caído. Ele estava em estado de semi consciência e respirava com dificuldade, por causa do tiro que havia levado.
          O levei até onde Matt estava e tentei fazê-lo acordar. Sua pulsação estava cada vez mais fraca e sua respiração também. Fiz a massagem cardíaca, mas de nada adiantou. Ele estava indo e não havia nada do que eu poderia fazer.
Joe: Sol, vamos lá cara! Você consegue, não pode ir agora!
Sol: E... Eu espero que con... Consiga achar sua... Sua mulher... _ disse com muita dificuldade _ Ela tem sor... Sorte de ter vo... Você. Nenhum... Nenhum outro faria o que... O que você fez...
Joe: Não fale, vai ser pior pra você.
Sol: Por... Por favor... Diga a minha ma... Mãe que... Que eu... Que eu a amo. _ e, dizendo isso, fechou os olhos _
Joe: Sol! Sol! Droga cara, abra os olhos! _ eu gritava enquanto o chacoalhava _
Matthew: Papai... _ ele choramingou _ Ele vai ficar bem?
Joe: Oh filho... _ o puxei para perto e o abracei _ Ele... Ele agora vai para o céu.
Matthew: Ele vai virar um anjo?
Joe: Sim... Um anjo.
(...)
          Depois da morte de Sol um silencio se formou. Matt somente observava enquanto eu cobria seu corpo com terra e alguma pedras. Era o mínimo que eu poderia fazer a ele, que me ajudou tanto. Se conseguisse salvar Demi, eu iria até a mãe de Sol lhe entregar o recado das últimas palavras do filho.
          Depois de terminar ali fui até minha mochila que estava encharcada. Meu notebook havia pifado. A câmera de Demi e meu celular que são a prova d’água continuaram normais, mas meu celular estava sem sinal, impossibilitando-me de falar com Bill.
          As roupas somente ficaram encharcadas. Objetos de higiene e o kit de emergência haviam sobrevivido. E, é claro, o porta retrato. A foto continuava intacta graças ao vidro que a protegia.
Matthew: Papai, o que vamos fazer agora?
Joe: _suspirei _ Vamos dar um jeito de sair daqui.
Matthew: E a mamãe?
Joe: Vamos encontrá-la também, mas antes temos que saber onde nós estamos.
           Lembrei que Sol havia dito que a direção certa era oeste. Peguei a bússola, que ainda funcionava, e achei o oeste. Guardei minhas coisas de volta na mala e a coloquei nas costas. Coloquei a de Matt nas costas dele também e segurei sua mão, começando a caminhar na direção certa.
(...)
          Pelas minhas contas, ficamos dois dias caminhando debaixo de um sol forte sem muita água. As garrafas d’água e a comida que tinham no kit de emergências eu racionava. Não sabia quanto tempo ficaríamos perdidos.
          Em situações como agora, em que eu achava uma sombra, sentava com Matthew para descansarmos. Não sabia se Matt aguentaria ficar caminhando com essas condições do clima.
Matthew: Papai! _ ele me chamou, me acordando de meus devaneios _
Joe: Sim pequeno. _ falei passando a mão por seu cabelo. Lindo cabelo. Igual ao da mãe _
Matthew: Eu tive um sonho esta noite.
Joe: Com o que você sonhou?
Matthew: Comigo, com você e com a mamãe. A gente tava em casa de volta. E a mamãe tava segurando um bebezinho. Ele era bem pequenininho.
Joe: É um sonho bem legal filho. _ sorri, realmente gostando do sonho dele _
Matthew: Esse sonho vai se realizar?
Joe: Vai sim. Com certeza vai.
Matthew: Eu to com sono agora. _ esfregou os olhinhos _
Joe: Ih, campeão, a gente precisa voltar a andar.
Matthew: Mas eu to com sono.
Joe: Então tá. Espera um minutinho.
          Levantei-me do chão e limpe minha calça. Tirei minha camiseta e pendurei a mochila em minhas costas, mas em um só braço. Peguei Matthew, que já estava com sua mochila nas costas, no colo e ele deitou a cabeça em meu ombro. Coloquei minha camiseta sobre a cabeça dele, evitando que o sol o incomodasse.
          Assim continuei a caminhar para oeste. Não encontrava nada nem ninguém, mas eu sei que alguma coisa está perto. Mais perto do que eu imagino, e não vai demorar a encontrá-la.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Chapter Six


         Eu me remexia várias vezes na cama do quarto de hotel que havia reservado para dormir esta noite, mas não conseguia nem cochilar. Estava ansioso e desesperado demais para conseguir dormir.
          Sem sono então comecei a relembrar momentos meus com a Demi. Relembrei de uma coversa que tivemos anos atrás, quando ela estava grávida de oito meses do Matthew.
_ Amor, como vamos chamá-lo? _ perguntava ela acariciando seu barrigão de oito meses.
_ Não sei, meu amor. Ainda não tive ideias. _ também acariciei sua barriga. Estávamos sentados em um sofá na varanda de nossa casa olhando para o jardim. Ela sentava de costas para mim, entre minhas pernas _ Não tem nenhuma sugestão?
_ Bom, tenho sim.
_ Qual é? _ beijei seu ombro.
_ Eu gosto do nome Matthew. Sempre gostei na verdade. Sonhava em colocar o nome de um filho meu assim.
_ Então seu sonho será realizado. Nosso filho se chamará Matthew.
_ Jura? _ sorriu.
_ Juro, minha linda. _ a beijei _ Esse nome é lindo e tenho certeza que combinará com o nosso bebê. _ sorri e ela também.
_ Ai meu amor, eu estou tão ansiosa com a hora do parto! Vai ser uma experiência e tanto! _ disse sorrindo largamente.
_ Vai querer parto normal? Não doerá mais em você? _ perguntei preocupo, pois sabia que o procedimento do parto normal poderia machucá-la _ Tem certeza que não quer fazer cesariana?
_ Tenho, meu amor. É o nosso primeiro filho, quero que ele nasça de parto normal. Mesmo doendo, quero sentir quando ele estiver saindo de meu ventre para meus braços.
_ Você me impressiona cada dia mais. Tenho certeza que se fosse qualquer outra mulher, escolheria a maneira mais rápida de parto.
_ É que elas querem ter filhos, mas não querem ter dor. Não aceitam que a dor faz parte de uma gravidez. Mas a dor não significa nada, comparada ao momento em que você vê e toca seu filho pela primeira vez. _ ela sorriu olhando sua barriga, enquanto eu a acariciava _ Eu só posso te agradecer por ter me dado um presente maravilhoso como esse, Joe.
_ Você é que está me fazendo feliz, enquanto gera nosso filho no ventre. Minha vida estará completa quando ele estiver finalmente em nossos braços. Eu te amo, meu amor.
_ Eu também te amo minha vida. _ disse e a beijei com todo o amor que pulsava em meu coração.
          Eu sei que ficar tendo estas lembranças pode me fazer mal, mas não me importo. Prefiro me lembrar destas coisas boas do que pensar que eles nunca mais estarão comigo. Que não poderei mais brincar com meu filho e que não poderei mais abraçar minha Demi.
(...)
         Eu já havia ido ao terceiro campo de refugiados. Nada deles lá também. Minha esperança já estava se esvaindo, mas continuei confiante.
Joe: Sol, vamos seguir para Serra Leoa agora.
Sol: Ué, você não queria ir nos campos de refugiados?
Joe: Eu já fui em todos eles, e nada de minha esposa e meu filho lá.
Sol: Ainda tem mais um. Não é bem um campo de refugiados, mas algumas pessoas vão lá para ter abrigo enquanto não são encontradas.
Joe: Tem certeza?
Sol: Absoluta.
Joe: Então me leve lá.
          Ele assentiu e colocou o helicóptero ara decolar. Fora mais ou menos uma hora de viagem até que chegamos ao tal campo. Era como se fosse uma pequena vila com algumas casas e pessoas, não muitas.
Sol: Chegamos.
Joe: Eu vou lá. Me espere aqui.
          Saí do helicóptero um tanto apressado e fui até a pequena vila. Uma mulher que aparentava ter uns cinquenta anos me viu e veio até mim.
Xxx: O que quer?
Joe: Estou procurando minha mulher e meu filho. Talvez eles possam estar aí.
Xxx: Me acompanhe.
          Começamos a andar por dentro da vila e eu olhava para todos os lados, a procura dos dois. Mas nem um sinal deles por enquanto. Quando estava quase desistindo e indo embora, ouço um grito.
Xxx: PAPAI!
          Virei-me para traz e vi Matthew correndo até mim. Lágrimas começaram a sair de meus olhos e me abaixei, pegando-o em meus braços e o abraçando com força. Senti tanta saudade do meu pequeno.
Joe: Filho...
Matthew: Papai, eu senti sua falta!
Joe: Eu também filho, muita. _ olhei para seu rostinho _ Onde está a mamãe? Ela está com você? Vocês estão bem? _ lágrimas começaram a sair de seus olhinhos _ Não...
Matthew: Eu não sei onde ta a mamãe, papai. Eu to com saudade dela... _ me abraçou novamente _
          Levantei-me com ele em meu colo, agradeci à senhora e voltei para o helicóptero, falando a Sol que o destino era Serra Leoa.
          Quando já era tarde da noite Sol pousou o helicóptero em uma pequena cidade do país em que estávamos. Achamos um bom hotel e reservei dois quartos para esta noite. Um para ele e outro para eu e Matthew. Tomamos um banho relaxante e nos deitamos. Eu havia decidido que Matt voltaria para os Estados Unidos e ficaria com os avós enquanto eu não voltava com Demi, e achei justo que ele soubesse.
Joe: Matt...
Matthew: Hum... _ falou um pouco sonolento _
Joe: Você vai voltar para os Estados Unidos ficar com seus avós.
Matthew: Por quê?
Joe: Vai ser muito perigoso. Você vai voltar para Nova York e ficar com seus avós enquanto eu não voltar com sua mãe.
Matthew: Eu quero ficar com você papai! Quero encontrar a mamãe com você!
Joe: Não, Matthew. Você vai com seus avós. Ficará muito mais seguro com eles, longe daqui. Não quero que você se machuque mais. Eu levarei sua mãe de volta.
Matthew: Eu quero encontrar a mamãe com você!
Joe: Ela iria querer que você fosse para casa, e irá. Já está decidido.
          Ele parou de argumentar, mas sabia que Matthew queria muito ficar. Eu não poderia deixá-lo ficar e arriscar quase ser morto novamente. Desde que ele nasceu eu prometi a Demi que o protegeria, e não vou quebrar essa promessa.
(...)
          “ Eu andava sem rumo. Não sabia onde estava e nem conseguia controlar minhas pernas para pararem de andar. De longe enxergava uma casa. Estava de noite e a falta de luz não me permitia enxergá-la direito. Conforme me aproximava conseguia ver melhor algumas coisas. Possivelmente a parte de fora já fora pintada de branco algum dia, mas agora a tinta estava descascada, havia rachaduras nas paredes e plantas cresciam em volta delas. Das poucas e pequenas janelas que ali havia a maioria estava com alguns vidros quebrados e sujos. Caminhando contra minha vontade cheguei a velha porta de madeira entreaberta. Involuntariamente entrei dentro da velha casa e visualizei melhor o interior iluminado apenas pela luz da lua que entrava pelas janelas. Era suja e haviam mobílias velhas, algumas delas quebradas. Haviam vários objetos no chão, mas o que me chamara atenção fora uma voz quase inaudível dizendo “Joe, me ajuda”. A súplica ficava cada vez mais próxima conforme eu adentrava mais no interior da casa. A voz estava fraca, quase irreconhecível e eu não conseguia identificá-la. “Joe, me ajuda!” Um desespero bateu em meu peito e eu não sabia o porque. Cada passo que eu dava era uma agonia para saber de quem era aquela voz, mas eu tinha um pressentimento. Uma vozinha no fundo da minha cabeça me dizia de quem era a súplica, mas eu não queria acreditar. Chegando perto de outra porta velha de madeira, eu sabia que era ali que a pessoa estava. Estava abrindo a porta, quase vendo o dono da voz...”
          Acordei assustado. Este sonho, ou pesadelo, tanto faz, me deixou intrigado. Lá eu queria negar, mas sabia muito bem de quem era a voz. A voz angelical de minha doce Demi estava fraca e ela implorava por ajuda. Pela minha ajuda.
          Olhei no relógio e vi que ele marcava oito da manhã. Tomei um banho e me vesti com uma calça jeans azul, uma blusa cinza clara de gola V e um tênis azul escuro. Acordei Matthew e dei banho nele também, colocando nele uma bermuda xadrez, uma camiseta branca e um all star. Havia comprado roupas novas para ele quando chegamos a cidade.
          Descemos para o salão do hotel onde era servido o café da manhã e encontramos Sol já tomando o seu. Nos servimos e sentamos junto com ele.
Joe: Sol, iremos terminar o café da manhã e sair.Quero o quanto antes chegar a Serra Leoa, mas antes precisamos passar em algum aeroporto. _ disse bebendo um gole do meu café _
Sol: Aeroporto por quê?
Joe: Mandarei Matthew de volta para casa em um avião para Nova York Não o quero aqui enquanto procuro minha esposa. É arriscado demais.
Matthew: Mas papai, eu quero te ajudar a procurar a mamãe! _ protestou novamente, tomando seu achocolatado _
Joe: Filho, eu já te disse, é muito perigoso. Você vai ficar com seus avós. Assim saberei que está seguro e não terei que me preocupar.
Matthew: Isso não é justo!  _ cruzou os bracinhos e fez bico _
Sol: Mas hein, por que quis vir procurar sua mulher? Poderia ter deixado as autoridades fazerem isso.
Joe: Fui eu quem a trouxe para este continente. Não me perdoaria se não fosse eu a procurá-la e salvá-la.
Sol: Como ela é?
Joe: Incrível... _ deixei escapar um sorriso enquanto falava _ Inteligente, carinhosa, bonita... A mulher mais linda do mundo. _ peguei uma foto dela que estava em minha carteira _ Esta é ela. _ mostrei a ele _
Sol: Nossa cara! Ela é muito gos... _ o olhei feio _ Bonita. Muito bonita.
Joe: Sim, ela é. _ guardei a foto _
Sol: Coitada dela eu está nas mãos da F. R. U.
Joe: Ela está bem, e sinto isso.
Sol:Bem até agora. Já ouvi histórias de mulheres pegas pela F. R. U. Foi horrível, cara! Dizem que primeiro as fazem trabalhar feito escravas. E, depois que as estupram, jogam numa sala e dão vários tiros na barriga e as deixam agonizando até a morte.
Joe: O quê?!
          Eu fiquei desesperado diante da possibilidade de terem feito isso com ela. Se trabalhasse demais, feito uma escrava, poderia perder o bebê. E sobre o estupro... Não consigo imaginar outro homem que não seja eu tocando em Demi, e sei que ela também não. Eu fui o único homem na vida dela e ambos não queríamos que isso mudasse.
          Mas a última coisa que ele disse foi a que mais me preocupou e me desesperou. Imaginar Demi no chão, toda ensanguentada e agonizando me tirava do sério e ao mesmo tempo me fazia querer chorar de tanto desgosto e tristeza. Eu nunca iria suportar uma coisa dessas.
Joe: Sol, vamos.
Sol: Como?
Joe: Temos que decolar agora. Vamos.
          Voltei para o quarto e peguei minha mochila com minhas coisas e uma outra mochila que havia comprado para colocar as coisas de Matt. Voltei a recepção e Sol já nos esperava lá. Paguei a conta e fomos para o helicóptero, mas antes Sol me falou.
Sol: O aeroporto mais próximo e mais seguro fica na capital de Serra Leoa. Se quiser que o garoto pegue o avião teremos que ir até lá.
Joe: Não, tudo bem. Podemos ir.
          Ele colocou o helicóptero para decolar e logo saímos daquela cidadezinha, a caminho de Serra Leoa. Matthew estava abraçado a mim. Eu sentia que ele estava com medo de toda essa situação, mas não sabia como  acalmá-lo, pois não conseguia acalmar a mim mesmo.
Joe: Calma, garotão. _ sussurrei _ A mamãe vai voltar pra gente. _ o tranquilizei _ Não se preocupe.
Matthew: Eu quero a mamãe aqui com a gente, papai! _ choramingou _
Joe: Ela estará. É só uma questão de tempo até que tudo se resolva e volte a ser como antes.
          Então tentei tranquilizar a mim mesmo, lembrando-me de coisas boas, como o dia das mães do ano passado em que Matthew, com apenas dois anos, fez uma apresentação na escolinha em homenagem às mães.
_ Ele é muito fofo, não é?  _ Demi disse se referindo a Matt que cantava e dançava desajeitadamente no palco com as outras crianças.
_ Claro, é meu filho! _disse, fazendo-a rir.
_ Você é muito convencido, amor!
_ Você me ama desse jeito.
_ É, eu amo! _ sorriu _ Mas não se ache por isso.
_ Acredite, vou me achar bastante. _ a beijei.
_ Okay,agora vamos prestar atenção o show. Matt é a estrela agora!
          Depois disso voltamos a prestar atenção em Matthew. Quando terminou a apresentação, todas as crianças foram de encontro com suas mães, lhe entregando flores.  Matt deu uma rosa a Demi dizendo “feliz dia das mães”, seguido por um “ eu te amo mamãe” que a fez sorrir radiante enquanto o abraçava.
          Lembranças como essa são o que me fazem continuar tentando em um momento como esse. A pior fase de minha vida, sem dúvidas. Mas sinto que irá passar, de uma forma ou de outra. Sinto que ela estará de volta em meus braços. Minha Demi voltará. Eu tenho certeza.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Chapter Five

Oi, oi gente!!
Então, é o seguinte: quando as primeiras fotos da gravação do clipe de Heart Attack foram divulgadas, eu tve uma ideia para uma mini fic. Eu pretendia postá-la no dia da estréia do clipe, mas infelizmente não consegui terminá-la. Então vou postar mais um capítulo de Diamonds para animar quem gosta de ler ela. E, provavelmente, se eu terminar, posto a mini fic no dia do lançamento do álbum, beleza? Beijos.

Chapter Five

         Depois de um bom tempo ali no chão, levantei-me e, mais uma vez, fui em uma tentativa inútil de achá-los. Percorri desta vez os corredores do prédio. Nada. Voltei a flat e tentei ligar para o celular de Demi, mas ele estava ali mesmo.
          Eu tentava imaginar que eles haviam fugido desse ataque e se escondido em algum lugar, mas ela não deixaria o celular se tivesse fugido. Ela o levaria para poder falar comigo depois.
          Percorri os olhos pela sala e vi a câmera de Demi jogada no chão. Estava ligada. Peguei-a em minhas mãos e vi que ela havia tirado fotos de quem os levou. Estavam tremidas e não muito boas. Ela tirara de qualquer jeito, sabendo que eu voltaria e as veria. Veria quem a tinha levado e ao meu filho.
          O desespero me bateu. Nas fotos estava bem claro que as pessoas que a tinham levado não tinham nenhum cuidado. Puxavam-na pelo cabelo e arrastavam Matthew pela camiseta. O ódio e a raiva prevaleceram neste momento. Liguei para Bill furioso.
_ Olá Joe, algum problema?
_ POR QUE NÃO ME DISSE?
_ Do que está falando Joseph?
_ Há sequestradores aqui! Por que não me disse isso, hein?!
_ Que história é essa de sequestradores, Joseph?
_ Há sequestradores aqui e levaram Demi e Matthew! Levaram eles! _ eu exclamava totalmente irritado.
_ Se acalme, Joe.
_ Como me acalmar? Minha esposa e meu filho foram levados porque você não nos avisou sobre essa merda de sequestradores!
_ Eu não sabia de sequestradores algum. Nunca ninguém me falou que tinha aí. Tom nunca relatou um sequestro enquanto esteve aí.
_ Claro, pois sequestram somente mulheres e crianças! Mas que droga, Bill! Como nunca soube de nada disso?
_ Eu nunca fui para a Cidade do Cabo, nunca soube de nenhum sequestro que tenha acontecido.
_ Quero eles aqui comigo!
_ O melhor que tem a fazer agora é se acalmar, Joe.
_ Não consigo. Só quero eles comigo agora.
_ Não se preocupe, vou mandar um grupo de busca trás deles. Não devem estar longe. Fique calmo, Joe. Mandarei quantos policiais forem preciso para achá-los.
_ Não, eu vou procurá-los. Eu não estava aqui quando eles se foram, é minha a culpa. Vou eu mesmo atrás deles.
_ Eu acho arriscado, mas não irei discutir. Pelo contrário, irei te ajudar. Deixarei um helicóptero a sua disposição, caso precise ir para algum lugar longe. Também cuidarei de todas as despesas. Não se preocupe em poupar dinheiro quando for procurá-los.
_ Obrigado Bill. Está me ajudando muito.
_ É o mínimo que eu poderia fazer. Afinal, fui eu quem te convenceu a levá-los juntos. Mas agora se concentre em achá-los. Se tiver alguma pista, qualquer que seja, mande para mim. Deixarei um detetive trabalhando para te ajudar.
_ Obrigado.
_ Não há de que. Agora vá resgatar sua família.
          Desliguei e saí do flat, voltando ao lugar onde aquele homem estava.
Joe: Você disse que esses homens da F.R.U. sequestram mulheres e crianças. Pra onde as levam?
Xxx: Ninguém sabe ao certo. Eles mudam de local rapidamente, não querendo ser pegos.
Joe: Tem alguma chance deles não terem levado alguém?
Xxx: Poucos. Sempre levam todos. Mas, às vezes, abandonam alguns nas estradas por serem fracos ou deficientes. Alguns deles morrem, outros são resgatados e levados a um campo de refugiados.
Joe: Campo de refugiados... Obrigado.
          Eu já tinha uma pista, mas não era nada certo ainda. Voltei para o flat e peguei meu notebook que estava jogado no quarto. Estranhei eles não terem levado essas coisas, mas ignorei o pensamento.
          Fui para a sala e me sentei no sofá, colocando o notebook na mesinha a minha frente. Pesquisei mais sobre a Frente Revolucionária Unida, mas não encontrei muita coisa. Pesquisei sobre os campos de refugiados e descobri que havia três na África do Sul.
          Informei a Bill e ele me disse que o helicóptero já estava a minha disposição. Era só ir ao heliporto próximo a obra. Peguei uma pequena mala que tinha ali e coloquei coisas necessárias como meu notebook, a câmera de Demi que estava com as fotos, produtos de higiene e algumas roupas.
          Eu estava saindo, mas me lembrei de algo importante que não tinha colocado na mala. Voltei ao quarto e o objeto estava lá, na cabeceira da cama. Um porta retrato com uma foto de Demi e Matthew. Eu levava isso para todo lugar que ia, e agora não seria diferente.
         Fui a caminho do helicóptero e tentei manter a calma, não parecer desesperado e totalmente preocupado.
Xxx: Hey cara! _ falou o piloto assim que eu entrei _ Eu sou o Solomon, mas pode me chamar de Sol!
Joe: Okay Sol. Será que podemos ir rápido? Estou com um pouco de pressa.
Sol: Claro cara! Pra onde quer ir?
Joe: Para o campo de refugiados mais próximo.
Sol: Campo de refugiados? Ih, coisa boa com você não aconteceu. _ disse enquanto fazia o helicóptero decolar _
Joe: Não mesmo.
          O resto da viagem fiquei calado, somente refletindo. Pensando em Demi e em Matthew, em como estariam agora. Se estariam bem. Meu pequeno deveria estar apavorado. Demi não demonstra, mas deve estar morrendo de medo também.
          Mas tinha outra coisa que me preocupava também. Demi estava grávida e qualquer coisa que fizessem com ela poderia significar a perda do bebê. Espantei os pensamentos e ouvi meu celular tocar. Era Bill.
_ Alô.
_ Oi Joe. Tenho umas informações.
_ Algo que possa dizer a localização deles? _ perguntei com um pouco de esperança.
_ Mais ou menos. Descobrimos que a Frente Revolucionária Unida tem uma sede definitiva, mas não fica na África do Sul.
_ Fica aonde?
_ Em Serra Leoa. Ao noroeste do continente. Bem distante de onde você está. _ bufei.
_ Droga. Eu estou no helicóptero agora. Estou seguindo para um campo de refugiados. Um dos habitantes locais me disse que algumas pessoas sequestradas são deixadas nas estradas e podem ser salvas e levadas a um campo de refugiados. Tenho esperança de que um deles, pelo menos, esteja em um dos campos.
_ É uma boa ideia. Tomara que os encontre nesses campos. Não seria nada bom se ainda estivessem nas mãos da F. R. U.
_ Preciso encontrá-los logo. Demi está grávida e não quero que nada de mal aconteça a ela, Matthew e o bebê.
_ Espere, grávida? Sua mulher está grávida?
_ Sim, por quê?
_ Ér... _ fez uma pausa _ Joe, alguns rebeldes da F. R. U. apostam o sexo do feto das mulheres grávidas, mas não esperam que  bebê nasça. Eles, simplesmente, cortam a barriga da mulher para verem o vencedor.
_ Como?! _ mais uma vez o desespero bateu _
_ Eu não falei isso antes, pois não achei que era problema. Você não havia dito nada sobre gravidez, então omiti.
_ Droga! Preciso achá-los imediatamente.
_ Como eu já disse antes, mantenha a calma. Ficar estressado e desesperado não ajudará em nada, Joe. Faça assim: vá nesses campos de refugiados e procure por eles. Se não os encontrar, voe para Serra Leoa. Enquanto isso o detetive que eu contratei tentará achar a localização correta da F. R. U.
_ Okay. Vou fazer isso. Até mais Bill.
          Tentei dormir um pouco durante o caminho, mas nada me fazia pregar os olhos. E, além disso, pousaríamos daqui a cinco minutos no primeiro campo. Eu tentava não criar esperanças, mas era impossível. Assim que o helicóptero foi pousado, saí correndo em direção ao portão do campo.
Xxx: Quem vem lá? _ disse o guarda da portaria _
Joe: Sou Joseph Jonas. Estou procurando minha esposa e meu filho. Quero saber se eles estão aqui.
Xxx: Diga nome e idade das pessoas que procura.
Joe: Demetria Jonas, 26 anos e Matthew Jonas, 3 anos.
Xxx: Vamos verificar, pode demorar um pouco.
Joe: Tudo bem.
          O guarda se afastou indo verificar e eu fiquei ali, esperando. Eu estava agoniado. Desespero, esperança, raiva, tristeza, todos esses sentimentos entalados dentro da minha garganta, e a qualquer hora poderiam sair.
          Quinze longos minutos se passaram e o guarda finalmente voltou. Virei-me para ele e perguntei com esperança.
Joe: Eles estão ai?
Xxx: Sinto muito. Não encontramos nenhum dos dois nos registros desse campo.
Joe: Droga! _ sussurrei respirando fundo, tentando manter a calma. Me estressar agora não levaria a nada, só me atrasaria _
Xxx: Eles se perderam?
Joe: Foram levados pelo F. R. U.
Xxx: Então é melhor desistir de procurá-los. A este momento devem estar mortos, ou quase lá.
Joe: Adeus.
          Ignorei o comentário. Eles não podem estar mortos, não podem! Eles estão bem e logo estarão em meus braços.
          Voltei para o helicóptero e seguimos para o próximo campo de refugiados. Eu não iria desistir tão fácil de achá-los, nem que tivesse que percorrer todo o continente africano. Eu não desistiria deles. Não desistiria da minha família.

domingo, 7 de abril de 2013

Chapter Four


          A Cidade do Cabo era realmente belíssima. Estaria louco quem dissesse que a África não tem paisagens belas. Tirando a fome, pobreza, é um continente incrível.
         Demi, Matthew e eu desembarcamos no aeroporto e logo seguimos para o flat que Bill havia alugado para os dois meses. Nele havia uma sala, grande até, uma cozinha, um banheiro e um quarto. No quarto havia duas camas, uma de casal e uma de solteiro, e um banheiro maior. Era tudo muito luxuoso. Havia também uma varanda com uma belíssima vista para o mar.
Demi: Isso aqui é incrível! _ disse da varanda _
       Em cima da mesa havia um bilhete e eu reconheci que era com a letra de Bill.
“Desculpe, não consegui algo maior. Está na época da temporada e flats maiores já haviam sido alugados. Mas espero que goste mesmo assim. E desculpe novamente por ter somente um quarto. Sei que queria aproveitar com sua esposa, se é que me entende, mas isso você pode dar um jeito. Até mais, Bill.”
          Ri com isso e deixei as malas na entrada. Fui até a cozinha checar armários e a geladeira. Já havia comida, de tudo um pouco. Bill pensou em tudo. Trouxe até alguns doces e cereais matinais por causa de Matthew.
           Fui à procura de Demi e a encontrei no quarto.
Joe: Gostou?
Demi: Amei! _ sorriu largamente _ Esse flat é incrível e tem uma vista maravilhosa!
Joe: E você filhão, gostou? _ perguntei e o peguei no colo _
Matthew: Sim! Têm doces na cozinha!
Demi: Okay, mas agora eu vou tomar um banho na banheira.
Joe: Hum. _sorri _ Posso ir junto?
Demi: Claro meu amor.
Matthew: Posso ir também?
Joe: _ meu sorriso desapareceu _ Como filho?
Matthew: Deixa eu ir junto com vocês na banheira!
Demi: _ rindo _ Okay filho, vem com a mamãe.
          Eles foram indo para o banheiro e eu fiquei mais uns segundos parado ali, com uma cara de decepcionado, mas logo os segui. Demi tinha colocado a banheira para encher e estava tirando as roupas de Matthew.
Demi: Amor, pega meu biquíni e a sunga do Matt na mala, por favor?
Joe: Por quê?
Demi: Ué, para entrarmos na banheira. Com Matthew junto não vou entrar completamente nua.
Joe: Entra só de lingerie, é a mesma coisa.
Demi: Seria a mesma coisa se eu fosse para a praia de lingerie?
Joe: É... Não. Mas só com a gente te olhando você pode.
Demi: _riu _Okay, okay.
          Me despi, ficando somente de boxer e Demi fez o mesmo com ela e com Matt. Entramos os três na banheira e ficamos brincando por um longo tempo, até nossas peles enrugarem.
(...)
         Já haviam se passado um mês desde que chegamos à África do Sul. A rotina era assim: eu trabalhava todas as manhãs e dia sim, dia não de tarde. Nas tardes e que eu trabalhava, Demi ia trás de sua matéria, e nas que eu não trabalhava nos divertíamos os três juntos, em família.
          Demi e eu não tivemos um momento mais íntimo desde a nossa chegada e isso meio que me chateia. Mais em parte é culpa minha. Eu chego exausto do trabalho e só penso em descansar, e outro motivo é porque Matthew também dorme no quarto.
           Hoje, que é um dia em quem eu não trabalho de tarde, resolvemos ficar no flat mesmo, curtindo a companhia um do outro. Matt está na sala assistindo desenho enquanto Demi e eu estamos deitados na cama.
Demi: Essas “férias” estão sendo incríveis. Obrigada por ter me convencido a vir. _ beijou minha bochecha _
Joe: Sabia que você iria gostar. Mas como está indo a matéria?
Demi: Incrível!
Joe: Posso ver?
Demi: Não. _ exibiu um sorriso matreiro _
Joe: Por quê? _ fiz biquinho _
Demi: Pois só vou mostrar quando estiver pronta. Mas eu quero te fala algo agora.
Joe: Fale amor.
De: Sabe, eu fiquei durante dois meses tentando criar coragem pra falar isso pra você Joe, mas eu simplesmente não conseguia. Só que agora, que estamos nessa viagem, eu decidi que vou te contar.
Joe: Ta me assustando, Demi.
Demi: Não se preocupe amor. Não é nada de ruim, pelo menos eu acho que não.
Joe: Então me fale o que é querida.
Demi: Okay._ respirou fundo _ Eu estou grávida.
           Espera um minuto. Eu ouvi isto mesmo? A Demi ta grávida? Eu vou ser pai de novo? Eu devo estar com um sorriso bobo no rosto agora.
Demi: Joe, fala alguma coisa.
Joe: Isso é... Incrível! _ sorri e a beijei _
          Explodindo de felicidade por dentro fiquei de pé na cama e puxei Demi para ficar de pé também. A abracei e a girei no ar, enquanto pulava na cama.
Joe: Eu não acredito! Eu vou ser pai! _ exclamei com uma felicidade imensa _
Demi: Meu amor, parecemos duas crianças! _ disse rindo _
Joe: Não importa, eu estou muito feliz! _ parei de girá-la e parei também de pular _ Não consigo acreditar que serei pai de novo. Isso á magnífico. Mas por que demorou tanto tempo para me contar?
Demi: Faltou coragem. _ deu de ombros _ Vem, vamos deitar. _ me puxou novamente para deitar na cama ao seu lado _
Joe: Matthew já sabe?
Demi: Ainda não.
Joe: Então vamos contar a ele. Tenho certeza que ele irá adorar! _ eu já iria sair da cama, mas ela me puxou, fazendo-me cair sobre seu corpo _
Demi: Com certeza vamos contar, mas não agora. Agora eu quero outra coisa. _ beijou meus lábios rapidamente _
Joe: E o que seria?
Demi: Eu preciso mesmo falar?
Joe: Não. _ ri maliciosamente _
          Comecei a beijá-la com fogo e Demi correspondia com ardor. Estávamos totalmente envolvidos no momento. Ela arranhava minhas costas por baixo da blusa e eu adentrava sua camiseta com minha mão, acariciando seu seio. Quando eu estava quase tirando a camiseta dela, meu celular toca.
          Bufei inconformado e me levantei para atendê-lo. Era um dos fiscais da obra. Eu teria de ir até lá para verificar um problema que ocorreu.
Demi: Quem era?
Joe: Era um dos fiscais da obra. Terei de ir até lá por causa de um problema que ocorreu.
Demi: Ain, bem agora eles tinham que ligar. _ gemeu inconformada _
Joe: Também não estou nada contente com isso, mas te recompenso depois meu amor. _ pisquei para ela e lhe dei um beijo ardente e apaixonado _ Até mais. Te amo.
Demi: Eu te amo. _ deu-me mais um beijo, com a mesma intensidade e o mesmo calor do último _
          Dei “tchau” para o meu pequeno e fui até o canteiro de obras. Se não fosse nada eu mataria o fiscal que me fez ir até lá, interrompendo o meu momento com a minha morena.
(...)
          No final não era nada com muita importância. Minha vontade era de estrangular o fiscal, mas me contive e finge que estava perfeitamente normal. Fui a caminho do flat, mas me assustei assim que cheguei na rua.
          Estava com as lojas destruídas, janelas das casas quebradas e o pior de tudo. Haviam corpos ensanguentados jogado no chão. Havia um homem tentando limpar um bar que ali havia. Fui até ele e perguntei.
Joe: O que houve aqui?
Xxx: A F.R.U. chegou.
Joe: Quem?
Xxx: Frente Revolucionária Unida. Eles tocam terror por qualquer lugar que vão. Levam homens fortes para procurar diamantes e sequestram mulheres e crianças.
Joe: Sequestrar?
         Mal terminei de pensar e já saí correndo em direção ao flat. Corria mais rápido do que qualquer outra vez em toda minha vida. Mas o que eu mais temia havia acontecido. O flat estava todo bagunçado.
          Fui à cozinha, ao banheiro e ao quarto a procura de Demi e Matthew, mas não os achei em lugar nenhum. Inconscientemente me abaixei no chão e comecei a chorar. O que eu mais amava havia sido tirado de mim e eu não pude fazer absolutamente nada.