sexta-feira, 28 de março de 2014

Shadows - Capítulo 22 - Final



            Acordo com o som de uma explosão, não sinto o vento gelado, mas está frio ainda, meus olhos estão pesados e sinto como se minha cabeça fosse explodir, consigo ver apenas um borrão vindo em minha direção.
            Minha visão volta ao normal a tempo de ver Lindsey me abraçando com força.
            -Cara! Como senti sua falta!- Diz ela em meu ouvido.
            É tão bom ter ela de volta, nós nos afastamos para podermos nos ver, ela está usando uma saia preta justa e um terno grande demais para ela.
            -Mas que drogas de roupas...- Eu começo a dizer.
            -Era uma droga de uniforme que eles nos forçavam a usar.- Ela retira o terno revelando uma camisa camuflada- Mas isso não importa agora, temos problemas mais importantes.
            Agora eu percebo que estamos na floresta, eu estou sentada encostada em uma árvore grossa, Lindsey está agachada na minha frente, olhando nervosamente para os lados, consigo ouvir a batalha acontecendo atrás de mim.
            -Eu pensei que ia dormir para sempre, bela adormecida.- Diz ela com um sorriso travesso- Precisamos voltar para a batalha, agora!
            -Tudo bem.
            Eu fico de pé, não estou tão tonta, Lindsey pisca para mim e corre para a batalha, eu rezo em silêncio para ela ficar bem.
            Respiro fundo e também corro para a luta, mas desta vez não tenho tempo para ajudar outros, já tenho um alvo em mente.
            Finalmente encontro John, ele está em cima do corpo de uma garota, rindo ao ver tantas pessoas caídas, quando ele me vê começa a aplaudir, eu vou correndo em sua direção, ele está desarmado e eu também, acho que posso vencê-lo em uma luta corpo a corpo.
            Porém ele rapidamente puxa de debaixo do corpo da garota a espada persa de antes, ele a agita na minha frente eu paro a poucos metros dele, ele levanta a espada e eu aproveito para atingir meu cotovelo em seu peito.
            Ele perde um pouco o equilíbrio, eu tento ser rápida e dou voltas em torno dele, o deixando confuso, mas logo ele antecipa meus movimento.
            John me dá um tapa com as costas da mão e eu perco o equilíbrio, acabo de joelhos, meio atordoada, ele se abaixa na minha frente, segura meu pesco e me força a olhar para ele, seus olhos mostram que ele está se divertindo com isso, ele levanta a espada e coloca em cima da minha boa.
            -Que tal fazer um voto de silêncio, Demetria?- Diz ele.
            John passa devagar e com força a lâmina em cima de meus lábios, não é um corte muito logo, mas é agonizante, a forma como ele faz, parece que está queimando, ele continua rindo como louco.
            Ele me joga para trás, me deixando cair de costas para o chão, Joe aparece atrás de John, ele acerta um soco em suas costelas, mas John nem cambaleia, simplesmente gira o corpo e acerta o cabo da espada na testa de Joe.
            Joe desvia de outro golpe, porém já está com suas energias esgotadas e não é tão rápido, e quando John estica a mão e pega seu cabelo ele já não tem forças nem para levantar seus braços.
            John derruba Joe com um chute no maxilar, meu grito de agonia se junta ao de Jessy que chega correndo, ela se abaixa ao lado de Joe, sem coragem para toca-lo.
            -Você prometeu que isso não ia acontecer!- Ela se levanta e vai indo em direção à John- Você disse que Joe seria poupado e que...
            -Eu menti, tá legal?- Responde John como se isso fosse óbvio- Eu precisava de você ao meu lado, olhe só a diferença que você fez! Olhe quantos você matou!
            Jessy olha ao seu redor, vendo dezenas de corpos caídos o chão, na maior parte, jovens, pessoas com cabeças arrancadas e com seus corpos estraçalhados, Jessy olha para suas mãos cobertas de sangue, eu posso ver que agora a verdade se torna clara para ela.
            Ela continua se aproximar de John, mas sem perceber o que está fazendo.
            Até o momento em que ela chega perto demais dele.
            John enfia a espada no coração de Jessy.
            Ela morre.Fim.
            Eu consigo me arrastar até ela, mas o sangue não jorra mais. Esta é a única maneira de matar um vampiro, cortando uma veia que pare de bombear o coração, ou atingir o próprio coração. Afinal o que é uma vampiro se não um monstro que precisa repor seu sangue constantemente?
            O corpo sem vida dela está frio e rígido, mas seu belo rosto está intacto, posso ver uma pequena lágrima que ainda rola de seu olho aberto, o azul de seus olhos já não é tão brilhante, agora está cinza, quase branco.
            -E esse é o fim de sua traidora!- Diz John.
            Um calor cresce dentro de mim, uma ansiedade, algo que nunca havia sentido antes, uma sede pelo sangue de John, a necessidade de ver seu corpo morto, só consigo ouvir o som de sua risada, odeio a forma como ele acha que sabe de tudo, odeio quando ele acha que tem tudo sobre controle.
            Sinto uma confusão de sentimento, sons, lembranças. Até que tudo silencia e some, apenas uma coisa permanece, o desejo de vingança.
            Vejo alguma coisa dentro do casaco de Jessy, algo metálico e cumprido, é uma katana, sem hesitar eu estico minha mão e fecho meus dedos em volta do cabo, retiro ela do casaco, é incrivelmente leve, o cabo é preto com fitas azuis em volta, a katana é perfeita em minha mão.
            Aperto com força o cabo e dou um salto, John investe contra mim, nossas espadas se chocam violentamente, esquivo para o lado e tento atacá-lo novamente, de novo, e de novo.
            Ele não está mais exibindo seu sorriso confiante, ele está preocupado, isso é o suficiente para me dar forças.
            Vou dando ordens para meus músculos,“Mais rápido!”,”Mais forte”, meu corpo entra em um ritmo sobre-humano, sou muito veloz, vou atacando com cada vez mais frequência, John começa a cambalear, ele está quase caindo.
            Eu finjo que vou acertá-lo na perna esquerda, ele baixa a espada para se defender, mas eu cerro meu punho e dou um soco em seu maxilar, ele fica confuso, eu o desarmo e o jogo com força no chão.
            Ele se vira para me olhar, algumas gotas de sangue escorrem pelo seu queixo, um hematoma roxo começa a ficar visível em sua mandíbula.
            -O que aconteceu com você?-Pergunta ele assustado- Eu nunca vi olhos assim antes, e suas presas estão...
            Passo a língua em meus caninos e me surpreendo ao senti-los com o dobro de tamanho, quase não consigo fechar minha boca, viro a parte chata da katana para cima de modo que posso ver nitidamente meu reflexo, meus olhos estão brilhando em um vermelho intenso, parecem chamas líquidas.
            Me aproximo de John, ele tenta recuar, mas eu o impeço colocando a katana em seu pescoço.
            Ele estremece ao sentir a lâmina fria encostar em sua pele,
            -Você não tem direito de me matar!- Diz ele cuspindo sangue em meu rosto- Você é apenas mais uma vampira qualquer!
            -Não!- Eu digo com toda a minha confiança, limpo rapidamente o sangue de minha bochecha- Eu sou descendente do conselho dos vampiros, sou filha de Hannibal Lecter, sucessor da liderança do conselho. E agora executo você, por tentar assassinar dezenas de inocentes, manipular o conselho, abuso de poder, homicídio, entre outras graves acusações.
            -Meus crimes ainda não te dão o direito de...
            -Com estas acusações você é expulso do conselho, como você não tem descendentes, e você é meu tio, eu agora me torno parte do conselho, melhor dizendo, líder do conselho dos vampiros, então eu calaria a boca se fosse você, porque eu tenho total direito de te acusar.
            Levanto e abaixo a espada, sinto o impacto, a lâmina corta de uma só vez, eu não preciso olhar, sei que ele está morto, e também porque ele não deve ser menos nojento morto do que vivo, vou para dentro da mansão.
            Alguns vampiros amigos me ajudam a levar Joe para dentro da mansão, o deixo sob os cuidados de uma moça e ando pelas salas perguntando se alguém precisa de ajuda.
            A mansão virou um hospital, muitos estão feridos, os que estão bem cuidam dos outros, o que mais me assusta é que ninguém está chorando, ninguém está assustado, estão apenas sérios, com o rosto sereno.
            O luto dos vampiros é diferente do dos humanos, o humanos choram, alguns cortam os pulsos, fazem escândalo, o luto dos vampiros é o silêncio.
            Mas a minha parte humana necessita chorar, corro até meu quarto arrastando a ponta da espada o chão, na metade do corredor sou interceptada por alguém, Lindsey.
            Eu me jogo em seus braços, seu abraço é suave, mas firme, tudo o que eu precisava nesse momento, senti tanta falta dela, ela também começa a chorar, em poucos segundos viramos duas malucas soluçando no corredor.
            A noite chegou, ninguém estava com sono, foi um trabalho triste, mas todos se ofereceram para ajudar a limpar o lugar, uma parte das pessoas se ofereceu para cavar as covas, outras se ofereceram para deixar a aparência dos cadáveres de nossos amigos com uma aparência mais respeitosa.
            Os corpos dos inimigos foram queimados em uma enorme pilha, o cheiro foi horrível, mas ninguém sentiu pena.
            Já estava amanhecendo quando o funeral começou, mas por sorte o dia estava nublado, eu coloco um simples vestido preto que vai até o joelho, estou com muitas olheiras, meus ferimentos já estão curados, apenas uma de minhas costelas continua quebrada, mas não tem o que fazer.
            Uma fina cicatriz percorre o meu lábio na vertical, é bem pequena, mas me incomoda muito, pois diferente dos outros ferimentos, este deixou uma marca, algo que vai me perseguir para sempre, mas até que bom isso, sempre que eu lembrar dela eu vou lembrar de tudo o que passei.
            Todos estão do lado de fora da mansão, vestidos com suas roupas de luto, uma fila de pessoas carregando caixões se forma, Hannibal me convida para estar ao seu lado na frente, começamos a caminhar, entrando n floresta.
            Vou em silêncio liderando a enorme fila de caixões, olho para trás um instante, Joe está ajudando a carregar o primeiro caixão, o caixão de Jessy, é tão sereno, é branco com pequenas borboletas azuis desenhadas na tampa, indicando que ela é livre agora.
            Joe está melhor, seus ferimentos se curaram rapidamente, mas ele ainda reclama de uma dor na cabeça.
            A floresta parece tão silenciosa, nenhum pássaro canta, até mesmo o vento não sobra, posso apenas ouvir dezenas de passos suaves sobre as folhas caídas no chão.
            Andamos até uma enorme clareira, dezenas de covas foram perfeitamente e simetricamente cavados, eu saio do caminho quando Joe passa carregando o caixão de Jessy e o deposita suavemente na cova, seguido por todos os outros.
            Os homens pegam pás e começam a jogar terra em cima dos caixões, as mulheres pegam pequenas flores brancas e as jogam no meio da terra.
            Não sei explicar o motivo, mas enquanto vejo os túmulos se enchendo de terra, uma dor toma meu coração, uma dor aguda, mas então passa, não sinto mais nada, apenas aceito que eles partiram..
            Após todos os caixões estarem cobertos, todos vão em direção à mansão, eu fico parada por um instante, encarando enquanto uma garota de 6 ou 7anos vai silenciosamente fincando cruzes de madeira pintados de brando na parte de cima das covas, ela canta suavemente uma canção, mas posso ouvir claramente suas palavras.
“O veneno dos espinhos da morte
Põe a alma que nunca decai para dormir
O veneno puro dos espinhos da morte
Enterra essa alma eterna que não conhece a paz
O tempo desvanece, cravando inúmeras feridas
Se estar vivo é uma tortura, então o que você procura?
Oh doce mel dos espinhos da morte
Põe a alma que nunca decai para dormir”
            Ela termina de distribuir as cruzes e olha para mim, eu nunca vi essa menina antes, ela não é da mansão, disso eu tenho certeza, assim que nossos olhares se encontram ela sorri, coloca uma mecha de seu cabelo castanho atas da orelha, ela se vira em direção oposta á mansão e vai saltitando para dentro da floresta, ainda cantando os versos da estranha canção.
            Eu dou um passo para frente, mas alguém coloca a mão em meu ombro, eu reconheço bem o peso da mão se Hannibal, imediatamente eu paro.
            -Não é uma boa ideia seguir um fantasma- Sua voz é cautelosa- É melhor simplesmente deixá-los ir.
            -De quem é aquele fantasma? Eu não a reconheço.
            -É seu fantasma, Demetria.
            Um frio percorre minha espinha, isso me deixa extremamente desconfortável.
            -Como assim?-Eu pergunto.
            Hannibal inspira fundo, ele está muito calmo, eu queria poder estar assim também.
            -Fantasma são memórias.- Explica ele- E algumas memórias se fixam nos lugares em que ocorreram.
            -Mas eu nunca estive aqui com essa idade, nunca cantei essa canção.
            -Esta não é uma memória sua, Demi.- Diz ele tristemente- É minha. A diferença é que essa memória nunca aconteceu. Quando Dianna disse que estava grávida e que me entregaria a criança para que eu criasse, eu imaginei uma história para nós, eu te imaginei ao meu lado, eu sempre quis uma filha, mas vampiros não podem ter filhos.
            -Você realmente amava minha mãe?- Eu pergunto- Ou o que aconteceu foi apenas para você ter uma prole?
            -Eu a amava...não...eu amo ainda...
            Essas palavras ficam na minha mente até a noite, assim como a imagem das dezenas de cruzes brancas em contraste com o verde da floresta, assim como a canção do meu pequeno fantasma.
            Eu estou exausta, mas estou inquieta demais para isso, deito no sofá preto em meu quarto e encaro o teto branco, eu não sei o que esperar, o futuro? O passado me assombrando?
            Será que o que eu disse é verdade, será que realmente me tornei parte do conselho?
            Sou tirada dos meus pensamentos quando a porta se abre lentamente, eu vejo Joe trazendo uma bandeja com duas canecas, ele coloca a bandeja na cama e se senta.
            Eu me sento no sofá com as pernas cruzadas, aceito quando ele me estende uma caneca, na caneca o cheiro inconfundível de chocolate quente me faz sentir êxtase.
            Depois de comermos eu abro a janela do meu quarto, deixo uma brisa fria entrar, olho pela janela a lua sendo encobertas por nuvens, Joe me vira sutilmente e se aproxima.
            -Te amo tanto, pequena.- Diz ele quase sussurrando- E agora terei você em meus braços para sempre.
            -O que?-Eu finjo que esqueci.
            -Você disse que ia casar comigo, lembra?- Diz ele com um sorriso no rosto.
            Aconteceu tanta coisa hoje e ontem que eu nem tive tempo de ficar feliz com o pedido de Joe, agora acredito que seja o momento certo de ficar feliz.
            -E eu tenho certeza absoluta que não me arrependo disso.- Eu puxo para mais perto, ele é cauteloso.
            Ele me beija delicadamente, repousa suavemente uma mão em minha cintura e com a outra segura minha mão, eu endireito meu corpo, pouso minha outra mão em seu ombro e deixo ele me guiar em uma dança.
            Aquele momento perfeito... não tenho problemas agora, nós giramos pelo meu quarto, mesmo não tendo nenhuma música, conversamos o tempo todo, falando dobre o passado e sobre o futuro, nossos planos para uma vida feliz, juntos.
            Dançamos sem pressa, afinal temos bastante tempo para passarmos juntos, temos a eternidade.
            E pela primeira vez, ser eterna não me pareceu tão ruim...

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 Acabou gente #crying
Finais de web sempre mexem comigo (T-To)
Gostaram? Eu simplesmente a-d-o-r-e-i!! Obviamente né, uma história como essa tem de ter um final muito lindo, com direto a essa cena romantica e tudo mais.
Leiam, releiam e leiam de novo kkk,
Depois trarei informações sobre a web nova ^^
Beijos~

quarta-feira, 5 de março de 2014

Shadows - Capítulo 21



               Quase dou de cara no chão.
            Meus olhos estão vendados, então enrosco meu pé pra sair do carro, perco o equilíbrio por um momento, mas alguém me segura, a mão que segura meu braço parece a de Joe, eu me viro para agradecer, mas antes que eu diga qualquer coisa, percebo que pode não ser ele, então fico quieta.
            Depois que fomos pegos no aeroporto, John mandou que seus capangas idiotas nos capturassem, eu estava um pouco sonolenta, então um homem saltou sobra mim e amarrou minhas mãos com facilidade com uma corda, pude ver três outros homens fortes tentando imobilizar Joe, e Tyler tentar fazer com que John largasse seu cabelo.
            Demorou um tempo até amarrarem Joe, ele ficou com um olhar feroz, mas parou de se debater, mas ainda consigo ver suas mãos trabalhando para se soltar das cordas, somos arrastado para fora do aeroporto, ninguém se importa conosco, é incrível como os humanos podem ignorar as coisas com tanta facilidade.
            Eles nos levam até carros pretos (Melhor dizendo, limusines gigantescas!), onde vendam nossos olhos e começaram a dirigir para algum lugar.
            O que mais me assusta é que o tempo que demora para o carro para, é o tempo exato que demora pra ir do aeroporto de New York até a mansão.
            Depois que quase beijo o chão, finalmente tiram minha venda, mas continuo amarrada, e minhas suspeitas se confirmam, estamos na frente do portão da mansão de Hannibal, mas o clima está agitado, diferente da constante paz do lugar.
            A grama parece mais amarelada, até a velha mansão parece negra, posso ver alguns pequenos rostos espiando pela janela, mas apenas uma pessoa está do lado de fora, Hannibal.
            -Você tem muitas coisas que me pertencem!!- Grita Hannibal, ele está sem o terno, as mangas da camisa estão dobradas, como se ele estivesse cozinhando anteriormente.
            John aparece ao meu lado, ele dá uma risadinha de deboche e olha pra mim, ele levemente indica com a cabeça para eu ir para Hannibal, e eu vou correndo.
            Por um instante eu esqueço tudo o que eu sinto por Hannibal, esqueci meu ódio, esqueci minha revolta e me jogo em seus braços, ele me abraça com força, respirando aliviado.
            -No que você estava pensando?-Diz ele baixinho- Seja lá o que você tenha planejado, foi uma ideia estúpida!
            -Eu não queria... –Eu tento não chorar- Eu não queria que ninguém se machucasse! Mas eles chegaram antes... eu não pude...
            Como eu sou idiota, não posso ficar desequilibrada agora, chegou o hora de acabar com tudo isso, eu me afasto de Hannibal, olho nos olhos dele e mesmo sem dizer nenhuma palavra, ele me entende.
            Me viro para encarar John, ele está rindo com seus capangas, eles estão do lado de dentro do portão, um dos carros está com a porta aberta, consigo ver Joe e Tyler amarrados dentro dele.
            -Vá embora, John!- Grita Hannibal- Não há nada aqui que te interesse!
            -Está enganado, Hannibal!- Responde gritando John- TUDO isso me pertence!! A Mansão! Seus protegidos! Sua fortuna! Até você! Eu tenho o direito a tudo isso agora!
            John dá uma breve gargalhada, aponta para mim e continua:
            -Até mesmo Demi me pertence! No final você perde tudo por ter deixado o conselho, meu irmão.
            Alguém se aproxima de John por trás, meus olhos demoram a perceber que é Danielle, ela tem um sorriso muito idiota na cara, ela vestia uma calça larga demais e uma camiseta de manga curta verde neon, ela anda como se estivesse desfilando, pelo jeito ela nem percebe o quanto está ridícula.
            -Pegue tudo e todos!- Ordena John para os outros, depois aponta para mim novamente- Começando por ela!
            Danielle começa a vir em minha direção, exatamente no instante em que um vento frio e cortante começa a soprar, meu cabelo que antes estava preso agora bate violentamente em meu rosto, sei que não é a melhor hora, mas meu cabelo vai ficar todo embaraçado.
            Uma chuva forte e pesada começa a cair, não parece nada normal, é extremamente fria e me sinto cansada quando ela me toda, preciso me concentrar para não cair no sono.
            Danielle está quase na metade do caminho quando ouço a porta atrás de mim abrir violentamente, não dá tempo nem de eu me vira, vejo Avi passar correndo por mim, segurando um bastão erguido, ele vai em direção à Danielle.
            -Você não vai levar nada da minha casa, sua vadia!- Grita ele com força- Vou proteger a minha família!
            Avi ataca Danielle, ela grita e se encolhe (Que covarde!), mas está óbvio que ele vai acertar ela, então do nada alguém se coloca entre os dois, tem um cabelo loiro curto, veste um casaco marrom de lã e tem uma faixa verde escura amarrada na cintura, deixando bem definido seu corpo esbelto.
            Eu não consigo ver quem é, está de costas para mim, mas eu tenho um palpite de quem seja, tomara que eu esteja errada, a figura ergue a mão e segura o braço de Avi com facilidade, é impressionante, Avi é muito forte, e a figura parece nem se esforçar.
            A figura vira seu rosto, ela está exatamente como antes, mas agora seu cabelo está mais curto e seus olhos brilham no vermelho em vez de azul, mas mesmo assim eu posso ver que é ela, Jessy.
            Jessy aplica um golpe em Avi e o derruba com força no chão, Danielle engatinha para longe, ainda segurando o braço de Avi, Jessy o vira em um ângulo estranho, um som agonizante de um osso sendo quebrado é ouvido e então Avi começa a gritar.
            Eu tento avançar até ele, sem ideia do que fazer, mas sou impedida por Hannibal que segura meu braço com força.
            -Me solta!- Eu grito para ele- Precisamos...
            -Sua Vaca estúpida!- Grita alguém atrás de mim, passo apressados passam por mim, é Kirstie, ela está fica poucos metros na minha frente- Fique longe do meu namorado, sua recalcada!
            Kirstie faz um som estranho com a boca, semelhante à um latido, então aparecem três lobos gigantescos, saindo da floresta e vindo a toda velocidade em direção à Jessy.
            Antes que os lobos chegassem perto de Jessy, vários vampiros correm em direção aos lobos e os derrubam, uma chuva fina e densa começa a cair, não consigo mais ver Jhon, Danielle nem os carros, apenas consigo distinguir uma sombra caída no chão se contorcendo e outras duas lutando.
            Em poucos segundos já estou pingando por causa da chuva, quando estou inteiramente molhada, giro meu braço e o puxo, a mão de Hannibal escorrega de meu braço e eu consigo me soltar, me desequilibro um pouco e começo a correr em direção à onde antes estava Jhon.
            Eu paro ao lado do corpo de Avi, ele está se contorcendo de dor, seu braço está virado em um ângulo totalmente impossível (Ui!), eu não sei o que fazer, apenas sussurro alguma coisa para acalmá-lo, mas ele não consegue me ouvir, então eu vejo em seu braço uma pequena luminosidade se movendo, é uma pequena descarga elétrica que Jessy deixou nele, estimulando seus nervos e o fazendo sentir muita dor.
            Coloco um dedo meu em cima do local onde o pequeno raio está passando, não sei direito o que esperar disso, mas o raio passa para o meu dedo, por um momento eu sinto pânico, mas depois simplesmente o encosto no chão e o raio some.
            Avi desaba no chão, ele está suado e respirando com dificuldade, mas está bem, eu agora vejo que uma batalha se formou ao meu redor, os vampiros da mansão estão lutando contra os vampiros do conselho, isso é assustador, ver tantos rostos conhecidos ficarem pálidos e seus olhos ficando vermelhos, muitas presas se sobressaem, e muito sangue contaminado pelo veneno vampiresco é derramado.
            Eu imediatamente me levanto e corro para onde John estava, quase escorrego ao chegar perto dos carros, eu abro a porta de onde eu lembrei ter visto Joe, por sorte ele estava lá, ele se debatia sutilmente sentando se soltar das cordas, que o prendiam.
            -Oi amor, cheguei tarde?- Eu digo.
            -Na verdade chegou bem na hora.- Diz ele sorrindo.
            Eu entro no carro e começo a desamarrar as cordas de seu braço, quando eu termino ele me abraça bem forte, infelizmente não é o suficiente para abafar os sons da batalha.
            -Sei que não é um bom momento...- Diz ele no meu ouvido- Mas... quer casar comigo?
            Eu me afasto dele, meu rosto esquenta, não sei o que dizer.
            -Sim, eu me caso com você!- Essa é a resposta óbvia para mim, sem dúvidas- Mas realmente não é um bom momento, deveria ter pedido antes, ou devia ter esperado tudo isso terminar...
            -Nós dois sabemos que isso pode não terminar.- Diz ele bem sério- Demi, eu não sei se você ou eu vamos sair vivos dessa, é agora ou nunca.
            Nós nos olhamos um pouco, eu ouço um grito de uma garota, um grito de terror, ele me abraça, eu quase começo a chorar, mas consigo segurar.
            -Estou com medo, Joe.- Eu sussurro devagar.
            -Eu ficaria surpreso de você não estivesse.- Diz ele com bondade- Mas agora não é hora para isso, precisamos ficar fortes, tudo bem?
            Nos afastamos apenas o suficiente para ele me beijar, aquele carro parece o lugar ideal, mas precisamos sair, agora!
            Eu saio primeiro, sou seguida por Joe, imediatamente um vampiro inimigo tenta e acertar com um porrete, mas Joe se joga na minha frente e em um segundo o vampiro perde a cabeça, simples, rápido.
            Corremos para perto da mansão, nossos ataques são rápidos e diretos, vamos apenas ajudando quem precisa, tirando de nosso caminho, até onde podemos ver eles ainda não invadiram a mansão, mas estão chegando perto.
            Tropeço várias vezes em corpos sem vida, muitos são crianças, aliados, em algum momento vejo um garoto loiro com a cabeça virada ao contrário, lembro ainda quando ele me convidou para dançar.
            Em certo momento Joe desaparece na multidão, eu não consigo vê-lo, meu coração se aperta, não posso suportar nem a ideia de perde-lo.
            Um grito a distância se sobressai aos sons da batalha, eu corro até uma mulher caída no chão, um vampiro está em cima dela, brincando de forma nojenta com seu corpo, eu não consigo ver quem é a mulher, apenas jogo o homem para longe, ele fica imóvel, eu estendo a minha mão para a mulher e vejo que é Kirstie.
            Ela me olha com dúvida para minha mão estendida, ficamos um tempo nos olhando, até ela gritar um alerta para mim, eu me abaixo sem pensar ela pega uma faca de algum lugar e corta de uma só vez o pescoço do homem, ele tinha se levantado e ia me agarrar por trás.
            Kirstie e eu ficamos de pé e nos encaramos, ela apenas confirma com a cabeça, e eu entendo, sem dizer uma palavra nós demos uma trégua, agora somos aliadas, parceiras, deixamos nossas brigas e diferenças para depois, agora temos apenas um objetivo, proteger a mansão e a nossa família.
            Nós corremos em direções opostas, eu vou derrubando todos que estão em meu caminho que não sejam meu amigos, agora ouço até disparos de armas de fogo, o ar fica com cheiro de sangue, pólvora e terra molhada.
            Eu encontro uma espada persa caída no chão, eu a pego se hesitar, imediatamente vejo John no meio de uma multidão, ele está rindo quando vira o pescoço de um garoto e arrancar sua cabeça.
            John me vê e começa a gargalhar, eu corro na direção dele, ele se prepara para receber o meu golpe, o que é inútil pois ele está desarmado, faltando apenas três metros para eu fincar a espada em seu peito sou interceptada por uma mulher musculosa e um brutamontes.
            A mulher arranca a espada de minhas mãos enquanto o homem me derruba, me deixando de cara no chão e ele fica segurando meus braços nas minhas costas, Jon ainda rindo se aproximando.
            O homem sobe em cima de mim, não deixando eu me mexer nem respirar, John pega a espada persa caída no chão, ele estuda a lâmina com cuidado.
            -É estranho, não é?- Diz ele com sarcasmo- Você trazer a arma para sua própria execução.
            Ele segura a espada acima da cabeça com as duas mãos, o homem afasta meu cabelo de meu pescoço.
            É o fim, não tem como escapar, minhas esperanças se esgotam em um segundo, só consigo pensar em Joe, como será que ele vai lidar com isso? Será que ele vai se apaixonar novamente? Não... Joe me ama, eu amo Joe, acredito que essa seja a única verdade do mundo.
            Fecho os olhos, esperando o fim, talvez seja melhor assim, estou cansada de viver, não sou velha, mas sou experiente o suficiente, meus amigos podem aprender a viver sem mim, o destino que John quer para eles pode não ser tão ruim.
            NÃO! Não posso pensar assim, tantas coisas que já passei, me recuso a pensar que vai acabar assim, não posso perder esse jogo, tenho que libertar meus amigos, quero um futuro, quero um futuro com Joe, quero me casar, quero ter filhos, quero poder cozinhar para eles, quero fazer as pazes com Hannibal, quero acabar com a guerra que ainda não começou, tenho que viver!
            -Não posso morrer ainda...- Eu sussurro, sei que John não me ouviu, mas era apenas para mim.
            -NÃO POSSO MORRER AINDA!!- Eu grito usando minhas últimas forças- Não vou deixar que você vença!
            Abro os olhos e vejo John com o braço ainda erguido, ele ri de minhas palavra, mas então a mulher grita e some de minha vista, depois o homem sai de cima de mim, não consigo ver o que acontece, então John geme de dor.
            Uma flecha se projeta do peito de John, ele parece confuso, apenas cambaleia para trás, mas é tempo suficiente para alguém pegar meus braços e me carregar para longe, eu estou vendo tudo embaçado, as coisas parecem estar girando, mas eu consigo distinguir muito bem os olhos cinzas, o corpo habilidoso e seu cabelo parecendo um pavão.
            Eu apenas sorrio e me permito desmaiar.

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Heey, sentiram saudades?  *o*
Notícia quentinha: segundo minha amiga essa fic tem mais um capítulo mais o epílogo e acabou.
Triste, eu sei, mas é a lei da vida. Onde uma coisa morre, outra nasce. E a fic que vai nascer é a My Princess, como eu já tinha dito. Vai ser medieval e será postada assim que eu mudar o visual do blog que provavelmente seja logo.
E meninas, alguém aqui le fics pelo orkut?
Beijos~ :*