quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Shadows - Capítulo 18

            Eu chuto a porta do escritório de Hannibal.
            Minha aparência está horrível, meus olhos estão vermelhos e com olheiras, eu uso roupas largas, não consigo sair da cama, só pude me levantar desde o baile porque minha raiva por Hannibal chegou ao máximo.
            -Que surpresa!- Diz Hannibal, mas ele não olha para mim, continua focado em sua leitura- A que devo sua agradável presença!
            -Chega de Jogos, Hannibal!- Eu digo, admito que pareço um pouco selvagem- Já é hora de você me explicar tudo!
            Ele indica com a mão o sofá me convidando para sentar, me sento com indiferença, mas me lembrando do dia em que ele me transformou.
            Ele se senta ao meu lado, não falamos algo até que por fim ele diz algo:
            -O que você veio fazer aqui? Certamente não foi para me ver.
            -Quero a verdade!
            Minha voz está confiante, espero por respostas a tanto tempo que não consigo segurar minha ansiedade.
            -Quero saber por que sou diferente. -Digo- Quero saber por que hesitou em me transformar. E...
            -Quer saber sobre sua mãe. -Me interrompe ele- Você acha que não lhe contei tudo.
            Confirmo com a cabeça.
            Ele respira fundo, ele encara a parede pensativo, eu posso perceber que ele está lembrando de algo doloroso, o que é estranho, deixa Hannibal com uma aparência quase humana.
            Por fim ele fala...
            -Eu amava sua mãe.
            Com toda certeza eu não estava preparada para isso, meu queixo cai, eu fico olhando para aquele homem (Ou vampiro, tanto faz) que me fez ter tanto medo, agora frágil e certamente triste.
            -Eu...-Estou sem palavras- Eu posso ver?
            Ele confirma e se vira para me olhar, eu lentamente estico minhas mãos e toco seu rosto, um leve choque nos conecta e eu entro na cabeça de Hannibal, em suas memórias, especificamente na mais dolorosa.
            Eu estava em um bar, chovendo muito do lado de fora, ninguém podia me ver obviamente, mas eu percebi então um homem sentado no balcão, ele tinha o cabelo cor de areia espalhado, obviamente era Hannibal, mas era mais jovem, talvez a idade de Joe, ele era bonito, ainda não tinha as rugas de preocupação, nem a cara de mal.
            Então entra uma mulher ensopada por causa da chuva, que era bizarramente igual a mim, os mesmos olhos, a mesma pele pálida, apenas o cabelo que era um pouco loiro, fora isso era como me olhar no espelho.
            Ela senta ao lado de Hannibal no balcão, coloca uma grande mala de viagem azul aos pés da cadeira e pede um suco para tomar, ela olha pelo canto do olho para Hannibal, ele também a olha, e fica assim por algum tempo.
            -Você conhece algum lugar que aceite menos de 20 dólares de aluguel?- Pergunta ela para Hannibal- Eu não tenho lugar para ficar hoje a noite.
            -Está de mudança?- Pergunta ele.
            -Não. Eu estou estudando turismo na universidade de New York, fui aconselhada a fazer uma viagem para conhecer algumas cidades históricas por aqui, mas não pensei que precisaria de muito dinheiro, então...
            -Pode ficar na minha casa.- Diz o jovem Hannibal.- Qual seu nome?
            -Dianna!- Responde ela sorrindo.
            Cerca de 15 minutos depois eles estão saindo do bar, indo em direção à mansão de Hannibal, ela fica surpresa ao ver o tamanho do lugar, ele dá a ela um cobertor quentinho e começa a ascender uma lareira.
            Ela se acomoda em um sofá na frente da lareira, segurando uma caneca com chocolate quente, Dianna já havia trocado de roupa, colocado uma calça de moletom azulada e uma blusa preta que ia até o cotovelo.
            Ele senta ao seu lado, eles conversam muito, até muito tarde, ela acaba adormecendo encostada no peito de Hannibal, ele acaricia seu cabelo, e o coloca para trás do ombro, deixando o pescoço desnudo, uma vontade cresce em Hannibal, uma vontade de beber sangue novamente, ele havia prometido que jamais faria isso de novo, mas não estava conseguindo resistir.
            Se levanta bruscamente, fazendo Dianna acordar, ele se apoia na lareira e olha para o fogo tentando se acalmar, Dianna olha para ele sem entender, então ela se levanta e vai até ele.
            -É melhor você ir embora...- Diz ele, quase chorando.
            -Não!- Ela o abraça por trás- Você é tão bom pra mim! Me diga o que te aflige.
            Ele se vira, eles estão á milímetros de distância, ele se aproxima e a beija, ela retribui, mas então Hannibal se afasta um pouco e segue com a boca até o pescoço.
            Dianna fica um pouco confusa, coloca suas mãos no peito dele e tenta se afastar, mas Hannibal é forte e a abraça com força, as presas dele se sobressaem.
            -P...pare!- Ela implora- O que está fazendo? Não!
            Ele a morde, ela grita por ajuda, mas ele não para, apertando ainda mais ela em seus braços, algumas gostas de sangue escorrem e vão descendo pelo corpo de Dianna.
            Então Hannibal recupera o controle e se afasta dela, ela desmaia e cai no chão, ele se ajoelha ao lado dela de começa a chorar e gritar.
            Ela acorda no dia seguinte, está deitada em uma enorme cama macia, seu pescoço está enrolado em faixas, Hannibal está ao seu lado.
            -Não está com medo de mim?-Ele pergunta.
            -Não!- Ela sorri- Eu estou confusa, mas não com medo! Me explique... por favor.
            E ele explicou pacientemente. Sobre os vampiros e tudo mais. Ela não ficou com medo, e nem ficou por muitos dias em que ela ficou hóspede de Hannibal, eles estavam felizes, riam o dia inteiro, ele ensinou a ela como cozinhar, eles passearam pela floresta a noite, eram uma casal normal, Hannibal quase esqueceu que era um vampiro e do conselho, quase.
            Na noite anterior à volta de Dianna para New York, eles estavam conversando em uma sala, sentados na frente da lareira, fazendo adivinhas.
            Por fim ele deu a ela um beijo de boa noite e a conduziu até o quarto em que ela dormia, ele já estava indo embora, mas ela o puxou de volta, o beijando mais, então estão abraçados, ela o faz entrar em seu quarto.
            “Vamos pular essa parte, está bem?”
            Diz a voz de Hannibal em minha cabeça.
            Tudo vai se distorcendo, até que a cena muda novamente, Hannibal está lendo uma carta, sua expressão está séria e preocupada, as primeiras rugas de preocupação começam a se formar em seu rosto, mas ele continua bonito.
            A voz de Hannibal volta a ecoar.
            “Depois de ela ter partido nós nos comunicávamos através de cartas, algumas semanas depois eu recebi esta carta dela, na carta ela me contava que estava grávida. Nós fizemos um plano, ela iria viajar em segredo para Intense Hill e ficaria comigo durante a gravidez, quando ela desse a luz, deixaria a criança para que eu cuidasse e criasse, assim ela poderia ter uma vida normal.”
            “Alguns dias antes de ela viajar, Dianna conheceu o Patrick, ela nunca fez a viagem, eles se casaram algum tempo depois, Patrick assumiu a criança sem fazer muitas perguntas”
            Meu coração fica desesperado, meu cérebro começa a dar erro, então eu vejo outra cena, a minha casa... A casa que ERA minha em New York, onde vivi com minha mãe e Patrick...
            Era de noite, uma tempestade horrível fazia tudo ficar sinistro, minha mãe dormia abraçada com Patrick, Hannibal estava em pé ao lado da cama, com uma expressão enduercida, ele estica a mão em direção da cabeça de minha mãe, então uma leve névoa sai de baixo das pálpebras fechadas de minha mãe, ela vai em direção da mão de Hannibal que a pega.
            Ele sai do quarto do casal e vai em direção á outro, com flores roxas pintadas na porta, é um quarto de criança, o MEU quarto de criança, então revivo a mesma memória que tive a alguns meses atrás, mas agora da visão e Hannibal.
            Uma garotinha (Eu) grita de medo em sua cama, mas seus pais não podem ouvi-la, assim que ela vê o homem estranho entrar em seu quarto ela se esconde em baixo das cobertas, como se isso a deixa-se invisível, ele se aproxima dela e descobre seu rosto.
            -Tá tudo bem, Demetria.- Diz ele suavemente com uma voz terna- Pode voltar a dormir, prometo que não vai continuar tendo pesadelos.
            Ele acaricia seus cabelos e então dá um beijo em sua testa, como um pai faria.
            -Feliz aniversário, criança.-Sussurra ele.
            Ele sussurra lentamente algumas palavras estranhas, um encantamento, selando o instinto de vampiro da pequena garota no seu próprio sangue, que só seria despertado quando fosse mordida...
            Eu afasto minhas mãos do rosto de Hannibal, me levanto bruscamente e me viro para ele não me ver chorar em quanto grito:
            -NÃO! NÃO É VERDADE!! NÃO PODE SER VOCÊ!
            Solto um estranho ganido agudo e tapo a boca com as mãos.
            -A paixão acaba.- Sussuro.- Mas o amor é eterno, você ainda a ama.
            -Sim.-Responde ele- Eu ainda a amo. Mas quando ela veio aqui te procurar à alguns meses atrás, ela não me reconhecia por causa do meu encantamento, se ela sentisse o mesmo por mim, seus sentimentos seriam capaz de trazer sua memória de volta, mas obviamente não foi o que aconteceu.
            -Porque me transformou?-Eu digo- Você selou minha parte vampira e depois a acordou, eu não entendo.
            -Minha intenção era deixar você viver normalmente como humana, mas Dianna começou a ser uma péssima mãe, por minha causa, quando eu retirei as memórias dela eu deixei um feitiço para que ela repelisse qualquer coisa ligada à mim,eu não fazia ideia que isso incluiria você, até que com 15 anos você fugiu de casa e seus instintos a guiaram até Intense Hill, você estava com tuberculose, mas não sabia, você ia morrer em breve, eu a salvei, mas suas origens...
            -Minhas...origens...?
            -Sim. Suas origens, ligadas diretamente a mim. Você já deve ter descoberto que eu já fui do conselho, é um negócio de família, a família vampira mais antiga de todas, porem eles se tornaram violentos com os humanos, ficando possessivos, eu decidi me retirar daquele lugar antes que fosse tarde e criei esta filial com a intenção de criar algo para destruir o conselho, mas eu conheci sua mãe e os planos mudaram.
            Eu me viro para olha-lo, sua expressão está perturbada, ele parece frágil, eu fico imaginando como minha mãe pode...
            -Você não é meu pai!-Eu digo ferozmente- Não pode ser...
            -Mas é a verdade! Você não pode fugir disso.
            Eu abaixo a cabeça, não posso aceitar isso, Hannibal não pode ser meu pai, mas não posso ignorar uma coisa em minha cabeça que confirma isso.
            -O que vai acontecer agora?- Minha voz sai falhando- Com Lindsey? Com o conselho? Comigo?
            Hannibal respira fundo algumas vezes, ponderando, então anda até mim , segura minha mãe entre as suas.
            -Eu não posso salvar Lindsey, muito menos você pode. John percebeu que você é minha filha, ele vai querer você de alguma forma, uma vampira filha de uma humana é algo único, e eu queria proteger você, mas agora... a situação mudou e os planos também, eles voltaram a ser...
            Alguém abre a porta bruscamente, Joe ofegante entra, com um olhar desesperado.
            -Hannibal! Jessy sumiu, ela não está no...
            Então ele me vê, sua expressão fica confusa, mas ele não pergunta nada sobre isso, Hannibal se afasta de mim, vira de costas e fala para Joe.
            -Chegou a hora, Joseph. Leve ela! Chegou a hora!
            -Que?-Pergunto em quanto Joe vem até mim e me segura pelo braço.- Não! Espera!
            Tento me soltar, mas Joe é muito forte, ele me arrasta para fora da sala, minha cabeça tenta processar tudo o que Hannibal disse.
            Eu estava morrendo...
            Eu sempre fui vampira...
            Hannibal é ...meu pai...
-----------------------------

SOOOOOOOOOOOOOOOORRY
Foi mal mesmo galera, mas sabem como é né.
Fim de ano letivo, provas... E eu nem tenho falado muito com a minha amiga pelo face, o que dificulta, mas pelo menos tem um capitulo incrível pra voces aqui agora!!
Assim que der posto outro!! Beijos~
E que a sorte esteja sempre a seu favor _|||_

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Shadows - Capítulo 17

            “Não faça isso!” dizia minha consciência, mas eu não resisti.
            Estiquei o pé e Kirstie tropeçou.
            Poucos minutos antes ela havia passado por mim e me xingado de tudo o que você pode imaginar, eu não poderia deixar essa de graça.
            Ela cai no chão e ia me xingar de novo, mas lembrou dos vampiros ao nosso redor que poderiam não gostar de um barraco no meio de um baile, eu saio rindo discretamente da cara dela.
            -Me concederia essa dança, bela maldosa?
            Eu me viro e olho para Joe, ele está lindo, usando um terno preto liso, uma camisa social cinza, destacando assim seus olhos com de mel, ele sorri com humor.
            Nós dançamos muito.
            Rimos conversamos, com ele tudo é mais simples, sinto como se um dia nós pudéssemos realmente ser felizes.
            -Eu te amo!- Diz ele no meu ouvido.
            -Quer saber de uma coisa?-Eu digo- Eu te amo!
            Uma hora depois eu estou dançando com um cara estranho, mas bonito e oriental, depois com uma cara baixinho, e com um monte de pessoas que pertencem ao conselho ou seguem eles.
            Todos que vivem na mansão estão tensos e preocupados, diferentemente dos convidados, que estão rindo, bebendo e fazendo questão de dançar com todas as garotas bonitas da nossa filial, o que me inclui.
            Eu finjo estar me divertindo, faço com que todos me vejam e fico andando para qualquer lugar, muitos pescoços se viram, inclusive o de Lindsey, que me olha tristemente.
            Depois de muito tempo Joe me salva daquele sufoco, sugerindo que escapemos por um instante para tomar um ar.
            No caminho eu olho para tantos lugares que se tornaram familiares para mim serem tomados por gente estranha e perigosa.
            O sereno do lado de fora da mansão está frio apesar de ser primavera, alguns casais se beijam.
            Nós nos sentamos encostados em uma das paredes externas, eu me viro e o beijo, curtindo cada segundo, aproveitando a sensação de querer mais, mas então o calor se torna algo quente, desagradável, então eu percebo que eu estou com uma dor horrível em minha cabeça, como se estivesse pegado fogo.
            Eu me afasto e pressiono minha têmpora com os dedos.
            -Você está bem?Pequena?
            -Eu...não...
            -Espera que eu vou buscar ajuda.- Ele se levanta e vai.
            Alguns segundos se passam, mas parecem uma eternidade, até que Joe volta, mas minha visão está embaçada, só consigo ver um borrão vindo em minha direção e estendendo uma mão para me ajudar.         
            O calor na minha cabeça piora
            -Você foi rápido!- Eu seguro a mão.
            Mas então eu percebo que tem algo errado, mesmo eu não conseguindo enxergar direito, eu consigo sentir uma luva de couro, uma mão menor do que a de Joe, eu tento me afastar, mas sou agarrada e obrigada a me levantar.
            Dois homens seguram meus braços, por mais que eu tente me livrar, então eu consigo perceber (ainda com a visão embaçada, mas um pouco melhor), que tem mais pessoas, formando um círculo torto em volta de mim.
            -Soltem ela!!- Grita Joe, também lutando para se soltar de dois brutamontes que o seguram.
            Minha visão finalmente volta ao normal, mas eu preferia continuar a não enxergar do que ter que encarar aquela cena.
            Eram cerca de 20 pessoas, todos são do conselho ou vampiros fieis a eles, incluindo a idiota da Danielle, eu não tenho como escapar, nem como lutar, então John aparece no círculo também, com um sorriso triunfante no rosto, ele abre os braços ao me ver.
            -Eu preciso dizer o quanto estou desapontado?- Diz ele- Esperava tanto de você, parece que você não é exatamente o que pensei que fosse.
            -E o que exatamente você pensou de mim?-Eu pergunto.
            -Você carrega um legado poderoso, mesmo que eu não saiba a origem.- Ele começa a andar e falar para todos os lados- Sabe...Nem sempre, nós do conselho temos o controle sobre todos os vampiros do mundo e suas ações, então podem ocorrer deslizes.
            O ar parece ficar mais frio, as árvores estalam e um vento forte faz com que meus cabelos se soltem e esvoacem ao meu redor, todos parecem olhar apreensivos para a mansão, até mesmo John, que faz um gesto com a mão e os homens atrás de mim me soltam, eu consigo examinar rapidamente meus braços e ver os hematomas tomando forma.
            -Precisamos nos apressar, bonitinha!- Diz John, então ele faz algo que me surpreende, pega uma faca de seu bolso e corta verticalmente seu braço direito- Mostre para mim quem você é.
            -Eu não entendo o que você quer dizer!- eu grito, olhar o sangue regar a grama me deixa nervosa- Acredite em mim! Eu não sei quem eu sou, e mesmo se soubesse eu não saberia como mostrar a você!
            -Beba de uma vez!- Grita John com o rosto vermelho.
            -Não!- Eu me viro e corro em direção a um dos vampiros que me cercam, ele tenta me pegar, mas eu me agacho e continuo correndo, cada vez me afastando mais da mansão.
            -PEGUEM ELA!
            Eu largo meus sapatos em algum lugar e continuo correndo, então a agradável noite de primavera é substituída por uma forte neblina, um vento gelado e o som de meu coração batendo desesperadamente, não consigo ouvir passos me seguindo, mas sei que eles estão lá.
            Eu começo a caminhar, não consigo mais correr, mas não posso parar, fico olhando sempre para trás para ter certeza de que não estão mais me seguindo, eu paro então em uma clareira, as árvores são muito altas e densas, deixando apenas pequenas frestas de luz da lua passem pelas folhas.
            Então sou agarrada por trás, braços fortes me envolvem, eu reconheço a camiseta, com toda certeza é John.
            -Onde você ia, boneca?- Sussurra ele em meu ouvido- Precisamos de você...
            -Solte ela John!- Diz uma voz vinda da floresta.
            -Hannibal!!!- Diz John fingindo alegria.
            -Hannibal...- Eu repito baixinho, como um pedido de ajuda.
            -O que pensa que está fazendo, John?- Hannibal aparece a nossa frente, surgindo na neblina.
            - Eu vou leva-la, Hannibal! É ela! Tenho certeza.- Diz John rindo.
            -Do que vocês estão falando?- Eu pergunto, tentando me soltar.
            -A questão é que você não pode a levar!- Diz Hannibal, eu consigo perceber que ele mostra certa hesitação ao falar, um pouco de medo talvez...
            -Posso sim! Esse é o nosso acordo com as filiais, posso levar qualquer vampiro que nos interesse. Esse é o acordo que você aceitou, Hannibal! E você não pode...
            Ele se interrompe, posso ver pelo canto do olho que o sorriso sumiu de seus lábio, ele treme levemente, então solta uma gargalhada alta.
            -Eu não acredito! Não posso acreditar! HAHAAHAHA!- Ele me joga para Hannibal que me segura- Eu não esperava isso de você! De qualquer um, menos de você!
            John continua a rir como um louco, ele puxa uma longa faca de um gume (Sei lá de onde saiu isso) e aponta para mim.
            -Lamente ter nascido, pequena Demetria!
            Então Lindsey chega dando uma voadora.
            Isso mesmo, uma voadora.
            Mas ela erra John por centímetros, Lindsey está com o violino preso nas costas e o arco na mão, ela o ataca violentamente, dando rápidos golpes, mas John apenas esquiva deles rindo ainda mais.
            Até que lindsey consegue chutar seu peito, ele fica sério e eu percebo que Lindsey tem sérios problemas.
            John age muito rápido, em poucos segundos Lindsey está de costas do chão, John está com uma mão apertando seu pescoço, ele está em cima dela, ela não consegue se mover, eu tento ajudá-la mas Hannibal me segura.
            -Demi...- Fala Lindsey sufocando- Faça parar...
            - Me solta Hannibal!-Eu grito- Faça alguma coisa! Por favor!
            Lindsey não vai morrer sufocada, mas ela vai sentir a dor do estrangulamento e o desespero, tornando ainda maior sua agonia, Hannibal finalmente pensa em algo e fala.
            -Leve-a no lugar de Demi!
            Todos ficamos pasmos, por essa eu não esperava, eu posso ver o medo nos olhos de Lindsey, mas ela apenas concorda, John parece não concordar.
            -Ela é mais útil do que Demetria!- Diz Hannibal- Sabe lutar, é mais rápida, mais confiante, mais bela...
            Eu não sei se fico grata por ele estar me salvando ou com raiva por ele estar jogando Lindsey nas mãos dele (e por estar me chamando de inútil), mas ele convence John, um aperto de mãos entre eles sela um acordo, John deixa Lindsey se despedir de mim.
            Nós nos abraçamos, choramos, eu agradeço por ela estar fazendo isso, mas eu me sinto tão culpada.
            -Não fique assim Demi!- Diz ela sorrindo- Você é minha melhor amiga! Faço tudo para o seu bem.
            -Mas Lindsey...
            -Está tudo bem!-Diz ela acariciando suavemente meu cabelo- Huum... Mas eu preciso te contar uma coisa, antes de... bem, antes de eu ir...
            Ela respira fundo e começa a falar rápido, me contando suas mágoas que a atormentam.       
            -Quando eu disse para você que eu teria morrido se não estivesse sido mordida...- Diz ela relutante- Bom... Eu tinha câncer nos ossos, eu não poderia mais tocar violino, eu ia morrer em poucos dias, eu estava viajando para me despedir da minha tia que morava em Intense Hill, eu tinha entrado em uma depressão profunda... eu...
            Seus olhos ficam cheios de lágrimas.
            -Eu me joguei na frente do trem e... bem... você já sabe o resto...
            Nós nos abraçamos, e ela se foi como fumaça, literalmente, ela simplesmente desapareceu, deixando uma leve bruma esvoaçando ao meu redor, eu me curvo para frente e começo a chorar.
            Hannibal se aproxima de mim, coloca a mão em meu obro e diz como uma voz inalterada:
            -Não seja como a sua mãe! Não seja uma covarde.
            Horas depois o sol nasce novamente, eu não consigo mais soltar lágrimas, mas continuo chorando, Hannibal sumiu, ninguém veio me procurar, estou protegida apenas pelas árvores que deixaram aquele clima tenebroso.
            -Demi!- Uma voz me chama.
            -Joe...- eu tento chamá-lo mas minha voz some- Joe...
            Mas ele me encontra, joga seu terno em volta dos meus ombros e me pega no colo, ele vai sussurrando coisas serenas e calmas até que eu caio no sono.
            Eu acordo gritando, mas Joe está lá para me acalmar.
            -Eles a levaram mesmo?- Eu choro...
            -Levaram quem, pequena?- Diz Joe calmamente, acariciando meu rosto.
            -A Lindsey... Eles a levaram, não é?
            -Pequena...- Ele me olha tristemente- Não... Não exatamente...

----------

Só postando rapidinho aqui, depois bato um papo, flw ;)
Beijos~