_ Verme ingrato! _ Harold gritava na sala do trono enquanto atirava uma
jarra de metal que continha seu vinho. Na sala jaziam ele e a filha, Catherine
_ E você, sua imprestável, por que fora agir assim? Deveria se mostrar gentil,
submissa, e não arrogante!
_ Desculpe-me, pai, mas não pude me controlar. O príncipe mostrou-se
muito insolente aos meus olhos.
_ Insolente ou não, era ele quem seria nossa chave para tomar Aurum.
Mas agora que recebeu uma recusa, nem isso temos!
Paredes vibravam com os gritos do rei. Ele estava, resumidamente,
possesso com sua filha. Seus planos, todos por água abaixo.
_ Pai, eu acredito fielmente que Joseph possua uma amasia, ou algo
perto disso. Não teria outro motivo para recusar o casamento.
_ Eles e suas regras estúpidas. Deviam permitir quantas amasias o rei
quiser, não importa se este seja casado ou não.
_ O que faremos, pai?
_ O que faremos? Agora que tudo foi pelos ares, eu não sei. Esperar por
um milagre talvez. Mas o verme vai pagar, vai sim.
(...)
Joe treinava com sua espada. Desta vez estava com apenas dois guardas
treinando, e sem nenhuma plateia. Evitava encontrar muito com Morrigan desde
que Demi lhe falara os absurdos que ele fazia com seus homens. Sempre arranjava
uma desculpa para não vê-lo.
Depois de derrubar o último dos dois guardas, Joe os dispensou. Rumou
para a cozinha. Não encontrara Demetria lá. Ela não trabalhava muito ali, só
ocupava a vaga de um cozinheiro quando algum faltava. Significava então que
estava trabalhando em sua casa.
Serviu-se de um copo d’água e saiu dali. Logo seria o jantar. Avistou uma criada e ela
fez uma reverencia assim que o viu, fazendo a costumeira pergunta.
_ Precisa de alguma coisa, majestade?
_ Mande alguém preparar meu banho. _ ordenou, seguindo para o quarto.
Retirou a bainha que continha a espada e retirou a blusa preta sem
mangas que usara para treinar. Uma criada bateu-lhe a porta de seu quarto e
entrou, indo para o banheiro, preparando seu banho. Saiu minutos depois, e
então ele entrou. Despiu-se completamente e afundou na água morna da banheira.
Automaticamente seu corpo relaxou. Mergulhou molhando os cabelos e
quando emergiu retirou o sabão que ficara em seus olhos. Com uma esponja
esfregou o corpo e então permitiu-se relaxar, repousando a cabeça na borda da
banheira.
Ficou minutos a fio somente relaxando e pensando. Teria uma reunião
entre seus pais e os lordes conselheiros pela manhã. Reunião na qual estaria
presente. Suspeitava que seria o assunto dela, principalmente por sua recusa a
proposta de casamento com a princesa. Logo após o almoço, iria procurar
Demetria.
Sorriu. Esperava pela resposta dela e torcia para que fosse um “sim”. No
dia anterior, quando saiu da casa, estava receoso, mas isso mudou. Mudou quando
ele vagou pelas lembranças que tinham. Ela se preocupava com ele, gostava
dele... Seria um começo.
Batidas na porta do banheiro foram ouvidas e Joseph grunhiu.
_ O que é? _ uivou abrindo os olhos.
_ Majestade, o jantar será servido. O rei e a rainha aguardam sua
presença.
_ Diga que já vou!
_ Certo, senhor.
Suspirando, ele saiu da banheira. Alcançou uma toalha e secou seu
corpo, logo a encaixando na cintura. Pegou outra usando para secar o cabelo e
seguiu para o quarto. Terminando de se vestir saiu do quarto, indo até a sala
de jantar. Seus pais já se encontravam lá. Deu boa noite e sentou, então o
jantar foi servido.
_ Não se esqueça da reunião amanhã, Joseph. _ seu pai comentou.
_ Não irei esquecer.
Nada mais foi dito dali em diante. Seu pai não dizia nada e Joe não
parecia nem um pouco preocupado em mudar a situação. Quanto menos diálogo com
sei pai, melhor. Ainda estava com raiva dele.
_ Sabem... _ a rainha começou _ É tão bom um jantar em família onde só
o barulho do garfo batendo no prato é ouvido.
_ Querida, nós...
_ Nós o que Rupert? Não venha querer me explicar nada, pois sei
exatamente o que acontece. Esse maldito gênio teimoso... Veio do seu lado da
família! Eu só queria que parassem de agir como duas criancinhas de cinco anos.
_ Mãe, não quero que a senhora se aborreça.
_ Então parem de ignorar um ao outro! Simples assim.
_ Eu pararia, se meu pai ouvisse minha vontade de vez em quando ao
invés de apenas pensar por ele.
_ Somente por mim? Eu tenho o peso de um reino nas costas. Você é que
se tornou tão mimado que não aceita algo para o bem de todos se você não ficar
bem também.
_ Mimado ou não, eu tenho direito de escolha.
_ Não, não tem. Você é o príncipe, deve seguir protocolos.
_ Maldito dia em que resolveram não ter mais filhos. Eu entregaria de
bom grado o trono ao meu irmão mais novo, se eu tivesse um.
_ Menino ingrato! _ Rupert berrou _ Ganhará o reino todo de herança e
não se dá por satisfeito. Quer ainda a mulher que quiser como esposa.
_ Justo, não é? Se vou governar, gostaria que fosse com alguém que
admiro ao meu lado.
_ Não se pode ter tudo o que quer na vida, Joseph. Você foi criado para
ser um rei, não um homem comum. Reis devem fazer sacrifícios para o bem maior.
É assim para todos.
Novamente o silencio se instalou. Joseph não queria falar mais nada,
nem Rupert. Lílian então... Ela só queria uma paz feliz, não deste jeito. Resta
saber se seria possível.
(...)
_Declaro essa assembleia iniciada! _ disse Rupert. Estavam em um grande
salão do palácio. A cadeira de Rupert, a mais majestosa, se encontrava no
estremo, a frente da grande janela que ia do chão até quase todo o teto.
Como numa grande mesa de jantar, haviam cadeiras do dois lados. Cinco
em um e cinco em outro. Eram os lugares dos lordes. Joseph sentava em uma
cadeira do lado direito do pai. Morrigan estava em pé do outro lado do rei.
_ Se me permite, meu rei, gostaria de iniciar. _ Lorde Maximus se
pronunciou e, após um aceno positivo do rei, começou _ Porém, se não for
insulto, gostaria de falar somente na presença do conselho e de vossas
majestades. _ era de Morrigan a quem se referia. Percebendo que outros lordes
também preferiam o sigilo, Rupert pediu para o amigo se retirar, e ele assim o
fez _ Obrigado. _ agradeceu e prosseguiu _ Chegou ao saber do conselho que o
Rei Harold, de Aglorum, ofereceu a mão de sua filha, a princesa Catherine, ao
príncipe Joseph, de Aurum.
_ Correto, Maximus. _ confirmou o rei _ Harold ofereceu, mas Joseph
recusou.
_ Perdão majestade? _ Maximus se dirigiu a Joseph, silenciosamente
pedindo uma explicação.
_ Tenho uma explicação plausível, lordes, posso garantir. _ o rei riu
baixinho em seu lugar, porém ninguém o ouviu _ Não creio que as intenções de
Harold sejam as melhores para com este casamento. E acho que concordam comigo
quando digo que é muito estranho ele nos chamar para conversar sobre acordos visto
que durante anos nunca sequer nos dirigiu a palavra. _ os lordes concordaram _
Com este casamento, Harold ganharia passe livre para entrar e sair de nosso
reino por um grande tempo. Creio que isso faça parte de algum plano de guerra
ou algo do gênero.
_ Faz sentido. _ disse o Lorde Parménio _ Harold não é nenhum homem
honroso e seu histórico não condiz com acordos de paz. O jovem príncipe obtém
razão aos meus olhos.
_ Mas e quanto a nossos planos de guerra? _ Lorde Darius se pronunciou
_ Se Harold estiver mesmo com um plano de batalha, estaremos prontos para
revidar? Os soldados de Aglorum que vieram apresentar-lhe o convite da visita
passaram sem nenhum problema pela fronteira. Quem pode dizer se um exército
poderá passar também, e ainda despercebido.
_ Fora um erro dos guardas da nossa fronteira. Os deixaram passar, mas
só porque eram em pouco número e força. Não irá se repetir, posso lhes
garantir. _ disse o rei.
_ Peço perdão meu rei, mas digo que está se iludindo quanto às
intenções de Harold. _ voltou a falar Parménio _ Sabemos o quão ordinário ele
é. Paz não está em seus planos.
_ Por isso o casamento, caro Parménio. Assim como eles teriam acesso ao
nosso reino, também teríamos ao deles.
_ Na verdade não, meu senhor. _ contrariou Lorde Olívio _ A princesa e
a família real seriam escoltados para nosso reino, portanto não teríamos nada
para tratar no reino deles. Já eles poderiam trazer soldados e armamentos para
suas escoltas. Poderiam tomar o reino com poucos soldados, desde que estiverem
dentro do castelo, o que seria o caso.
_ Mas, se continuarmos a recusar esse casamento... _ continuou Joseph _
... Poderíamos impedi-los de entrar em
Aurum. Fortaleceríamos nossas fronteiras e poríamos vigias desde as montanhas
até o rio veloz, onde há uma tenra visão de Aglorum. Se Harold sequer tentar
entrar em nossos domínios teremos o exército a postos logo nos campos que
separam a fronteira das casas dos civis.
_ Concordo com o príncipe. _ Darius disse _ Precisamos de um plano de
defesa e este está perfeito para a situação.
_ E vocês mi lordes, o que acham do plano de Joseph? _ o rei perguntou
aos outros seis lordes que se mantiveram calados, apenas ouvindo.
_ Eu acho... _ disse Coriolano _ ... Que não é preciso reunir nosso
exército. Harold pode ser o sanguinário que for, mas sabe que uma guerra iria
aniquilar as forças dos dois reinos. Poderíamos não vencer, mas ele não
venceria também. _ Rupert pareceu satisfeito com esta resposta. Ele não queria
guerra. Alarmara o exército somente por precaução anteriormente, mas armar-se
já sabendo que haveria batalha? Não, ele não queria isto.
_ Pensamento pobre, Coriolano. _ disse Lorde Marcus _ As estimativas de
soldado de cada reino foram tiradas anos atrás! Já imaginou quantos mais
soldados Harold já reuniu em todos esses anos? Ele sabe planejar. Seu primeiro
ataque será de adolescentes, adolescentes treinados. E isso só para cansar
nosso exército. Precisamos do exército e precisamos de mais soldados, o quanto
pudermos encontrar.
No final da assembleia foram sete lordes a favor de reagrupar todo o
exército e três querendo deixá-los como estão. Mas não era uma democracia. O
rei decidia, e Rupert preferia apenas aguardar sem gerar o tumulto do exército.
Joseph saiu ainda com mais raiva. Seu pai sempre dizia que ele estava
pronto para assumir o reino, mas nunca ouvia seus conselhos para nada. Parecia
que estava em assembleias apenas por enfeite. Saiu então em um rompante pela
porta dos fundos do palácio. Queria Demetria, queria Demetria...
_ Príncipe Joseph! _ ele se virou e viu lorde Darius correndo em sua
direção _ Príncipe Joseph!
_ Algum problema, Darius?_ questionou confuso.
_ Não, apenas queria lhe dizer que apoio totalmente sua estratégia e
que posso ajudar. _ Joseph ficou confuso e o lorde tratou logo de explicar _
Sei que seu pai ordenou que tudo ficasse como está, mas, assim como eu, sei que
você está receoso quanto a Harold. Queria ceder alguns de meus homens para
vigiar além da fronteira, pelas montanhas e pelo rio. Precisamos cuidar da
segurança de nosso povo.
_ Está certo, lorde Darius. Agradeço sua ajuda. Nos reuniremos para
discutir isso, mas na taverna. Meu pai não pode desconfiar disto.
_ Certo. Já deixarei alguns homens avisados e garantirei que não falem
para ninguém. Amanhã acertamos as rotas.
Assentiram um para o outro e apertaram as mãos, e então cada um foi
para o seu caminho. Joseph seguiu pela floresta e apressou o passo assim que
passou pelo lago. Torcia para que Demetria estivesse nos fundos da casa, e estava!
Regava as flores. Linda como sempre. Joseph assoviou como um pássaro, chamando
a atenção dela que corou quando o viu e largou o regador, adentrando a
floresta, onde ele estava meio escondido.
_ Vim como prometi. _ disse Joe.
_ Jeremy desistiu do casamento. _ já lhe disse logo, antes que ele
pronunciasse qualquer coisa.
_ Desistiu? _ perguntou surpreso. O garoto parecia tão obcecado por
ela.
_ Sim. Não seria apropriado querer casar-se com uma mulher que já esta
noiva.
Levou segundos para a compreensão atingir o rosto de Joseph. Ela estava
falando de ser noiva dele. Aceitara o seu pedido. Aceitara o seu pedido! Joseph
sorriu radiante e avançou abraçando-a e girando-a no ar. Demetria ria
gostosamente nos braços dele.
_ Será minha noiva então? _ perguntou confirmando sua certeza.
_ Sim Joseph, serei sua noiva. _ sorriu lindamente _Por mais que
teremos de enfrentar muitas dificuldades com esse noivado, eu vejo que serei
feliz com você, e creio que também será feliz comigo.
_ Mais do que pode imaginar.
Então ele a beijou tão apaixonadamente como pode.
(...)
Joe e Demi estavam no mesmo bosque em que haviam se beijado pela
primeira vez. Ele estava sentado encostado em uma árvore e ela entre as pernas
dele, se escorando em seu tronco. Joe havia passado no castelo rapidamente para
pegar seu cavalo e alguns alimentos, então vieram para cá.
_ Quero que vá ao meu baile de aniversário. _ ele sussurrou no ouvido
dela.
_ Não sei se é uma boa ideia. _ ela ainda estava receosa.
_ Anunciarei nosso noivado lá. Então acho que é bom que minha noiva
esteja presente._ falou sorrindo. Ela se virou para encará-lo.
_Tem certeza que quer fazer disso público?
_ Uma hora todos vão saber. Não vejo o porquê de não ser de uma vez na
frente de várias testemunhas. Assim talvez fique mais difícil de meu pai
recusar e também vai aplacar a fúria dele um pouco.
_ Espero que esteja certo, Joe. Sabe que temo pelo minha família.
_ Nada acontecerá a eles, querida. Não se preocupe. _ a aconchegou
novamente em seu tronco enquanto dava beijinhos no cabelo dela.
_E o que acontecerá depois se tudo der certo?
_ Nos casaremos. Você virará a minha princesa e, futuramente, minha
rainha. Vamos colocar esse reino em ordem, juntos.
_Mas Joe, eu não sei se sou qualificada para isso. Você recebeu
treinamento para ser rei toda a vida, já eu nunca aprendi algo de como ser
rainha.
_ Seja quem você é, e será perfeito, meu amor.
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Heey!! Como é que ta, pessoal?
Eu to muito bem ^-^
Alguém aqui assiste Game Of Thrones? Eu to querendo ver, só resta baixar haha' Por acaso alguma de vocês não teria eles baixados? To louca pra ver e queria ver esse fim de semana, se conseguisse. Quero ver a Daenerys :33 (#TargaryenPower) Acho que ela é muito top haha' E o Joffrey parece ser "legal" também haha' #tirano
Leiam, gostem, adorem, amem o capítulo e me deem forças para continuar essa linda história de romance conflituoso dramático!! #BESTFICEVERWOOW haha' zoas' Não é nem de longe minha melhor fic, mas um dia eu chego lá ^-^
Beijos~