Eu chuto a porta do escritório de
Hannibal.
Minha aparência está horrível,
meus olhos estão vermelhos e com olheiras, eu uso roupas largas, não consigo
sair da cama, só pude me levantar desde o baile porque minha raiva por Hannibal
chegou ao máximo.
-Que surpresa!- Diz Hannibal,
mas ele não olha para mim, continua focado em sua leitura- A que devo sua
agradável presença!
-Chega de Jogos, Hannibal!- Eu
digo, admito que pareço um pouco selvagem- Já é hora de você me explicar tudo!
Ele indica com a mão o sofá me
convidando para sentar, me sento com indiferença, mas me lembrando do dia em
que ele me transformou.
Ele se senta ao meu lado, não
falamos algo até que por fim ele diz algo:
-O que você veio fazer aqui?
Certamente não foi para me ver.
-Quero a verdade!
Minha voz está confiante,
espero por respostas a tanto tempo que não consigo segurar minha ansiedade.
-Quero saber por que sou diferente.
-Digo- Quero saber por que hesitou em me transformar. E...
-Quer saber sobre sua mãe. -Me
interrompe ele- Você acha que não lhe contei tudo.
Confirmo com a cabeça.
Ele respira fundo, ele encara
a parede pensativo, eu posso perceber que ele está lembrando de algo doloroso,
o que é estranho, deixa Hannibal com uma aparência quase humana.
Por fim ele fala...
-Eu amava sua mãe.
Com toda certeza eu não estava
preparada para isso, meu queixo cai, eu fico olhando para aquele homem (Ou
vampiro, tanto faz) que me fez ter tanto medo, agora frágil e certamente triste.
-Eu...-Estou sem palavras- Eu
posso ver?
Ele confirma e se vira para me
olhar, eu lentamente estico minhas mãos e toco seu rosto, um leve choque nos
conecta e eu entro na cabeça de Hannibal, em suas memórias, especificamente na
mais dolorosa.
Eu estava em um bar, chovendo
muito do lado de fora, ninguém podia me ver obviamente, mas eu percebi então um
homem sentado no balcão, ele tinha o cabelo cor de areia espalhado, obviamente
era Hannibal, mas era mais jovem, talvez a idade de Joe, ele era bonito, ainda
não tinha as rugas de preocupação, nem a cara de mal.
Então entra uma mulher
ensopada por causa da chuva, que era bizarramente igual a mim, os mesmos olhos,
a mesma pele pálida, apenas o cabelo que era um pouco loiro, fora isso era como
me olhar no espelho.
Ela senta ao lado de Hannibal
no balcão, coloca uma grande mala de viagem azul aos pés da cadeira e pede um
suco para tomar, ela olha pelo canto do olho para Hannibal, ele também a olha,
e fica assim por algum tempo.
-Você conhece algum lugar que
aceite menos de 20 dólares de aluguel?- Pergunta ela para Hannibal- Eu não
tenho lugar para ficar hoje a noite.
-Está de mudança?- Pergunta
ele.
-Não. Eu estou estudando
turismo na universidade de New York, fui aconselhada a fazer uma viagem para
conhecer algumas cidades históricas por aqui, mas não pensei que precisaria de
muito dinheiro, então...
-Pode ficar na minha casa.-
Diz o jovem Hannibal.- Qual seu nome?
-Dianna!- Responde ela
sorrindo.
Cerca de 15 minutos depois
eles estão saindo do bar, indo em direção à mansão de Hannibal, ela fica surpresa
ao ver o tamanho do lugar, ele dá a ela um cobertor quentinho e começa a
ascender uma lareira.
Ela se acomoda em um sofá na
frente da lareira, segurando uma caneca com chocolate quente, Dianna já havia
trocado de roupa, colocado uma calça de moletom azulada e uma blusa preta que
ia até o cotovelo.
Ele senta ao seu lado, eles
conversam muito, até muito tarde, ela acaba adormecendo encostada no peito de
Hannibal, ele acaricia seu cabelo, e o coloca para trás do ombro, deixando o
pescoço desnudo, uma vontade cresce em Hannibal, uma vontade de beber sangue
novamente, ele havia prometido que jamais faria isso de novo, mas não estava
conseguindo resistir.
Se levanta bruscamente,
fazendo Dianna acordar, ele se apoia na lareira e olha para o fogo tentando se
acalmar, Dianna olha para ele sem entender, então ela se levanta e vai até ele.
-É melhor você ir embora...-
Diz ele, quase chorando.
-Não!- Ela o abraça por trás-
Você é tão bom pra mim! Me diga o que te aflige.
Ele se vira, eles estão á
milímetros de distância, ele se aproxima e a beija, ela retribui, mas então
Hannibal se afasta um pouco e segue com a boca até o pescoço.
Dianna fica um pouco confusa,
coloca suas mãos no peito dele e tenta se afastar, mas Hannibal é forte e a
abraça com força, as presas dele se sobressaem.
-P...pare!- Ela implora- O que
está fazendo? Não!
Ele a morde, ela grita por
ajuda, mas ele não para, apertando ainda mais ela em seus braços, algumas
gostas de sangue escorrem e vão descendo pelo corpo de Dianna.
Então Hannibal recupera o
controle e se afasta dela, ela desmaia e cai no chão, ele se ajoelha ao lado
dela de começa a chorar e gritar.
Ela acorda no dia seguinte,
está deitada em uma enorme cama macia, seu pescoço está enrolado em faixas,
Hannibal está ao seu lado.
-Não está com medo de mim?-Ele
pergunta.
-Não!- Ela sorri- Eu estou
confusa, mas não com medo! Me explique... por favor.
E ele explicou pacientemente.
Sobre os vampiros e tudo mais. Ela não ficou com medo, e nem ficou por muitos
dias em que ela ficou hóspede de Hannibal, eles estavam felizes, riam o dia
inteiro, ele ensinou a ela como cozinhar, eles passearam pela floresta a noite,
eram uma casal normal, Hannibal quase esqueceu que era um vampiro e do
conselho, quase.
Na noite anterior à volta de
Dianna para New York, eles estavam conversando em uma sala, sentados na frente
da lareira, fazendo adivinhas.
Por fim ele deu a ela um beijo
de boa noite e a conduziu até o quarto em que ela dormia, ele já estava indo
embora, mas ela o puxou de volta, o beijando mais, então estão abraçados, ela o
faz entrar em seu quarto.
“Vamos pular essa parte, está
bem?”
Diz a voz de Hannibal em minha
cabeça.
Tudo vai se distorcendo, até
que a cena muda novamente, Hannibal está lendo uma carta, sua expressão está
séria e preocupada, as primeiras rugas de preocupação começam a se formar em
seu rosto, mas ele continua bonito.
A voz de Hannibal volta a
ecoar.
“Depois de ela ter partido nós
nos comunicávamos através de cartas, algumas semanas depois eu recebi esta
carta dela, na carta ela me contava que estava grávida. Nós fizemos um plano,
ela iria viajar em segredo para Intense Hill e ficaria comigo durante a
gravidez, quando ela desse a luz, deixaria a criança para que eu cuidasse e
criasse, assim ela poderia ter uma vida normal.”
“Alguns dias antes de ela
viajar, Dianna conheceu o Patrick, ela nunca fez a viagem, eles se casaram
algum tempo depois, Patrick assumiu a criança sem fazer muitas perguntas”
Meu coração fica desesperado,
meu cérebro começa a dar erro, então eu vejo outra cena, a minha casa... A casa
que ERA minha em New York, onde vivi com minha mãe e Patrick...
Era de noite, uma tempestade
horrível fazia tudo ficar sinistro, minha mãe dormia abraçada com Patrick,
Hannibal estava em pé ao lado da cama, com uma expressão enduercida, ele estica
a mão em direção da cabeça de minha mãe, então uma leve névoa sai de baixo das
pálpebras fechadas de minha mãe, ela vai em direção da mão de Hannibal que a
pega.
Ele sai do quarto do casal e
vai em direção á outro, com flores roxas pintadas na porta, é um quarto de
criança, o MEU quarto de criança, então revivo a mesma memória que tive a
alguns meses atrás, mas agora da visão e Hannibal.
Uma garotinha (Eu) grita de
medo em sua cama, mas seus pais não podem ouvi-la, assim que ela vê o homem
estranho entrar em seu quarto ela se esconde em baixo das cobertas, como se
isso a deixa-se invisível, ele se aproxima dela e descobre seu rosto.
-Tá tudo bem, Demetria.- Diz
ele suavemente com uma voz terna- Pode voltar a dormir, prometo que não vai
continuar tendo pesadelos.
Ele acaricia seus cabelos e
então dá um beijo em sua testa, como um pai faria.
-Feliz aniversário,
criança.-Sussurra ele.
Ele sussurra lentamente
algumas palavras estranhas, um encantamento, selando o instinto de vampiro da
pequena garota no seu próprio sangue, que só seria despertado quando fosse
mordida...
Eu afasto minhas mãos do rosto
de Hannibal, me levanto bruscamente e me viro para ele não me ver chorar em
quanto grito:
-NÃO! NÃO É VERDADE!! NÃO PODE
SER VOCÊ!
Solto um estranho ganido agudo
e tapo a boca com as mãos.
-A paixão acaba.- Sussuro.-
Mas o amor é eterno, você ainda a ama.
-Sim.-Responde ele- Eu ainda a
amo. Mas quando ela veio aqui te procurar à alguns meses atrás, ela não me
reconhecia por causa do meu encantamento, se ela sentisse o mesmo por mim, seus
sentimentos seriam capaz de trazer sua memória de volta, mas obviamente não foi
o que aconteceu.
-Porque me transformou?-Eu
digo- Você selou minha parte vampira e depois a acordou, eu não entendo.
-Minha intenção era deixar
você viver normalmente como humana, mas Dianna começou a ser uma péssima mãe,
por minha causa, quando eu retirei as memórias dela eu deixei um feitiço para
que ela repelisse qualquer coisa ligada à mim,eu não fazia ideia que isso
incluiria você, até que com 15 anos você fugiu de casa e seus instintos a
guiaram até Intense Hill, você estava com tuberculose, mas não sabia, você ia
morrer em breve, eu a salvei, mas suas origens...
-Minhas...origens...?
-Sim. Suas origens, ligadas
diretamente a mim. Você já deve ter descoberto que eu já fui do conselho, é um
negócio de família, a família vampira mais antiga de todas, porem eles se
tornaram violentos com os humanos, ficando possessivos, eu decidi me retirar
daquele lugar antes que fosse tarde e criei esta filial com a intenção de criar
algo para destruir o conselho, mas eu conheci sua mãe e os planos mudaram.
Eu me viro para olha-lo, sua
expressão está perturbada, ele parece frágil, eu fico imaginando como minha mãe
pode...
-Você não é meu pai!-Eu digo
ferozmente- Não pode ser...
-Mas é a verdade! Você não
pode fugir disso.
Eu abaixo a cabeça, não posso
aceitar isso, Hannibal não pode ser meu pai, mas não posso ignorar uma coisa em
minha cabeça que confirma isso.
-O que vai acontecer agora?-
Minha voz sai falhando- Com Lindsey? Com o conselho? Comigo?
Hannibal respira fundo algumas
vezes, ponderando, então anda até mim , segura minha mãe entre as suas.
-Eu não posso salvar Lindsey,
muito menos você pode. John percebeu que você é minha filha, ele vai querer
você de alguma forma, uma vampira filha de uma humana é algo único, e eu queria
proteger você, mas agora... a situação mudou e os planos também, eles voltaram
a ser...
Alguém abre a porta
bruscamente, Joe ofegante entra, com um olhar desesperado.
-Hannibal! Jessy sumiu, ela
não está no...
Então ele me vê, sua expressão
fica confusa, mas ele não pergunta nada sobre isso, Hannibal se afasta de mim, vira
de costas e fala para Joe.
-Chegou a hora, Joseph. Leve
ela! Chegou a hora!
-Que?-Pergunto em quanto Joe
vem até mim e me segura pelo braço.- Não! Espera!
Tento me soltar, mas Joe é
muito forte, ele me arrasta para fora da sala, minha cabeça tenta processar
tudo o que Hannibal disse.
Eu estava morrendo...
Eu sempre fui vampira...
Hannibal é ...meu pai...
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SOOOOOOOOOOOOOOOORRY
Foi mal mesmo galera, mas sabem como é né.
Fim de ano letivo, provas... E eu nem tenho falado muito com a minha amiga pelo face, o que dificulta, mas pelo menos tem um capitulo incrível pra voces aqui agora!!
Assim que der posto outro!! Beijos~
E que a sorte esteja sempre a seu favor _|||_