sábado, 28 de setembro de 2013

Shadows - Capítulo 15

            -Onde vamos?-Eu pergunto colocando uma toca de lã verde.
            -Na cidade.-Responde Joe fechando sua jaqueta azulada- Precisamos comprar as coisas para hoje a noite.
            -E a Núbia? É ela que compra a comida aqui.
            -Menos nos últimos cinco dias do ano. É uma tradição estranha do lugar de onde ela veio.
            -Do Egito, não é?
            Ele concorda comigo e saímos da mansão, a neve deu uma trégua nesse último dia do ano, mas o céu ainda está nublado.
            Joe e eu vamos caminhando até a cidade, achamos melhor te um tempo para nós, estamos de mãos dadas e caminhando sem pressa, mas só falamos quando não podemos mais vera mansão ao olharmos para trás.
            São vários minutos de caminhada até o centro da cidade, que não é grande coisa, a maior parte das casas são antigas e velhas, os prédios são baixos, quase todas as ruas são de paralelepípedos mal encaixados.
            As ruas estão movimentadas de pessoas vestidas com roupas brancas e verdes, uma antiga tradição, o branco representa a neve pura e o verde representa a busca por proteção, isso me trás lembranças...
            Damos voltas nas ruelas procurando algumas coisa especial para a noite, eu tento disfarçar, mas eu estou com vontade de sair correndo, fugindo para algum lugar, não fugindo de Joe, mas de Hannibal, daquela maldita mansão e da maldição de ser vampira.
            Meus instintos anseiam em ficar descalça e correr em direção à minha liberdade e nunca mais voltar, sem compromissos, mas no fundo eu sei que não posso...
            -Está procurando alguém?-Pergunta Joe, me tirando do transe.
            -Que?-Eu pergunto surpresa.
            -Eu sei que você viveu cinco anos morando pelas ruas daqui, você deve ter feito algum amigo, ou namo...- Ele se interrompe.
            -Tem alguém que eu quero ver sim.- Uma certa sensação de culpa me ocupa, eu até tinha esquecido dessa pessoa, uma das poucas que já se preocupou comigo de verdade.
            Eu vou indo na frente, Joe tenta me acompanhar, vamos em direção à única parte que moderna de Intence Hill, um shopping enorme, um viaduto largo passa nas alturas, a única avenida da cidade, mas o que me interessa está em baixo do viaduto.
            Dezenas de pequenas caixas de papelão e tabuas velhas formam casas mal feitas e inacabadas, crianças correm de um lado para o outro balançando no ar caixas velhas de suco como se fossem aviões, uma dúzia de barris espalhados por toda a área contem um fogo fraco.
            Apesar de tudo estar caindo aos pedaços, as ‘casas’ estão alinhadas, formando pequenas ruas e becos, mas a maior parte das ‘construções’ tem menos de um metro de altura, então é possível enxergar bem os pilares do viaduto.
            Meus olhos correm por tudo, tentando encontrar algum ponto de referência familiar, mas estou perdida, tudo mudou tanto, desde que fui expulsa daqui.
            -Ele tem que estar aqui ainda, tem que estar...-Eu murmuro para mim mesma.
            Então uma voz fraca me chama.
            -Demeter?
            -Absalon!!-Eu me viro.
            Ele esta sentado no chão, coberto como um índio com uma coberta corroída, sua pele curtida pelo sol apresenta manchas, a barba está longa e grisalha, como da última vez que eu o vi, os olhos leitosos e sem vida...
            -Eu sabia!-Diz ele- Eu sabia que você era uma deusa! Demeter! Eu sabia que você tinha poderes para voltar para mim!
            Nós rimos, é uma velha piada com o meu nome, eu conheci Absalon quando eu cheguei na cidade, sem casa, nem dinheiro, eu tinha 15 nos na época, ele tinha 72, mas era firme o suficiente para se sustentar trabalhando como catador de lixo, ele me ensinou como viver nessa cidade, como arrumar emprego e coisas assim, ele é muito sábio e gostava de ler sobre história nos livros que da biblioteca publica, foi onde ele descobriu que meu nome vinha da deusa grega da agricultura, desde então ele diz que eu sou uma deusa disfarçada (Por brincadeira é claro, ele não é louco).
            -Eu não tive chance de dizer o quanto você é especial, minha filha!-Diz ele chorando- Se eu pudesse ao menos ver seu rosto novamente...
            -Não vamos falar disso, ok?-Eu digo- Ah! Eu quero que conheça Joe!
            Eu faço um sinal para que Joe se agache na frente de Absalon, ele parece meio tenso, mas faz o que eu peço, ele se apresenta e Absalon toca seu rosto, como ele é cego, é assim que ele conhece as pessoas.
            -Sua pele é muito fria!- Diz ele franzindo a testa- Como você conheceu a Demi?
            -Ela mora comigo.-Responde Joe meio nervoso.
            Eu bato na testa, o que ele disse não tem como não maliciar, eu queria ficar com Absalon, mas eu sei que não posso, eu tenho que me afastar do meu passado, a Demi humana morreu.
            -Absalon...-Eu digo- Eu preciso ir...
            -Mas por que?
            -Eu tenho uma vida nova agora. Eu preciso voltar para ela agora.
            Eu vasculho meus bolsos até encontrar alguns dólares, eu entrego para Abasalon e me afasto rapidamente, Joe me segue.
            Vou passando pelas pequenas casas de papelão quase correndo, eu quase não percebo o pé de alguém, até que eu tropeço nele, por sorte eu não me esborrachei no chão, pé pertencia a um homem com a barba mal feita, com roupas visivelmente gastas e esburacadas, ele estava sentado com as pernas esticadas, uma garota estava com a cabeça deitada em sua perna, sua aparência era frágil, ele era muito pálida, com cabelos negros e lisos, seus olhos estavam fechados, ela tremia em baixo de uma coberta fina.
            -Me desculpe..-Eu digo.
            -Caia fora daqui!- Diz o homem apontando para uma direção aleatória- Ela precisa descansar, está muito doente!
            -O que ela tem?- Eu e minha curiosidade...
            -Câncer no Pâncreas.- O homem olha com tristeza para a garota.
            Ele abraça a garota do jeito que pode, ela parece ter uns 15 anos, mas algo me diz que ela é mais velha do que isso, mas eu não tenho o que fazer, então continuo ido para longe daquele lugar, eu não paro de andar até chegar em uma familiar praça, a mesma em que eu conheci Jessy e minha vida mudou para sempre.
            Eu me sento no mesmo banco e abraço minhas pernas, Joe se aproxima calmamente e se senta ao meu lado, exatamente onde Jessy havia sentado, ele não diz nada, mas eu percebo que de certa forma ele está me consolando.
            -Eu tive amigos nesses anos,-Eu digo baixinho- mas algumas viraram garotas de programa, outros morreram por gangues, muitos nem me reconhecem mais por estarem enfiando qualquer porcaria no braço, eu não tenho passado, eu vou ser uma vampira, vivendo com a minha dor para sempre...
            Eu começo a chorar muito então, tudo o que eu disse foi verdade, ainda me lembro dos rostos e nomes que são difíceis de pronunciar sem manter a calma, Joe me abraça com força, me protegendo dos meus medos.
            -Você pode ter um futuro...-Sussurra ele no meu ouvido- Com essa maldição que nós dois carregamos, nós podemos conviver com isso! A vantagem disso é que podemos viver para sempre! Deixe o passado para trás, você pode ter um futuro aceitável, um futuro prospero... Ao meu lado.
            Eu levanto a cabeça e ele me beija, nós já nos beijamos uma vez, mas daquela vez não conta eu estava praticamente tendo um colapso, esse foi mais caloroso, eu estava completamente consciente desta vez, então pude curtir casa segundo, as mãos de Joe me trazem para mais perto de si.
            O resto do dia foi o mais perfeito de todos, tirando o fato de estar gelado pra caramba, as ruas lotadas de pessoas e o Joe pirando por causa do preço da serpentina, foi ótimo.
            Entre as compras de decorações e comidas nós saímos para curtir um pouco, assistimos alguns palhaços ridículos de rua, tomamos chocolate quente com chantili, ele me contava coisas engraçadas que ele aprontou na mansão, algumas situações engraçadas, mas sempre evitava falar na Jessy ou em Hannibal.
            Mas a noite logo chegou e tivemos que voltar, deixando a alegria das pessoas normais (e humanas) para trás e aceitando o silêncio da estrada, chegamos na mansão cansados, carregando diversas sacolas.
            -Chegaram tarde!- Diz um garoto de 15 anos loirinho (Sim o mesmo que dançou comigo na minha iniciação), suas palavras estão cheias de malícia- Fizeram muitos desvio?
            As pessoas ao redor riram, mas Joe me surpreendeu, passou o braço em volta de minha cintura e me puxou para perto, as pessoas ficaram surpresas e ajudaram a carregar as sacolas, eu vou para meu quarto.
            Tomo um banho bem quentinho, penteio meu cabelo (Os fios dourados estão quase sumindo agora), vasculho as cômodas até encontrar alguma roupa adequada, o que não foi fácil porque todas as roupas são escuras e discretas, mas acabo encontrando um vestido de linho que vai até o pé de um degrade do brando até um verde suave, ele sendo bem quente.
            Todos estão reunidos do lado de fora da mansão, eu posso perceber certa ansiedade de todos, Lindsey está no meio de um circulo de pessoas, tocando uma melodia, mas sempre que podia dava uma olhada em direção à um homem que estava na roda também, estava escuro então eu não pude perceber características dele.
            Estava tudo ótimo, para minha sorte Hannibal resolveu não aparecer, nem  Jessy, eu sei que é maldade, mas eu desejei muuuuito para ela não vir, ia estragar o clima todo, ela ainda tem aqueles surtos estranhos.
            Então a contagem do último minuto começa, Joe me traz uma taça com refrigerante (Vampiros se preocupam com a saúde, bebidas alcoólicas só faz mal para o corpo, sem falar que é ridículo beber só para se sentir importante).
            -3...-Gritaram todos juntos-2...1...
            O que acontece depois eu não sei, estava ocupada demais beijando Joe, depois dançando loucamente com Lindsey como se ninguém estivesse nos olhando.
            E uma única vez na vida eu não estava preocupada com nada, nem com o passado, nem com o futuro e muito menos com o presente, pois estou segura agora, mesmo sabendo que vou ter dificuldades e problemas em alguns meses com aquele maldito baile do Hannibal...
            Mas, pra que pensar nisso agora? Tenho tudo o que eu preciso, bem aqui.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Aviso + Divulgação

Oi, oi gente! Tudo bem com vocês? Espero que sim ^^
Então galera, primeiramente queria divulgar esses dois blogs aqui. Seria muito legal se dessem uma olhadinha neles e seguissem, se der vontade.


Bom, agora o aviso.
Como sabem, essa história não é minha. Minha amiga é quem escreve e me pediu para postar aqui no blog. Mas há complicações, como sempre. Os motivos são os mesmos: falta de tempo, semana de provas, doenças e bloqueios criativos. Mas isso não dura para sempre, garantimos.
Peço que tenham um pouco de paciência quanto a demora dos capítulos. Juro que eu queria postar um por dia, mas no momento não é possível. Mas já que minha amiga que ta escrevendo a web a ser postada, estou tendo mais tempo para escrever outras histórias, então provavelmente terei uma história pronta, ou quase pronta, para postar quando Shadows acabar.
Agradeço a paciencia de vocês ^^
Mas se quiserem fazer críticas ou sugestões, estaram liberadas.

Beijos, e que a sorte esteja sempre ao seu favor.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Shadows - Capítulo 14


            -Lar doce lar?-Pergunta Lindsey torcendo o nariz.
            Voltamos para a mansão de Hannibal, nem eu nem Lindsey ficamos muito satisfeitas, mas felizes por deixar São Petersburgo, aquele lugar me marcou para sempre.
            O lugar me lembra a casa do papai noel, só que com bando de jovens vampiros, como eu já explique antes, a mansão tem várias salas, todas com sofás e lareiras, então...todas as lareiras estão acesas, as janelas e portas tem visgo pendurado (vez ou outra, algum garoto surpreendia uma garota com um beijo quando ela passava pela porta).
            Vou para o meu quarto, jogo minha mala na cama, Lindsey aparece pouco depois, me convidando para dar uma volta, ela me conta que o natal é uma das poucas coisas que se comemora aqui, então todos estavam animados.
            Já estava anoitecendo, todos se reuniram em uma das maiores salas, todas as luzes apagadas, a única fonte de luz era a lareira, todos estavam sentados no chão ou encostado nas paredes, com canecas com chocolate quente, Lindsey e eu nos encostamos em um canto.
            Em outro canto havia uma enorme árvore de natal enfeitada com pequenas luzinhas, na frente da lareira estavam um casal cantando uma música natalina, o garoto tinha os cabelos e a barba parcialmente compridos e uma voz grave mas gostosa de ouvir, a garota era loira, com lindos cachos que caiam por uma roupa púrpura, ela tinha uma voz forte e muito bela, mas eu reconheceria ela em qualquer lugar.
            -K...Kistie?-Sussuro.
            -Ahan!- Lindsey suspira- Ela força a voz para ficar rouca, mas parece que o namoro com Avi está mudando o coração dela, sem falar que ela pintou de novo o cabelo. Sério, do tanto que ela pinta o cabelo é capaz de ficar careca.

“Hark how the bells,
Sweet silver bells,
All seem to say,
Throw cares away”



            -Eu conheço essa música!-Digo- Carol of the bells! Minha mãe cantava para mim no natal, o único momento em que eu existia para ela!
            A canção termina e todos aplaudem, mas Avi pega um visgo de seu bolso e ergue acima da cabeça, entre ele e Kistie, ela fica corada quando ele se aproxima e a beija, os aplausos ficam mais intensos.
            Lindsey se encaminha para o palco com o violino em mãos, rapidamente o encaixa no pescoço e toca uma melodia lenta, lembrando uma música celta, mas ao mesmo tempo natalina.
            -Ela é bem talentosa!-Diz uma voz em meu ouvido.
            Ele está tão perto que posso sentir sua respiração em minha pele, meu coração dispara e meu estomago enche de borboletas, simplesmente sentindo o que é normal quando se está apaixonada.
            -Pensei que não ia vir.-Digo para Joe.
            -Eu só vim te chamar!-Diz ele- Hannibal convocou uma reunião para os participantes da missão.
            -Lindsey...
            -Ela não fez parte da missão oficialmente.
            Eu deixo ele me conduzir pelos corredores da mansão, eu fico mais nervosa a cada passo em direção aos corredores familiares, por fim paramos em frente à porta de madeira entalhada, Joe entra sem bater.
            Tremo inteira na visão daquela sala terrivelmente organizada e limpa, mas por um instante eu encaro o chão, tenho a impressão que ainda posso ver uma mancha no chão de madeira, uma mancha escura avermelhada.
            Hannibal está de pé perto da janela, observando a neve se acumular do lado de fora, ele veste um terno de lã de sempre, mas seus cabelos parecem um pouco desarrumado.
            -Podem se sentar.-Diz ele sem olhar para nós.
            Joe se senta, mas eu fico de pé atrás do sofá, é um pouco difícil com o sapato de salto alto que eu estou usando, eu estou de uma calça preta apertada e uma camiseta preta meio roxa folgada.
            -Estamos aqui para falar sobre a missão.-Esclarece Hannibal.
            -Mas..-Eu digo surpresa- Eu pensei que não tinha dado certo, por causa do..hum... problema com a Jessy...
            Joe abaixa a cabeça, depois que ela ‘morreu’, ele ficou arrasado, mas ficou ainda mais quando Hannibal a trouxe com vida, ela viajou conosco de volta para Intense Hill, mas não disse nada, depois que desembarcamos do carro ela simplesmente sumiu.
            -Pelo contrário.-Suspira Joe, levantando novamente a cabeça, sem me olhar- Nós a completamos com sucesso.
            -Quê?
            -Joseph não contou à vocês a missão completa.- Hannibal se vira para mim- Ele achou que seria melhor para o sucesso da missão.
            -E qual seria a tal missão afinal?-Eu pergunto cruzando os braços, propositalmente irritada.
            Hannibal indica o lugar no sofá ao lado de Joe, eu me sento, Hannibal se senta em outro sofá e me olha nos olhos, como se quisesse entrar em minha mente, odeio quando ele faz isso.
            -Vou lhe faze uma pergunta que devia ter feito antes! O que você sabe sobre vampiros? Quero dizer, o que você sabia antes de tudo isso?
            -Sabia que eles sugavam o sangue das pessoas, eu sabia que eles eram fortes, eles não podem andar no sol, que eram muito bonitos, ou muito feios, monstros...-Minha voz falha ao perceber que eu estava falando como se eu não fosse uma vampira também- E também tinham grandes hierarquias, grupos organizados ou coisa do tipo.
            -Exato!-Continua Lecter- A verdade é que temos um grupo organizado, onde existem filiais pelo mundo todo...
            -Incluindo São Petersburgo!-Eu adivinho.
            -Exato!- Diz Joe sem animo- Infelizmente não estamos muito bem diante nossos reis.
            -Joseph!- Repreende Hannibal- Eles não são nossos reis, é um Conselho que determina o melhor para nossa espécie. Mas ultimamente não estamos concordando com certas atitudes que eles tem tomado, então eles olham para nós com desprezo, nos últimos anos eles nos ignoraram e cortaram o nosso recebimento de sangue.
            -Recebimento de sangue?-Eu perguntou meio enjoada.
            -Depois eu te explico.-Sussurra Joe.
            -E a missão foi para chamar a atenção deles.-Conclui Hannibal- Eu suspeito que eles estão planejando algo e estão nos deixando de fora.
            -Você sabia?-Pergunto meio aborrecida- Que eu ia sentir aquela tontura e tal...
            -Sim!- Hannibal sempre sabe de tudo.
            -Então não teve nada a ver com aquela história que ela contou?-Eu pergunto confusa- Quero dizer, nós fomos lá então apenas para fazer aquela vampira saber que essa filial ainda existe?
            -Não exatamente. Demetria, tente entender que tudo tem um propósito.-Hannibal me olha de uma forma diferente, como se quisesse me dizer algo- Aquela jovem que encontraram na livraria em São Petersburgo era a guardiã dos registros da história de nossa espécie. A filial do Conselho, a principal filial, fica em São Petersburgo, Danielle é fiel ao conselho, ela achou importante reportar a sua visita e o que Demetria sentiu.
            -Se você convocou essa reunião...-Joe franze a testa.
            -È porque eles entraram em contato comigo!
            Um silêncio sinistro toma a sala, Joe murmura algo consigo mesmo em voz baixa, eu encaro o chão sem querer olhar para Hannibal, ficamos digerindo o que ouvimos até Hannibal colocar um envelope em meu colo.
            Ele se levanta, caminha até mim e se ajoelha ao meu lado, seus dedos quentes tocam meu rosto e me faz levantar a cabeça.
            -Não há nada de errado com você!-Diz ele baixinho- É apenas o seu destino! Percebe agora?
            Eu balanço a cabeça, ele se aproxima mais de mim, afasta meu cabelo do rosto e fala em meu ouvido:
            -Eu não lhe contei que aqui era uma filial! Eu não lhe contei que Danielle era uma vampira! Você está chegando em suas origens, sabe como reconhecer coisas do nosso mundo! Você nasceu para isso!
            Origens! Essa palavra ecoa em minha mente!
            Mas Hannibal tem razão (isso é tão estranho), eu consegui ver que Danielle era uma vampira, para mim estava tão óbvio que nem passou pela minha mente como eu sabia disso.
            Hannibal se afasta de mim com um sorriso maldoso, ele nos dispensa da sala e a reunião está encerrada.
            Eu e Joe caminhamos sem rumo pela mansão, eu guardo o envelope no bolso da calça, alguns adolescentes correm pelos corredores, os garotas tentando se vingar dos garotos jogando pequenas bolos de coloridas em suas cabeças.
            -Você quer vê-la?-Pergunta Joe com um olhar distante.
            -Claro!-Eu sei de quem ele está falando, ele não precisa explicar.
            Ele me leva até uma porta que eu não conheço, é em um lugar escuro e escondido, a porta leva para uma escada do porão, a lâmpada está queimada, mas conseguimos chegar no fim dela sem tropeçar muito.
            Não era bem um porão, estava mais para uma prisão, uma prisão bem moderna, haviam diversas portas seguindo por um corredor escuro e de cão batido, ao lado de cada porta havia um vidro grande, com aqueles de séries policiais das salas de interrogatório.
            Pelo que eu pude ver, todas as salas eram iguais, com um tipo de placas de metal branco revestindo todo o interior, os cantos estavam arredondados, a sala é bem clara e branca, mas um borrão está no meio da sala, uma garota com as mesmas roupas que usou em São Petersburgo.
            Aos pés de Jessy está seu cachecol, chamuscado nas pontas, seus cabelos soltam estática e suas mão estão envolvidas em raios dançantes.
            -Por que ela está aqui?-Eu pergunto.
            -Nós trazemos para cá quem não consegue se controlar ou controlar sua força.-Diz ele tristemente, eu fico pensando se ele já ficou aqui por algum tempo- Ela ficou um pouco perturbada quando voltou à vida.
            -Mas ela estava solta lá no Hotel e quando viajamos de volta.
            -Ela não é um animal! Não deve ficar enjaulada o tempo todo.
            -Ninguém deve ficar enjaulado.
            Em minha mente, “A canção do pássaro Aprisionado” ecoa, como no dia em que virei amiga de Lindsey.
            -O que Hannibal te entregou?-Pergunta Joe tentando não chorar.
            Eu pego o envelope e o abro, é um papel retangular, com flores marrons desenhadas suavemente, as letras levemente inclinada mostram a coisa mais horrível de todas (Pelo menos para mim naquele momento)
            -É um convite!-Eu suspiro- Hannibal vai dar um baile para o conselho na primavera.

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Heey galera, como vão? Notaram minha ausencia né kkkk Tipo, eu estive muito ocupada esses dias e talvez vou estar ainda nos próximos dias, mas acho que dou um jeito de postar outro capítulo, quando eu tiver um kkkk, Mas enfim, estão gostando da história? Espero quesim, porque eu estou AMANDO kkkk,
Beijos~