quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Shadows - Capítulo 18

            Eu chuto a porta do escritório de Hannibal.
            Minha aparência está horrível, meus olhos estão vermelhos e com olheiras, eu uso roupas largas, não consigo sair da cama, só pude me levantar desde o baile porque minha raiva por Hannibal chegou ao máximo.
            -Que surpresa!- Diz Hannibal, mas ele não olha para mim, continua focado em sua leitura- A que devo sua agradável presença!
            -Chega de Jogos, Hannibal!- Eu digo, admito que pareço um pouco selvagem- Já é hora de você me explicar tudo!
            Ele indica com a mão o sofá me convidando para sentar, me sento com indiferença, mas me lembrando do dia em que ele me transformou.
            Ele se senta ao meu lado, não falamos algo até que por fim ele diz algo:
            -O que você veio fazer aqui? Certamente não foi para me ver.
            -Quero a verdade!
            Minha voz está confiante, espero por respostas a tanto tempo que não consigo segurar minha ansiedade.
            -Quero saber por que sou diferente. -Digo- Quero saber por que hesitou em me transformar. E...
            -Quer saber sobre sua mãe. -Me interrompe ele- Você acha que não lhe contei tudo.
            Confirmo com a cabeça.
            Ele respira fundo, ele encara a parede pensativo, eu posso perceber que ele está lembrando de algo doloroso, o que é estranho, deixa Hannibal com uma aparência quase humana.
            Por fim ele fala...
            -Eu amava sua mãe.
            Com toda certeza eu não estava preparada para isso, meu queixo cai, eu fico olhando para aquele homem (Ou vampiro, tanto faz) que me fez ter tanto medo, agora frágil e certamente triste.
            -Eu...-Estou sem palavras- Eu posso ver?
            Ele confirma e se vira para me olhar, eu lentamente estico minhas mãos e toco seu rosto, um leve choque nos conecta e eu entro na cabeça de Hannibal, em suas memórias, especificamente na mais dolorosa.
            Eu estava em um bar, chovendo muito do lado de fora, ninguém podia me ver obviamente, mas eu percebi então um homem sentado no balcão, ele tinha o cabelo cor de areia espalhado, obviamente era Hannibal, mas era mais jovem, talvez a idade de Joe, ele era bonito, ainda não tinha as rugas de preocupação, nem a cara de mal.
            Então entra uma mulher ensopada por causa da chuva, que era bizarramente igual a mim, os mesmos olhos, a mesma pele pálida, apenas o cabelo que era um pouco loiro, fora isso era como me olhar no espelho.
            Ela senta ao lado de Hannibal no balcão, coloca uma grande mala de viagem azul aos pés da cadeira e pede um suco para tomar, ela olha pelo canto do olho para Hannibal, ele também a olha, e fica assim por algum tempo.
            -Você conhece algum lugar que aceite menos de 20 dólares de aluguel?- Pergunta ela para Hannibal- Eu não tenho lugar para ficar hoje a noite.
            -Está de mudança?- Pergunta ele.
            -Não. Eu estou estudando turismo na universidade de New York, fui aconselhada a fazer uma viagem para conhecer algumas cidades históricas por aqui, mas não pensei que precisaria de muito dinheiro, então...
            -Pode ficar na minha casa.- Diz o jovem Hannibal.- Qual seu nome?
            -Dianna!- Responde ela sorrindo.
            Cerca de 15 minutos depois eles estão saindo do bar, indo em direção à mansão de Hannibal, ela fica surpresa ao ver o tamanho do lugar, ele dá a ela um cobertor quentinho e começa a ascender uma lareira.
            Ela se acomoda em um sofá na frente da lareira, segurando uma caneca com chocolate quente, Dianna já havia trocado de roupa, colocado uma calça de moletom azulada e uma blusa preta que ia até o cotovelo.
            Ele senta ao seu lado, eles conversam muito, até muito tarde, ela acaba adormecendo encostada no peito de Hannibal, ele acaricia seu cabelo, e o coloca para trás do ombro, deixando o pescoço desnudo, uma vontade cresce em Hannibal, uma vontade de beber sangue novamente, ele havia prometido que jamais faria isso de novo, mas não estava conseguindo resistir.
            Se levanta bruscamente, fazendo Dianna acordar, ele se apoia na lareira e olha para o fogo tentando se acalmar, Dianna olha para ele sem entender, então ela se levanta e vai até ele.
            -É melhor você ir embora...- Diz ele, quase chorando.
            -Não!- Ela o abraça por trás- Você é tão bom pra mim! Me diga o que te aflige.
            Ele se vira, eles estão á milímetros de distância, ele se aproxima e a beija, ela retribui, mas então Hannibal se afasta um pouco e segue com a boca até o pescoço.
            Dianna fica um pouco confusa, coloca suas mãos no peito dele e tenta se afastar, mas Hannibal é forte e a abraça com força, as presas dele se sobressaem.
            -P...pare!- Ela implora- O que está fazendo? Não!
            Ele a morde, ela grita por ajuda, mas ele não para, apertando ainda mais ela em seus braços, algumas gostas de sangue escorrem e vão descendo pelo corpo de Dianna.
            Então Hannibal recupera o controle e se afasta dela, ela desmaia e cai no chão, ele se ajoelha ao lado dela de começa a chorar e gritar.
            Ela acorda no dia seguinte, está deitada em uma enorme cama macia, seu pescoço está enrolado em faixas, Hannibal está ao seu lado.
            -Não está com medo de mim?-Ele pergunta.
            -Não!- Ela sorri- Eu estou confusa, mas não com medo! Me explique... por favor.
            E ele explicou pacientemente. Sobre os vampiros e tudo mais. Ela não ficou com medo, e nem ficou por muitos dias em que ela ficou hóspede de Hannibal, eles estavam felizes, riam o dia inteiro, ele ensinou a ela como cozinhar, eles passearam pela floresta a noite, eram uma casal normal, Hannibal quase esqueceu que era um vampiro e do conselho, quase.
            Na noite anterior à volta de Dianna para New York, eles estavam conversando em uma sala, sentados na frente da lareira, fazendo adivinhas.
            Por fim ele deu a ela um beijo de boa noite e a conduziu até o quarto em que ela dormia, ele já estava indo embora, mas ela o puxou de volta, o beijando mais, então estão abraçados, ela o faz entrar em seu quarto.
            “Vamos pular essa parte, está bem?”
            Diz a voz de Hannibal em minha cabeça.
            Tudo vai se distorcendo, até que a cena muda novamente, Hannibal está lendo uma carta, sua expressão está séria e preocupada, as primeiras rugas de preocupação começam a se formar em seu rosto, mas ele continua bonito.
            A voz de Hannibal volta a ecoar.
            “Depois de ela ter partido nós nos comunicávamos através de cartas, algumas semanas depois eu recebi esta carta dela, na carta ela me contava que estava grávida. Nós fizemos um plano, ela iria viajar em segredo para Intense Hill e ficaria comigo durante a gravidez, quando ela desse a luz, deixaria a criança para que eu cuidasse e criasse, assim ela poderia ter uma vida normal.”
            “Alguns dias antes de ela viajar, Dianna conheceu o Patrick, ela nunca fez a viagem, eles se casaram algum tempo depois, Patrick assumiu a criança sem fazer muitas perguntas”
            Meu coração fica desesperado, meu cérebro começa a dar erro, então eu vejo outra cena, a minha casa... A casa que ERA minha em New York, onde vivi com minha mãe e Patrick...
            Era de noite, uma tempestade horrível fazia tudo ficar sinistro, minha mãe dormia abraçada com Patrick, Hannibal estava em pé ao lado da cama, com uma expressão enduercida, ele estica a mão em direção da cabeça de minha mãe, então uma leve névoa sai de baixo das pálpebras fechadas de minha mãe, ela vai em direção da mão de Hannibal que a pega.
            Ele sai do quarto do casal e vai em direção á outro, com flores roxas pintadas na porta, é um quarto de criança, o MEU quarto de criança, então revivo a mesma memória que tive a alguns meses atrás, mas agora da visão e Hannibal.
            Uma garotinha (Eu) grita de medo em sua cama, mas seus pais não podem ouvi-la, assim que ela vê o homem estranho entrar em seu quarto ela se esconde em baixo das cobertas, como se isso a deixa-se invisível, ele se aproxima dela e descobre seu rosto.
            -Tá tudo bem, Demetria.- Diz ele suavemente com uma voz terna- Pode voltar a dormir, prometo que não vai continuar tendo pesadelos.
            Ele acaricia seus cabelos e então dá um beijo em sua testa, como um pai faria.
            -Feliz aniversário, criança.-Sussurra ele.
            Ele sussurra lentamente algumas palavras estranhas, um encantamento, selando o instinto de vampiro da pequena garota no seu próprio sangue, que só seria despertado quando fosse mordida...
            Eu afasto minhas mãos do rosto de Hannibal, me levanto bruscamente e me viro para ele não me ver chorar em quanto grito:
            -NÃO! NÃO É VERDADE!! NÃO PODE SER VOCÊ!
            Solto um estranho ganido agudo e tapo a boca com as mãos.
            -A paixão acaba.- Sussuro.- Mas o amor é eterno, você ainda a ama.
            -Sim.-Responde ele- Eu ainda a amo. Mas quando ela veio aqui te procurar à alguns meses atrás, ela não me reconhecia por causa do meu encantamento, se ela sentisse o mesmo por mim, seus sentimentos seriam capaz de trazer sua memória de volta, mas obviamente não foi o que aconteceu.
            -Porque me transformou?-Eu digo- Você selou minha parte vampira e depois a acordou, eu não entendo.
            -Minha intenção era deixar você viver normalmente como humana, mas Dianna começou a ser uma péssima mãe, por minha causa, quando eu retirei as memórias dela eu deixei um feitiço para que ela repelisse qualquer coisa ligada à mim,eu não fazia ideia que isso incluiria você, até que com 15 anos você fugiu de casa e seus instintos a guiaram até Intense Hill, você estava com tuberculose, mas não sabia, você ia morrer em breve, eu a salvei, mas suas origens...
            -Minhas...origens...?
            -Sim. Suas origens, ligadas diretamente a mim. Você já deve ter descoberto que eu já fui do conselho, é um negócio de família, a família vampira mais antiga de todas, porem eles se tornaram violentos com os humanos, ficando possessivos, eu decidi me retirar daquele lugar antes que fosse tarde e criei esta filial com a intenção de criar algo para destruir o conselho, mas eu conheci sua mãe e os planos mudaram.
            Eu me viro para olha-lo, sua expressão está perturbada, ele parece frágil, eu fico imaginando como minha mãe pode...
            -Você não é meu pai!-Eu digo ferozmente- Não pode ser...
            -Mas é a verdade! Você não pode fugir disso.
            Eu abaixo a cabeça, não posso aceitar isso, Hannibal não pode ser meu pai, mas não posso ignorar uma coisa em minha cabeça que confirma isso.
            -O que vai acontecer agora?- Minha voz sai falhando- Com Lindsey? Com o conselho? Comigo?
            Hannibal respira fundo algumas vezes, ponderando, então anda até mim , segura minha mãe entre as suas.
            -Eu não posso salvar Lindsey, muito menos você pode. John percebeu que você é minha filha, ele vai querer você de alguma forma, uma vampira filha de uma humana é algo único, e eu queria proteger você, mas agora... a situação mudou e os planos também, eles voltaram a ser...
            Alguém abre a porta bruscamente, Joe ofegante entra, com um olhar desesperado.
            -Hannibal! Jessy sumiu, ela não está no...
            Então ele me vê, sua expressão fica confusa, mas ele não pergunta nada sobre isso, Hannibal se afasta de mim, vira de costas e fala para Joe.
            -Chegou a hora, Joseph. Leve ela! Chegou a hora!
            -Que?-Pergunto em quanto Joe vem até mim e me segura pelo braço.- Não! Espera!
            Tento me soltar, mas Joe é muito forte, ele me arrasta para fora da sala, minha cabeça tenta processar tudo o que Hannibal disse.
            Eu estava morrendo...
            Eu sempre fui vampira...
            Hannibal é ...meu pai...
-----------------------------

SOOOOOOOOOOOOOOOORRY
Foi mal mesmo galera, mas sabem como é né.
Fim de ano letivo, provas... E eu nem tenho falado muito com a minha amiga pelo face, o que dificulta, mas pelo menos tem um capitulo incrível pra voces aqui agora!!
Assim que der posto outro!! Beijos~
E que a sorte esteja sempre a seu favor _|||_

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Shadows - Capítulo 17

            “Não faça isso!” dizia minha consciência, mas eu não resisti.
            Estiquei o pé e Kirstie tropeçou.
            Poucos minutos antes ela havia passado por mim e me xingado de tudo o que você pode imaginar, eu não poderia deixar essa de graça.
            Ela cai no chão e ia me xingar de novo, mas lembrou dos vampiros ao nosso redor que poderiam não gostar de um barraco no meio de um baile, eu saio rindo discretamente da cara dela.
            -Me concederia essa dança, bela maldosa?
            Eu me viro e olho para Joe, ele está lindo, usando um terno preto liso, uma camisa social cinza, destacando assim seus olhos com de mel, ele sorri com humor.
            Nós dançamos muito.
            Rimos conversamos, com ele tudo é mais simples, sinto como se um dia nós pudéssemos realmente ser felizes.
            -Eu te amo!- Diz ele no meu ouvido.
            -Quer saber de uma coisa?-Eu digo- Eu te amo!
            Uma hora depois eu estou dançando com um cara estranho, mas bonito e oriental, depois com uma cara baixinho, e com um monte de pessoas que pertencem ao conselho ou seguem eles.
            Todos que vivem na mansão estão tensos e preocupados, diferentemente dos convidados, que estão rindo, bebendo e fazendo questão de dançar com todas as garotas bonitas da nossa filial, o que me inclui.
            Eu finjo estar me divertindo, faço com que todos me vejam e fico andando para qualquer lugar, muitos pescoços se viram, inclusive o de Lindsey, que me olha tristemente.
            Depois de muito tempo Joe me salva daquele sufoco, sugerindo que escapemos por um instante para tomar um ar.
            No caminho eu olho para tantos lugares que se tornaram familiares para mim serem tomados por gente estranha e perigosa.
            O sereno do lado de fora da mansão está frio apesar de ser primavera, alguns casais se beijam.
            Nós nos sentamos encostados em uma das paredes externas, eu me viro e o beijo, curtindo cada segundo, aproveitando a sensação de querer mais, mas então o calor se torna algo quente, desagradável, então eu percebo que eu estou com uma dor horrível em minha cabeça, como se estivesse pegado fogo.
            Eu me afasto e pressiono minha têmpora com os dedos.
            -Você está bem?Pequena?
            -Eu...não...
            -Espera que eu vou buscar ajuda.- Ele se levanta e vai.
            Alguns segundos se passam, mas parecem uma eternidade, até que Joe volta, mas minha visão está embaçada, só consigo ver um borrão vindo em minha direção e estendendo uma mão para me ajudar.         
            O calor na minha cabeça piora
            -Você foi rápido!- Eu seguro a mão.
            Mas então eu percebo que tem algo errado, mesmo eu não conseguindo enxergar direito, eu consigo sentir uma luva de couro, uma mão menor do que a de Joe, eu tento me afastar, mas sou agarrada e obrigada a me levantar.
            Dois homens seguram meus braços, por mais que eu tente me livrar, então eu consigo perceber (ainda com a visão embaçada, mas um pouco melhor), que tem mais pessoas, formando um círculo torto em volta de mim.
            -Soltem ela!!- Grita Joe, também lutando para se soltar de dois brutamontes que o seguram.
            Minha visão finalmente volta ao normal, mas eu preferia continuar a não enxergar do que ter que encarar aquela cena.
            Eram cerca de 20 pessoas, todos são do conselho ou vampiros fieis a eles, incluindo a idiota da Danielle, eu não tenho como escapar, nem como lutar, então John aparece no círculo também, com um sorriso triunfante no rosto, ele abre os braços ao me ver.
            -Eu preciso dizer o quanto estou desapontado?- Diz ele- Esperava tanto de você, parece que você não é exatamente o que pensei que fosse.
            -E o que exatamente você pensou de mim?-Eu pergunto.
            -Você carrega um legado poderoso, mesmo que eu não saiba a origem.- Ele começa a andar e falar para todos os lados- Sabe...Nem sempre, nós do conselho temos o controle sobre todos os vampiros do mundo e suas ações, então podem ocorrer deslizes.
            O ar parece ficar mais frio, as árvores estalam e um vento forte faz com que meus cabelos se soltem e esvoacem ao meu redor, todos parecem olhar apreensivos para a mansão, até mesmo John, que faz um gesto com a mão e os homens atrás de mim me soltam, eu consigo examinar rapidamente meus braços e ver os hematomas tomando forma.
            -Precisamos nos apressar, bonitinha!- Diz John, então ele faz algo que me surpreende, pega uma faca de seu bolso e corta verticalmente seu braço direito- Mostre para mim quem você é.
            -Eu não entendo o que você quer dizer!- eu grito, olhar o sangue regar a grama me deixa nervosa- Acredite em mim! Eu não sei quem eu sou, e mesmo se soubesse eu não saberia como mostrar a você!
            -Beba de uma vez!- Grita John com o rosto vermelho.
            -Não!- Eu me viro e corro em direção a um dos vampiros que me cercam, ele tenta me pegar, mas eu me agacho e continuo correndo, cada vez me afastando mais da mansão.
            -PEGUEM ELA!
            Eu largo meus sapatos em algum lugar e continuo correndo, então a agradável noite de primavera é substituída por uma forte neblina, um vento gelado e o som de meu coração batendo desesperadamente, não consigo ouvir passos me seguindo, mas sei que eles estão lá.
            Eu começo a caminhar, não consigo mais correr, mas não posso parar, fico olhando sempre para trás para ter certeza de que não estão mais me seguindo, eu paro então em uma clareira, as árvores são muito altas e densas, deixando apenas pequenas frestas de luz da lua passem pelas folhas.
            Então sou agarrada por trás, braços fortes me envolvem, eu reconheço a camiseta, com toda certeza é John.
            -Onde você ia, boneca?- Sussurra ele em meu ouvido- Precisamos de você...
            -Solte ela John!- Diz uma voz vinda da floresta.
            -Hannibal!!!- Diz John fingindo alegria.
            -Hannibal...- Eu repito baixinho, como um pedido de ajuda.
            -O que pensa que está fazendo, John?- Hannibal aparece a nossa frente, surgindo na neblina.
            - Eu vou leva-la, Hannibal! É ela! Tenho certeza.- Diz John rindo.
            -Do que vocês estão falando?- Eu pergunto, tentando me soltar.
            -A questão é que você não pode a levar!- Diz Hannibal, eu consigo perceber que ele mostra certa hesitação ao falar, um pouco de medo talvez...
            -Posso sim! Esse é o nosso acordo com as filiais, posso levar qualquer vampiro que nos interesse. Esse é o acordo que você aceitou, Hannibal! E você não pode...
            Ele se interrompe, posso ver pelo canto do olho que o sorriso sumiu de seus lábio, ele treme levemente, então solta uma gargalhada alta.
            -Eu não acredito! Não posso acreditar! HAHAAHAHA!- Ele me joga para Hannibal que me segura- Eu não esperava isso de você! De qualquer um, menos de você!
            John continua a rir como um louco, ele puxa uma longa faca de um gume (Sei lá de onde saiu isso) e aponta para mim.
            -Lamente ter nascido, pequena Demetria!
            Então Lindsey chega dando uma voadora.
            Isso mesmo, uma voadora.
            Mas ela erra John por centímetros, Lindsey está com o violino preso nas costas e o arco na mão, ela o ataca violentamente, dando rápidos golpes, mas John apenas esquiva deles rindo ainda mais.
            Até que lindsey consegue chutar seu peito, ele fica sério e eu percebo que Lindsey tem sérios problemas.
            John age muito rápido, em poucos segundos Lindsey está de costas do chão, John está com uma mão apertando seu pescoço, ele está em cima dela, ela não consegue se mover, eu tento ajudá-la mas Hannibal me segura.
            -Demi...- Fala Lindsey sufocando- Faça parar...
            - Me solta Hannibal!-Eu grito- Faça alguma coisa! Por favor!
            Lindsey não vai morrer sufocada, mas ela vai sentir a dor do estrangulamento e o desespero, tornando ainda maior sua agonia, Hannibal finalmente pensa em algo e fala.
            -Leve-a no lugar de Demi!
            Todos ficamos pasmos, por essa eu não esperava, eu posso ver o medo nos olhos de Lindsey, mas ela apenas concorda, John parece não concordar.
            -Ela é mais útil do que Demetria!- Diz Hannibal- Sabe lutar, é mais rápida, mais confiante, mais bela...
            Eu não sei se fico grata por ele estar me salvando ou com raiva por ele estar jogando Lindsey nas mãos dele (e por estar me chamando de inútil), mas ele convence John, um aperto de mãos entre eles sela um acordo, John deixa Lindsey se despedir de mim.
            Nós nos abraçamos, choramos, eu agradeço por ela estar fazendo isso, mas eu me sinto tão culpada.
            -Não fique assim Demi!- Diz ela sorrindo- Você é minha melhor amiga! Faço tudo para o seu bem.
            -Mas Lindsey...
            -Está tudo bem!-Diz ela acariciando suavemente meu cabelo- Huum... Mas eu preciso te contar uma coisa, antes de... bem, antes de eu ir...
            Ela respira fundo e começa a falar rápido, me contando suas mágoas que a atormentam.       
            -Quando eu disse para você que eu teria morrido se não estivesse sido mordida...- Diz ela relutante- Bom... Eu tinha câncer nos ossos, eu não poderia mais tocar violino, eu ia morrer em poucos dias, eu estava viajando para me despedir da minha tia que morava em Intense Hill, eu tinha entrado em uma depressão profunda... eu...
            Seus olhos ficam cheios de lágrimas.
            -Eu me joguei na frente do trem e... bem... você já sabe o resto...
            Nós nos abraçamos, e ela se foi como fumaça, literalmente, ela simplesmente desapareceu, deixando uma leve bruma esvoaçando ao meu redor, eu me curvo para frente e começo a chorar.
            Hannibal se aproxima de mim, coloca a mão em meu obro e diz como uma voz inalterada:
            -Não seja como a sua mãe! Não seja uma covarde.
            Horas depois o sol nasce novamente, eu não consigo mais soltar lágrimas, mas continuo chorando, Hannibal sumiu, ninguém veio me procurar, estou protegida apenas pelas árvores que deixaram aquele clima tenebroso.
            -Demi!- Uma voz me chama.
            -Joe...- eu tento chamá-lo mas minha voz some- Joe...
            Mas ele me encontra, joga seu terno em volta dos meus ombros e me pega no colo, ele vai sussurrando coisas serenas e calmas até que eu caio no sono.
            Eu acordo gritando, mas Joe está lá para me acalmar.
            -Eles a levaram mesmo?- Eu choro...
            -Levaram quem, pequena?- Diz Joe calmamente, acariciando meu rosto.
            -A Lindsey... Eles a levaram, não é?
            -Pequena...- Ele me olha tristemente- Não... Não exatamente...

----------

Só postando rapidinho aqui, depois bato um papo, flw ;)
Beijos~

sábado, 19 de outubro de 2013

Galeraaaaaaaa

Gente, sabem a música The Pina Colada Song (Escape) do Rupert Holmes? Voces podem ler a tradução dela e me dizer se seria uma boa base pra uma mini-fic? Obrigado desde já pra quem comentar. Quem não comentar... Bom, paciencia né.

Beijos~ > <'

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Shadows - Capítulo 16

~Quatro meses depois~
            -SOOOOL!!!- Gritou Lindsey rolando na grama.
            Ela está muito feliz por finalmente ser primavera, o gramado da mansão está alto e verde, as árvores estão florescendo novamente, tudo está lindo, mas todos estão trancados dentro de seus quartos, menos Lindsey, Joe e eu.
            Eu não estava nem um pouco com vontade de sair para fora, mas Lindsey me arrastou e eu arrastei Joe, mas nós dois ficamos sentados em um sombra, encostados na parede externa da mansão, ficar no sol para os vampiros significa fraqueza, eu não entendo muito do assunto, mas quando estou diretamente exposta no sol eu me sinto fraca e exausta, então me sento entre as pernas de Joe e deixo ele brincar com o meu cabelo.
            -Como ela consegue?-Diz Joe indignado- Como ela não se sente mal no sol?
            -Ela é puramente energia positiva.- Eu respondo brincando- Ela era uma humana alegre e livre, não teve motivos para deixar isso para trás.
            -Quem diria que energia positiva valeria a pena em um vampiro.
            -Eu seria positiva se não estivesse aguardando esse dia...
            -Chega de drama, pequena!-Joe diz brincando- O baile vai durar só algumas horas.
            -Tanto faz.
            Eu fico torcendo para o sol não baixar mais, mas ele continua, até quase sumir no horizonte, eu me levanto e vou até Lindsey, quando sou atingida pelos fracos raios de sol eu sinto como se estivesse carregando um saco se farinha de 100 kg.
            -Lindsey, acho que é melhor irmos nos trocar.
            Ela se levanta devagar, sua camiseta solta e leve listrada branca e rosa está suja de terra, mas ela nem liga, seu cabelo está preso de um jeito estranho, ela chama o penteado de peacock que parece um pavão, diferente, mas fica ótimo nela.
            Eu tomo um banho bem demorado na banheira, me enrolo ao máximo fazendo a maquiagem preta com uma sombra leve vermelha, coloco um vestido que eu arrumei com alguém, ele é vermelho liso, que vai até o joelho, de uma manga só, um espartilho também vermelho com cordas douradas.
            Por fim eu recoloco os fios dourados em meu cabelo e faço (Do melhor jeito que eu consigo) uma trança embutida, passo um perfume floral e me encaro no espelho, então vem aquela sensação de dúvida, “Será que não estou muito arrumada?”, a última coisa que eu quero nesse baile é chamar a atenção.
            Ainda tem uma faixa de sol visível, mas já começam as preparações, Joe está ajudando na decoração do salão, Lindsey está na cozinha montando petiscos junto com Hannibal e eu fiquei com a parte de segurança pré-baile, nem todos os alunos da mansão vão participar, só os mais velhos, os outros vão ficar nos quartos.
            Joe pediu que ninguém ficasse sozinho no quarto, então eu não me surpreendi quando abri a porta de um dos quartos e encontrei meia dúzia de garotas amontoadas perto da janela, quando entrei elas me encararam, mas percebi certo medo nelas.
            -Eles já chegaram?-Perguntou a mais nova entre todas no quarto, que tinha uns 13 anos apenas.
            -Ainda não.-Eu respondo- Vão chegar daqui a mais ou menos uma hora, quando o sol se por.
            Elas estremecem, uma quase começa a chorar, elas ficam muito nervosas.
            -Por que vocês tem medo deles?-Eu pergunto- São vampiros apenas, não é? Como nós.
            -Desde que somos transformadas Hannibal nos avisa de como eles são perigosos.- diz uma com cabelo encaracolado- Eu sei que ele não faz isso para nos assustar, mas agora que eles estão tão perto...
            -Hannibal diz que eles se irritam facilmente, por isso não nos querem lá em baixo, podemos irrita-los.- Diz outra de 16 anos.
            Eu acalmo elas como posso, ajudo a estender alguns colchonetes no chão e vou saindo, mas antes que eu possa sequer abrir a porta, uma das garotas corre e me abraça.
            -Muito obrigada por cuidar de nós, como a Jessy nunca fez.
            Eu fico sem reação, eu retribuo o abraço e então vou embora, eu continuo indo de quarto em quarto verificando se ninguém está sozinho, todos estão assustados, com os olhos atentos.
            São cerca de 100 quartos, então estou bem cansada depois de verificar todos, vou indo para o salão, o baile já deve estar começando, mas eu vou sem pressa. Eu esperava encontrar apenas os vampiros da mansão, mas me engano totalmente.
            O salão está bem iluminado, mesas ao redor estão bem decoradas e recheadas de diversos tipos de petiscos, tecidos longos e coloridos estão pendurados verticalmente pelas paredes, uma música clássica ecoa de algum canto.
            A escada de acesso ao salão é parecida com o desenho “A Bela e a Fera”, onde dois lances se encontram e se unem, eu vou descendo pelo lado esquerdo, tentando não parecer muito assustada, muitos rostos não são familiares, mas todos tem a pele pálida e lisa como porcelana, homens e mulheres.
            Um dom alunos está na beira da escada anunciando os nomes de quem chega, como naqueles filmes de época, eu procuro desesperadamente alguém conhecido na multidão dançando que nem percebo que meu nome é anunciado.
            Todos se viram imediatamente na minha direção, primeiramente eu penso que é por causa da minha aparência ou algo parecido, mas então percebo que é por ser eu mesma.
            Eu vou descendo lentamente, rezando para não tropeçar, quando vou passando pelo meio da multidão, todos abrem caminho, mas o pior é a expressão deles, eles me olham como se eu fosse sua refeição, me admirando mas pensando em como podem me usar, sei lá...
            -Demetria!- Uma voz familiar me chama.
            Danielle Campbell caminha sorridente em minha direção, como se estivesse recebendo um prêmio por ter trazido todos até aqui, seu vestido mega curto cor de rosa é feito praticamente inteiro de renda, deixando boa parte de seu corpo exposta, quando ela se aproxima todos voltam a conversar entre si ou dançar, como se eu não tivesse aparecido.
            -Que bom que está bem!- Sua voz está cheia de ignorância.
            -Pena que eu não posso comemorar o mesmo de você.-Eu retruco com nojo na foz, minha intenção é apenas mostrar para ela que eu não sou sua amiga.
            Ela ri e finge que não entendeu o que eu disse.
            -Nós nos vemos mais tarde- Danielle começa a se afastar, mas se vira e fala- Eu tomaria cuidado com Hannibal se fosse você, ele não é seu salvador como seus amigos pensam, muito menos seu protetor.
            Eu tento me esconder ao máximo, depois de algum tempo Lindsey me encontra em baixo da escada, ela usa um lindo vestido simples e branco, de manga curta que vai até o joelho e uma sapatilha também branca com flores cinzas.
            -Pensei que você ia tocar violino.- Eu digo a ela.
            -Demi...- Diz ela nervosa- Acho que você não entendeu o perigo que todos nós corremos aqui, uma das maneiras de sobreviver aqui é não ser notada.
            -Então foi uma péssima ideia eu usar esse vestido?
            -Eu vou te explicar do jeito resumido, ok?-Ela olha para os lados para ter certeza que ninguém nos ouve antes de continuar- Existem poucas maneiras de se matar um vampiro, a mais perigosa delas é ir contra o conselho, eles tem um interesse estranho em vampiros especiais, como você e aquele treco de poder entrar nas memórias das pessoas e talz.
            -E eu precisava chamar a atenção porque...
            -Hannibal precisa que eles reparem em você, é algum plano dele, então apenas aja naturalmente que o resto se resolve.
            -Eu não vou fazer isso! Será que você ainda não reparou que eu detesto Hannibal e tudo o que ele pede ou faz me prejudica, eu não vou ajuda-lo nunca.
            -Ele sabe o que faz!
            -Não defenda ele, Lindsey!-Eu digo com raiva- Ele não esta do nosso lado, ele não está nos ajudando, ele tirou a sua vida apenas para se alimentar.
            -Você não entende nada, não é mesmo?- Diz ela com raiva também- Hannibal já foi do conselho,ele sabe como lidar com eles!
            -Isso não serve de desculpa para ele ter te transformado! Você podia ter sido famosa, ter tido uma vida feliz...
            -Eu não podia, tá legal?-Ela grita com lágrimas nos olhos.- Eu teria morrido de qualquer forma! Ser humana não significa mais nada para mim!
            Ela corre para longe e some no meio da multidão, eu fico sozinha, lágrimas rolam de meus próprios olhos, minha cabeça está a mil, então uma mão quente toca meu ombro.
            -Por que chora bela dama?-Pergunta uma voz calma.
            È um homem que aparenta ter entre 40 e 50 anos, com cabelos cor de areia parcialmente compridos, rugas de riso são visíveis, indicando que gosta de rir, seus traços são familiares, ele veste uma camiseta preta comprida e uma calça jeans também preta, ele parece mais estar num show de rock do que um baile de vampiros.
            -Hein?- Pergunta ele- Eu me chamo Jhon e você?
            -D...Demetria, eu acabei de...quero dizer...-A minha voz some- Ah! Droga! Estou tão confusa.
            Eu tapo meus olhos com as mãos e choro novamente, ele me abraça, sem mesmo me conhecer, ele é forte e seu abraço é acolhedor.
            -Calma.- Ele se afasta suavemente- Não é você a vampira que pode sentir a força vital dos outros?
            Meu coração começa a bater rápido, ele começa a levantar sua mão para tocar meu rosto.
            Ele é tão familiar... tão parecido com...
            “Hannibal já foi do conselho...”
            E se Hannibal tem parentes no conselho?
            ”...eles tem um interesse estranho em vampiros especiais, como você...”
            Esse tal Jhon pertence ao conselho, ele quer ter certeza de que eu sou diferente de um vampiro comum, de que tenho uma habilidade.
            -Espera!- Eu tento me afastar, mas ele segura meu braço com força e toca meu rosto com a outra mão- Não!
            Tarde de mais, sinto um leve choque onde ele me toca, eu posso o ver rindo em um avião, descendo no aeroporto de New York, planejando algo com a maldita Danielle e então avançando em minha direção de propósito para me testar.
            Eu dou um grito de dor quando ele se afasta de mim, e parece que todo meu corpo é frito com raios, eu caio no chão, escondida pela sombra da escada, Jhon se afasta calmamente com um enorme sorriso no rosto, eu fico lá, caída sem conseguir me mover.
            Me sinto tão frágil, Lindsey agora me odeia, Joe está longe, 
            Se passa um tempo até que uma sombra passa por mim, me ajuda a levantar e me leva no colo por uma porta escondida em baixo da escada, eu não consigo ver quem é, nem por onde me leva, eu desmaio algumas vezes
            Quando finalmente consigo me manter acordada estou deitada em um sofá, percebo Joe ao meu lado, segurando sutilmente minha mão e me olhando preocupado.
            -Que susto que você me deu pequena!-Suspira ele aliviado- Pensei que tinha te perdido de vez.
            -Como conseguiu me achar?
            -Bem...-Ele vira o rosto- Não fui eu quem te achei.
            Então eu reconheço o sofá, o mesmo em que eu fingi tomar um chá e conversei com Hannibal e Joe sobre a missão.
            -Foi ele que me encontrou?-Eu pergunto com desgosto.
            -Por que me odeia tanto, Demetria?- Diz Hannibal saindo da sombra da lareira.
            Joe tira sua mão de cima da minha, nosso namoro (teoricamente) ainda é segredo para Hannibal.
            -Sabe o que fazer, Joseph.- Diz ele.
            Joe me ajuda a levantar, minha cabeça começa a girar, mas eu seguro em seu braço forte e ele me leva para fora da sala, posso ouvir as vozes rindo ao longe, a música não perdeu o rítimo.
            Eu estou um pouco melhor quando paro para me apoiar em uma porta que leva para o salão, eu fico olhando para o chão, recuperando o fôlego.
            -Eu sei que eu tenho uma missão a cumprir hoje a noite!-Eu digo- Sei que sou capaz de realiza-la! Mas preciso que você me diga o que preciso fazer! Preciso da sua ajuda para enfrentar isso!
            Ele me abraça, eu posso sentir seu perfume, isso me faz sentir
            -Eu lutarei ao seu lado em todas as batalha, menos nessa.- Diz ele sussurrando-  Porque eu sou forte, e essa é uma guerra de interesses.
            -Como a guerra fria?
            -Exato! Então você tem que se mostrar superior, consegue isso?
            -Prepare-se para ficar impressionado.
            Nós nos afastamos e eu vou seguindo confiante para o salão, algumas cabeças se viram para me olhar, o pior é John, ele tem aquele jeito estranho de te fazer sentir uma cobaia.
            Eu passo por Lindsey também, ela dança com aquele homem loiro, mas ela não olha para mim diretamente.
            Tantas coisas para resolver...
            Mas tudo bem, a noite apenas começou.

--------------------------------------------------------

Heeey galera!! Sentiram minha falta?
É, eu sei que não, mas não custa tentar kkk
Gostaram da One-shot? Fui eu quem escrevi :3 Gostei muito de escrever ela.
Bom, não sei se notaram, mas, quando não esqueço, eu respondo os comentários do post anterior. Se quiserem ver o que respondi, é só ver lá ^^
No mais, tudo bem?
Espero que sim :3
Beijos galera, daqui a uns dias tem mais! (devem ta sem paciencia pra esperar tanto, mas postar essa história está me permitindo escrever mais, então aguardem que depois dessa vem mais uma minha ><')
Vlw Flw

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

One-shot - Heart Attack

Uma one-shot pra vocês descontrairem enquanto não tem novo capítulo kkkk,

Heart Attack
                Aqui estou eu. Gravando o vídeo clipe de minha mais nova música, Heart Attack. A gravação vai às mil maravilhas e eu agradeço por ter uma equipe muito eficiente.
               Depois de gravar todas as cenas programadas para aquele dia, dirigi-me ao meu trailer, onde concederia uma entrevista para Ross King, do programa Daybreak do canal britânico ITV. Mas não era por isso que eu estava feliz naquele momento. Digamos que tinha alguém mais empolgante que eu iria ver daqui a pouco.
               Quem? Simples, meu namorado. Aquele ser lindo viria me ver, escondido de todos claro, daqui a pouco tempo. Ninguém além da minha família, da dele e nossos agentes sabiam. Sim, teria que ser um segredo de estado.
               Óbvio que eu ficava um pouco chateada por não poder sair em público com ele e poder passear para vários lugares, mas as escondidas é mais seguro e mais gostoso.
               Eu respondia cada pergunta que o apresentador dizia e até tiramos uma foto para a divulgação da entrevista, mas então ele chegou ao assunto “vida amorosa”. Como eu já disse, meu namoro é segredo. Se ele ficar sabendo, todo o trabalho que tivemos para esconder iria por água abaixo em um segundo. Então desculpe Ross, mas não vou falar nada sobre minha vida amorosa.
          Quando ele se foi fiquei ansiosa esperando meu ilustre namorado chegar, mas aquele ser não aparecia. Fui até o fundo do trailer para pegar meu celular e ver se tinha alguma mensagem dele. Nada. Quando fui voltar para o sofá que ficava mais a frente no trailer, fui surpreendida com alguém me abraçando por trás. Logo reconheci seu cheiro e soube quem era.
Demi: Amor, você me assustou! _ disse rindo e colocando meus braços sobre os seus _
Xxx: Desculpa, mas eu não podia simplesmente chegar aqui. Tinha que surpreender você! _ falou sorrindo _
Demi: Aonde se escondeu desta vez? No armário? _ ri _
Xxx: Vou fingir que não ouvi esse seu comentário. E na verdade foi no banheiro.
Demi: Como se escondeu? Eu fiquei quase uma hora aqui dentro dando a entrevista.
Xxx: Eu entrei um pouquinho antes de você terminar de gravar e me escondi. _ virou-me de frente para ele _ Aliás,você estava linda nas gravações. Continua, na verdade. _ disse olhando-me de cima a baixo _
Demi: Para! Assim fico sem graça. _ escondi meu rosto em seu pescoço _
Xxx: Fica não, minha princesa. Elogio é sempre bom.
Demi: Se eu não te conhecesse, diria que está pedindo por um elogio também.
Xxx: Juro que não estou.
Demi: Mas vou te elogiar mesmo assim, pois você está absurdamente lindo nesta roupa. _ mordi meu lábio _
              Ele riu com meu comentário e, finalmente, me beijou. Ah, como eu amava os beijos dele. Aquela boca firme e ao mesmo tempo macia me faz delirar. Cada beijo é melhor que o anterior, ainda mais quando ele cola meu corpo junto ao seu segurando firmemente minha cintura. É claro que eu não fico atrás. Quase arranco seus cabelos, mesmo eles sendo curtos, e me delicio sentindo a firmeza dos músculos de seu braço.
Demi: Ah, Joe! Você me deixa louca. _ suspirei quando terminamos o beijo _
               Espera aí, como assim Joe? É isto mesmo que vocês estão pensando. Eu voltei com o Joe. Faz mais ou menos uns três meses. Fora, com certeza, uma ótima decisão. Ele me faz feliz e não importa o que aconteceu no passado, o importante é o presente.
Joe: Esse é o dom que eu mais gosto em mim. _ sussurrou em meu ouvido _ Vem, vamos sentar.
              Ele se sentou no sofá e me puxou para sentar entre suas pernas e deixei meu tronco repousar em seu peito enquanto ele me abraçava novamente. Eu me sentia totalmente relaxada e sem preocupações desse jeito.
Demi: Senti saudades de você. _ murmurei _
Joe: Eu também. Muita. Por isso vim assim que fui liberado do trabalho. _ beijou minha orelha _ Quanto tempo teremos?
Demi: Bom, eles ainda estão desmontando o cenário, então acredito que tenhamos mais meia hora, pelo menos.
Joe: Então como eu tenho que sair sem que ninguém me veja, acho que o tempo diminui para vinte minutos.
Demi: Isso é uma injustiça! Ficamos uma semana inteira sem nos vermos para passarmos apenas vinte minutos juntos. _ disse emburrada _
Joe: Calma, meu anjo. Podemos nos ver hoje à noite.
Demi: Na verdade não vai dar. Minha mãe e Eddie vão comemorar o aniversário de casamento e querem sair para jantar comigo, com a Dallas e com a Mad.
Joe: Que estranho. Geralmente em aniversários de casamento o casal comemora sozinho. _ brincou _
Demi: Bem que eu queria que eles fizessem isso. _ descansei a cabeça sobre o ombro de Joe _ Você viu a gravação?
Joe: Só o finalzinho. Tentei entrar rápido aqui no trailer. E por falar em clipe, eu e meus irmãos vamos começar a gravar um na semana que vem.
Demi: Jura? Como vai ser?
Joe: Ainda não sabemos. Vamos receber o roteiro amanhã.
Demi: Vou querer ver! _ uma ideia surgiu em minha cabeça _ Já sei! Vai pra minha casa amanhã de noite. Meu trabalho vai terminar a tarde e vai dar o tempo certinho! Vamos poder ficar mais tempo juntos e ainda vou ver o roteiro!
Joe: É, parece que você ta deixando de ser lerdinha e tendo várias ideias! _ brincou e riu _
Demi: Para Joe! _ dei um leve tapa em seu braço _ Não tem graça ficar me chamando de lerda. Eu nem sou tão desligada assim!
Joe: Ah, você é! Mas não se preocupe, porque é a lerdinha mais linda do mundo! _ me beijou _ E também a minha lerdinha.
Demi: E você é o meu palhaço. _ sorrimos e o beijei novamente até Joe sentir seu celular vibrar dentro do bolso _
Joe: Uma mensagem _ ele a abriu e leu _ É do Nick. Ele disse que as gravações do vídeo serão feitas em Nova York.
Demi: E mais uma vez ficaremos uma semana sem nos vermos. _ bufei _
Joe: Serão no máximo quatro dias. Não se preocupe.
Demi: Posso ver suas fotos?
Joe: Claro. _ entregou-me o celular _
               Fui vendo todas as fotos, e algumas me faziam sorrir. Além de fotos dos irmãos, dos pais, suas e do Winston, Joe tinha várias fotos minhas e de nós dois juntos.
Demi: Gosto dessas fotos.
Joe: Eu também gosto. Bastante. _ sorri e tirei das fotos. Vi então que seu papel de parede era uma foto só minha _
Demi: Não fica com medo de que alguém veja? _ disse me referindo à foto _
Joe: Não mexo no meu celular perto de pessoas que não saibam nosso segredo. Não há problema algum.
Demi: Ei, você tirou fotos minhas dormindo?! _ arregalei os olhos _ Por que diabos fez isso?
Joe: Você tava tão linda. Não poderia perder a oportunidade. _ me beijou querendo “me acalmar”, e devo dizer que funcionou _
Demi: Te perdoo por hoje. _ ouvimos alguém bater na porta _ Quem é? _ gritei _
Xxx: Sou eu Demi, a Debby! _ gritou do lado de fora _
Demi: Pode entrar! _ a porta se abriu e Debby, minha agente, entrou _
Debby: Juro que não queria atrapalhar o momento de vocês, mas já estão quase terminando de desmontar o cenário e não seria nada legal se encontrassem o Joe aqui. _ avisou _
Joe: Então essa é a minha deixa. _ nos levantamos _ Nos vemos amanhã, está bem? _ disse acariciando meu rosto, que admito que está triste. Eu apenas assenti. _ Não fique assim, meu anjo. Logo teremos mais tempo para nós dois.
Demi: Tudo bem. _ sorri forçado _ Nos vemos amanhã, então. _ nos beijamos uma última vez e ele colocou o capuz, indo embora do trailer. Eu suspirei _
Debby: Como ele disse, não se preocupe. Logo suas agendas ficaram mais livres e poderão se ver mais. _ sorriu _ Agora vou ver os últimos detalhes da desmontagem. Pode ficar a vontade, já vamos ir.
               Sentei-me novamente no sofá procurando algo para me aconchegar. Sem ele aqui eu ficava carente de carinho, mas nada que não consiga suportar.
***
               Finalmente o dia seguinte havia chegado. Mais uma vez eu estava esperando Joe. Assim que ele me mandou uma mensagem não precisei esperar nem dez minutos, pois ele já estava tocando a campainha de minha casa.
               Minha mãe atendeu a porta e pude ouvir os passos de Joe subindo a escada em direção ao meu quarto. Depois dele bater eu disse um sonoro “entre”. Vi que Joe segurava algumas folhas de papel em sua mão esquerda, provavelmente o roteiro do novo videoclipe dos Jonas.
Joe: Oi princesa! _ disse sorridente enquanto eu caminhava em sua direção para beijá-lo _ Como foi seu dia?
Demi: Normalmente chato. E o seu?
Joe: Apressado. Não queria me atrasar para chegar aqui.
Demi: Ta tudo bem. Vem! _ o puxei para sentar-se na cama _ Agora me de esse roteiro! Quero saber como vai ser o clipe!
Joe: Eu também. Ainda nem li ele. _ entregou-me os papéis _
Demi: Deixe-me ver...
               Comecei a ler calmamente tudo o que estava escrito na folha, mas conforme ia prosseguindo, lia com uma rapidez inimaginável pelo conteúdo apresentado. Não podia acreditar no que estava lendo.
Demi: Mas que porcaria é essa?! _ elevei meu tom de voz _
Joe: Como assim? _ olhou-me confuso _
Demi: Como assim?! Leia isso e depois refaça a pergunta! _ joguei os papeis para ele e esperei-o ler _
Joe: Por que ficou assim, Demi? O que tem demais nisso aqui?
Demi: Não acredito que está me fazendo essa pergunta! Acontece que não tem nada demais seus irmãos andarem de mãos dadas e darem abraços nas atrizes, mas por que você tem que quase se engolir com uma atriz durante o clipe todo? _ quase gritei, tamanha era minha irritação _
Joe: Demi, eu que canto a maior parte da música. Por isso eles puxaram a atenção mais para mim.
Demi: Mas por que seus irmãos também vão fazer a mesma coisa que você tem que fazer com a atriz?
Joe: O Kevin é casado, iria pegar mal, né.
Demi: Mas o Nick não é. Nem namorada ele tem, mas você tem!
Joe: Só que ninguém sabe.
Demi: Seu agente sabe.
Joe: Mas o diretor não. Não poderemos manter nosso segredo sempre com sucesso se deixarmos desconfiança com alguém.
Demi: Então vai preferir se engolir com uma qualquer? _ perguntei incrédula _
Joe: Eu não disse isso. Só estou dizendo que é melhor não contrariar o roteiro por que... _ o interrompi _
Demi: É a mesma coisa! E eu não estou acreditando que você vai preferir isso! Ótimo namorado você se tornou! Não passa de um mulherengo safado!
Joe: Olha como fala de mim. Eu não estou fazendo nada de errado. É o meu trabalho apenas e você não tem o direito de me julgar.
Demi: Quer saber Joseph, caia fora daqui. Eu não quero ver mais o seu rosto por hoje.
Joe: Está me expulsando? _ perguntou incrédulo _
Demi: Foi exatamente o que você entendeu.
Joe: Ótimo. _ pegou o roteiro e saiu irritado do quarto _
               Assim que a porta se bateu joguei um dos travesseiros com toda a força contra ela. Não posso acreditar que ele fez mesmo isso! “Não tem nada de mais nisso.” Claro que pra ele não tem. Aposto que ele ta louco pra se agarrar com qualquer outra aí.
            Uns minutos depois de ele ir embora ouço batidas na porta e mando entrar. Era Dallas. Ela fechou a porta do quarto e sentou-se na beirada da cama. Eu estava deitava segurando o outro travesseiro com raiva.
Dallas: O que deu no Joe? Ele saiu daqui de casa com raiva...
Demi: O que deu nele é que ele é um idiota egoísta.
Dallas: Espera um pouco, eu ouvi mesmo isso? Você ta insultando o Joe sem ser de brincadeira? _ perguntou um pouco surpresa _
Demi: Qual o problema?
Dallas: Sei lá, talvez seja porque quando tocamos no nome dele numa conversa você só fique suspirando, e não insultando ele de vários nomes.
Demi: É porque antes ele não foi tão idiota quanto foi agora.
Dallas: Mas o que ele fez, afinal?
Demi: O que ele fez? Deixa eu te contar... _ sentei-me e falei pra ela do acontecimento de minutos atrás e ele prestava bastante atenção _ Foi isso que ele fez.
Dallas: Ér, Demi, posso te falar uma coisa?
Demi: Pode.
Dallas: Promete que não fica com raiva?
Demi: Diz de uma vez Dallas.
Dallas: Ok, tudo bem. _ olhou pra mim um segundo antes de falar _ Mana, a culpa foi sua.
Demi: Como é que é?! _ exclamei alto _ Como assim a culpa é minha?!
Dallas: O Joe só ta fazendo o trabalho dele. O roteiro do videoclipe não é dos melhores, eu admito, mas não ficaria legal ele recusar.
Demi: Por que não ficaria?
Dallas: Pensa assim: há tempos atrás ele gravou o vídeo de Just In Love, que foi mais forte do que esse roteiro do novo vídeo. Ficaria muito estranho ele rejeitar esse vídeo sendo que já fez um parecido e até mais forte do que esse.
Demi: Mas ele tem que lembrar que tem namorada e as coisas são diferentes. Eu não sou de bancar a ciumenta, mas eu tenho meus momentos.
Dallas: E você tem que lembrar que pouquíssima gente sabe que vocês estão namorando. Se ele recusasse sem nenhum motivo para explicar plantaria a desconfiança em muita gente. Poderia começar a ter boatos, e você não que isso, quer?
Demi: Não... _ sussurrei olhando minhas mãos _
Dallas: Olha, eu imagino como deve ser difícil ter que ver seu namorado beijando outra, mas tem que lembrar que é só atuação e, o mais importante, tem que confiar no Joe. Não foi nada legal o que você disse a respeito dele.
Demi: Eu sei que não foi, mas droga, eu tava com raiva! Eu não quero ver ele beijando outra.
Dallas: Esse é um obstáculo que vão ter que superar. _ se levantou _ Bom mana, eu já ajudei como podia. Agora é por sua conta. _ saiu do quarto _
               Fiquei pensando em tudo que a Dallas disse por um bom tempo. Eu queria levar esse videoclipe numa boa, mas é difícil pra mim. Tenho certeza que Joe também ficaria assim se eu tivesse que fazer um vídeo igual.
               Como não quero ficar de cabeça quente de novo, fui tomar um banho pra relaxar. Deixe a água levar pelo ralo todas as minhas preocupações.
              Saí do banho, coloquei minha lingerie e uma roupa simples, um short de malha preto e uma regata branca. Prendi meu cabelo em um coque e desci para o andar de baixo.
Demi: Hey família. _ falei assim que cheguei à cozinha. Haviam acabado se de sentarem para um lanche e me sentei também _
Dianna: Filha, o que aconteceu com você e o Joe? Quando ele saiu daqui parecia que estava com raiva.
Demi: Não quero falar sobre isso mãe. _ falei preparando meu sanduíche _
Dianna: Tem certeza?
Demi: Tenho.
Dianna: Tudo bem.
               O assunto morreu ali. Eu confiava na minha mãe e tudo mais, mas não queria tocar naquele assunto de novo. Eu já tava magoada o suficiente pelo que tinha acontecido e não precisava de mais pessoas dizendo que eu fora a errada.
***
               Eu admito! Eu fui a errada!  Eu deixei meus ciúmes assumir minha cabeça e estou MUITO arrependida disso. Faz dois dias que Joe não fala comigo ou retorna minhas ligações. Juro que se ele continuar a me ignorar vou ficar louca!
               Assim que terminei de almoçar me troquei e fui atrás dele em sua gravadora. Sei que é muito arriscado, mas geralmente ele fica na gravadora nesse horário e é o único lugar que posso encontrá-lo.
               Quando cheguei à gravadora a recepcionista, que não passava de uma adolescente com uns 17 anos, ficou surpresa ao me ver.
Demi: Oi. _ disse amigavelmente _
Recepcionista: O... Oi.
Demi: Será que poderia me ajudar?
Recepcionista: Claro!
Demi: Poderia me dizer se Joe Jonas está aqui agora?
Recepcionista: Você, Demi, ta procurando o Joe? _ perguntou surpresa _
Demi: É que, hum, estamos gravando uma música juntos. Sabe, como nos velhos tempos. Eu precisava falar com ele para rever os detalhes sobre ela.
Recepcionista: Jura que estão gravando juntos de novo? _ sorriu abertamente _
Demi: Sim, e gostaria muito de saber se o Joe está aqui hoje.
Recepcionista: Hum, é que na verdade os funcionários são proibidos de falar qualquer coisa que seja sobre os artistas que gravam aqui.
Demi: Será que não poderia abrir uma única exceção pra mim? Eu preciso muito mesmo falar com ele.
Recepcionista: Ér... Tudo bem. _ sorri e a menina foi checar no computador _ Joe Jonas não está aqui. Ele e os irmãos vão embarcar às cinco da tarde para Nova York hoje e deram a tarde livre para arrumarem suas coisas.
Demi: Muito obrigada. _ sorri para ela e saí dali _
               Então seria hoje o dia da viagem. Acho que sei o que vou fazer.
***
               OK, digamos que eu não penso muito em algumas coisas que faço, elas simplesmente vem por impulso meu. Tipo agora, me veio na cabeça pintar meu cabelo, e cá estou eu agora, num cabeleireiro fazendo isso.
               Não que pintar o cabelo mudaria alguma coisa, mas eu precisava de algo para passar o tempo enquanto não chegava a hora da decolagem dos Jonas. Mas mesmo assim espero que ele goste de meu cabelo agora loiro.
               Lembram que eu disse que fazia algumas coisas por impulso? Nesse momento isso foi uma PÉSSIMA ideia. Já são quase quatro e meia da tarde e ainda não terminaram meu cabelo. Se continuar assim vou perder o horário do voo.
Demi: Com licença, será que dá pra ir um pouco mais rápido?
Cabeleireiro: Queridinha, a pressa é inimiga da perfeição. _ ta, esse cabeleireiro gay era estranho, mas meu tempo estava acabando _
Demi: É que eu tenho um compromisso às cinco da tarde e daqui até lá leva mais ou menos meia hora pra chegar.
Cabeleireiro: Quer que eu termine em menos de quinze minutos? _ arqueou a sobrancelha _
Demi: Vamos, eu sei que consegue. Não existe melhor cabeleireiro que você nessa região. _ tive que apelar pra bajulação, e parece que funcionou. Ele terminou meu cabelo rapidinho e saí dali _
              Consegui chegar rápido até o aeroporto, mas chegar até o jato particular dos Jonas era a tarefa difícil. Por uma incrível sorte os seguranças da pista me deixaram passar. Bom, pelo menos um deles. Tive que fugir correndo do outro até despistá-lo.
               O jato já estava em posição de decolagem e sua porta estava quase se fechando. Juntei todo a ar de meus pulmões e gritei o mais alto que pude para pararem. E acho que ouviram, pois Kevin colocou a cabeça na janela e arregalou os olhos quando me viu. Uns segundos depois a porta foi se abrindo em forma de escada de novo e os três apareceram confusos pro lado de fora.
Demi: Não ouse botar esse jato pra decolar antes de ouvir o que eu tenho pra falar. _ disse meio ofegante da corrida _
Joe: O que faz aqui Demi? _ Joe disse descendo a escada _ E pintou o cabelo de novo?
Demi: Eu precisava falar com você. _ disse olhando em seus olhos _ E o cabelo eu pintei porque não tinha o que fazer mais cedo. _ dei de ombros, mas logo voltei a olhar pra ele _ Sabe, só agora eu fui me convencer de que era a errada na história e eu precisava falar algumas coisas pra você antes de você gravar qualquer coisa.
Joe: Que coisas precisava falar? _ disse cruzando os braços _
Demi: Em primeiro lugar preciso te pedir desculpa. Minha atitude foi tremendamente infantil e me sinto uma completa idiota agora. Mas a coisa mais importante que preciso te falar é que confio em você. Não importa o que você fizer nesse clipe, eu confio muito em você. _ enfatizei o muito _ E não quero ficar brigada por uma coisa tão boba.
               Despejei tudo o que queria e fiquei olhando para seu rosto, ainda sério. Demorou minutos até que ele solou uma risada baixa. Olhei pra ele confusa e ele foi parando de rir.
Joe: Você é mesmo uma figura! Tinha que parar o jato só pra pedir desculpas? _ disse agora sorrindo _
Demi: Eu precisava falar com você antes de voarem pra Nova York.
Joe: Sabia que eu estava na minha casa durante a tarde?
Demi: Bem, eu... Ah, achei que seria mais romântico eu vir até o aeroporto!
Joe: Mais romântico?
Demi: É. Eu até teria trazido flores, chocolate ou algo do tipo, mas o maldito do cabeleireiro era um mala lento e não terminava meu cabelo por nada.
Joe: Ah meu Deus. Como fui arrumar uma namorada dessas, hein? _ riu mais um pouco e me abraçou fortemente, me tirando do chão e colocando de volta uns segundos depois. Eu só sorria e retribuía o abraço _ Com você falando essas coisas é impossível ficar com raiva.
Demi: Me desculpa, me desculpa... _ fiquei repetindo, mas ele logo me calou com um beijo _
               O beijo teria durado mais, mas ouvimos uma tossida falsa e olhamos para cima. Kevin e Nick ainda estavam lá no topo da escada e nem tínhamos percebido.
Kevin: Olha, ta muito fofo esse momento de vocês, mas temos um compromisso, né.
Nick: Nova York nos aguarda mano. Precisamos ir.
               Eles disseram isso e percebi que agora era a hora de sair dali. Pelo menos já tinha me desculpado com Joe e agora tudo estava bem. Ele virou se rosto para mim e não consegui decifrar sua expressão.
Joe: Vem com a gente!
Demi: Como? _ me surpreendi _
Joe: Vai pra Nova York comigo. Eu quero ficar com você e essa é uma oportunidade perfeita de passarmos um tempo juntos!
Demi: Tem certeza que eu posso? Eu só iria atrapalhar e... _ ele me interrompeu _
Joe: Não atrapalha nada. E ninguém vai contestar o fato de você vir junto, não é pessoal?
Nick: Com certeza!
Kevin: Não há motivos para contestar!
Demi: Bom, já que é assim, eu vou! _ sorri e Joe sorriu de volta, me beijando rapidamente em seguida _
               Adentramos o jato e nos sentamos em uma poltrona dupla, onde ele passou seu braço pelo meu ombro.
Demi: Vou mandar uma mensagem pra Debby e outra pra minha mãe. Alguma delas vai querer me matar, mas não importa. _ Joe riu com meu comentário e me ajudou a colocar o cinto depois de ter colocado em si próprio _
Joe: Pelo menos elas não vão poder vir atrás de você onde estamos. Seremos nós dois curtindo cinco dias juntinhos. _ beijou minha orelha, o que me fez arrepiar _
Demi: Quase cinco dias. Grande parte de cada um você vai ficar trabalhando.
Joe: Bem, é, mas o que vale é a intenção. _ beijou minha bochecha dessa vez _ E bom mocinha, o diretor do clipe que ficou responsável pelo nosso hotel em Nova York reservou um quarto pra cada um, então acho que terá que ficar no mesmo quarto de alguém. Ninguém pode saber que a super cantora Demi Lovato está em Nova York com os Jonas.
Demi: Então eu podia dividir o quarto com o Nick, né? _ falei achando graça da cara que Joe fez _
Joe: Faça isso que eu te jogo desse avião.
Demi: Faria mesmo isso? _ fiz biquinho. Eu sabia que ele não resistia quando eu fazia e agora não foi diferente _
Joe: Não, claro que não, mas você disse... Ah, você sabe.
Demi: Você fica lindo com ciúmes. Mas tudo bem, eu divido o quarto com você.
Joe: É né, fazer o que.  _ fez graça e nós rimos _
***
               Nova York era muito mais bonita vista de cima e a noite, com suas inúmeras luzes acesas, mas chegamos de madrugada e a maioria das coisas estavam apagadas.
               Quando chegamos ao hotel, com muito sono devo acrescentar , nem demos boa noite direito uns para os outros. Cada um foi para o seu quarto.
               Joe e eu seguimos para uma suíte com uma bela vista e lá trocamos de roupa. Joe colocou seu pijama, que não passava de uma calça moletom, e me emprestou uma camiseta para dormir. Segundo ele, compraríamos roupas para mim amanhã.
              Nos trocamos ali um na frente do outro mesmo e nos deitamos embaixo das cobertas com as luzes já apagadas. Joe me virou e deitamos de conchinha.
Joe: Ta muito frio, é melhor você chegar mais perto pra nos aquecermos mais. _ sussurrou em meu ouvido _
Demi: Não abusa Jonas. _ sussurrei de volta, mas mesmo assim cheguei mais perto _
Joe: Eu sei que você me quer.
Demi: Só acho que é a situação inversa. Mas agora cala a boca e vamos dormir. _ rimos e me aconcheguei mais ainda a ele _
***
               Eu estava sentada na cama ainda vestindo a camiseta que Joe me emprestara. Ele estava trocando de roupa enquanto conversava comigo.
Joe: Nosso agente vai comprar roupas pra você enquanto cuidamos de uns detalhes do vídeo. Acho que ele sabe mais ou menos o seu estilo, então não tem problema.
Demi: Vai ficar meio estranho um homem comprar roupas para mulher. _ fiz careta _
Joe: Ele não precisa explicar nada, mas se precisar é só dizer que está comprando roupas pra irmã dele. _ rimos _
Demi: Vai começar a gravar hoje? _ falei baixo brincando com a barra da blusa _
Joe: Na verdade não. Vamos só ver se todos os figurinos servem. Ouve um problema com as roupas e vamos ter que verificar. _ falou fechando o zíper e o botão da calça. Ele já estava calçado também, só faltava a blusa e o casaco _ Ei, não fica assim. _ se deitou na cama colocando os braços sobre minha coxa _ Quando formos gravar, tudo vai ser técnico, entendeu?
Demi: Eu sei. E confio em você, mas não confio em nenhuma outra mulher que chega perto de você.
Joe: São só atrizes. Tudo vai correr bem, ok? _ me deu um selinho e saiu da cama para terminar de se vestir _
***
               Quando eram dez horas da manhã, mais ou menos meia hora depois de Joe ter saído, ouvi batidas na porta. Levantei-me e olhei pelo olho mágico. Era a maquiadora dos Jonas (maquiava só coisas básicas, ta?). Ela era nossa amiga e sabia do segredo. Era confiável.
               Coloquei só a cabeça pra fora da porta, pois estava vestida só com a camiseta de Joe, e dei oi pra ela.
Maquiadora: Demi, ta aqui suas roupas. Acho que você vai gostar. Comprei lingeries também. Tomara que sirvam. Tive que ir eu comprar porque o “incrível” agente que os Jonas tem nem sabia seu número._ me passou pela brecha da porta cinco sacolas ou mais _ Agora eu tenho que ir. Beijos Demi!
               Ela saiu rápido e eu tranquei a porta. Tirei tudo o que tinha nas sacolas e coloquei em cima da cama. É, realmente ela sabe meus gostos. Todas as roupas e sapatos que ela comprou eram lindos. E as lingeries, bem... Não sei se são para mim usar com as roupas por cima ou sem elas, porque tinha algumas que eram bem sensuais. Mas também tinham umas normais.
               Tomei um banho e me vesti. Não estavam a fim de ficar o resto da manhã trancada num quaro de hotel. Decidi pelo menos dar um volta pelo corredor. Sei que não é nada excitante, mas pelo menos saía quarto.
               O corredor estava vazio, a não ser por duas mulheres. Me escondi rapidamente e elas continuaram conversando já que não me viram.
Mulher¹: Tem certeza que vai fazer isso amiga?
Mulher²: Tenho sim. Essa é a minha chance!
Mulher¹: Eu ainda acho meio arriscado. Vai que alguém descobre.
Mulher²: Ninguém vai descobrir. As coisas vão acontecer como se naturalmente. Vai ser impossível alguém desconfiar.
Mulher¹: A não ser que nem sair com você ele queira.
Mulher²: Um drink ele não pode recusar. E por falar nisso você tem que me dar o pozinho pra botar na bebida dele. Só assim vou conseguir levá-lo para a cama sem usar camisinha. Então uma gravidez “acidental” vai acontecer. _ riu um pouco e não gostei nada disso _
Mulher¹: Você vai ter sorte por poder ir pra cama com ele.
Mulher²: Mais do que sorte. Um homem rico, bonito, famoso, gostoso e solteiro. O que mais eu poderia pedir? Dessa semana Joe Jonas não me escapa! _sorriu triunfante _
***
Demi: Eu vou MATAR aquela vagabunda! _ eu dizia espumando de raiva enquanto andava de um lado para o outro na suíte do hotel _
Joe: Dem, calma. Não vamos resolver nada de cabeça quente. _ dizia sentado na cama pensativo _
               Ele sempre foi o mais cabeça na nossa relação. Eu sempre sou a mais emotiva e não penso muito quando estou com raiva, mas isso vocês já devem ter percebido.
Joe: Tem certeza que essa mulher falou mesmo isso?
Demi: Certeza absoluta! Ela ficou dizendo pra amiguinha que o plano dela era infalível e que dessa semana você não escapava dela. Filha da mãe. _ murmurei ainda cheia de raiva _ Se eu encontrar ela de novo eu juro que arranco a cabeça!
Joe: Ei, ei, ei. Calma. _ se levantou e segurou meu rosto entre suas mãos _ Não precisa ficar assim.
Demi: Como não, Joe? Como vou ficar tranquila sabendo que tem uma mulher solta por aí planejando roubar você de mim?
Joe: Me diz: quem é minha namorada? _ perguntou acariciando meu rosto _
Demi: Sou eu. _ disse manhosa _
Joe: Quem é a pessoa que eu abraço e que me abraça todos os dias?
Demi: Sou eu. _ continuei manhosa _
Joe: Quem é a única mulher que faz amor comigo e que me satisfaz completamente?
Demi: Eu.
Joe: E por último e mais importante: quem é a mulher que eu amo?
Demi: Eu. Você me ama.
Joe: Então não se preocupe, meu amor. Eu nunca te deixaria.
Demi: Eu sei que não, mas... Mas...
Joe: Mas nada. Nós concordamos que não deixaríamos nada abalar nossa relação e eu não estou nada afim de isso acontecer agora. _ soltou meu rosto e foi em direção da janela _ Dessa vez nosso namoro vai durar. _ disse convicto _
               Eu caminhei lentamente em sua direção e o abracei por trás, admirando a lua lá fora e repensando em tudo o que falamos. Certo que eu fiquei com raiva, mas não era justo eu descontar, de alguma forma, nele.
Demi: Desculpa, desculpa. Você sabe que eu fico louca quando alguma mulher chega perto de você.
Joe: Você confia em mim? _ perguntou ficando de frente pra mim. Eu assenti _ Então isso é tudo o que importa. _ me beijou _
               Não foi um simples beijo. Foi o beijo de Joe Jonas. Aquele beijo maravilhoso, gostoso, que enlouquece qualquer mulher. Tentei ignorar o fato de que provavelmente amanhã outra mulher provaria desse beijo, então me concentrei em Joe.
               Ele segurou meu quadril tão forte que, se eu não estivesse com o vestido, deixaria uma bela marca. E como se não bastasse, quase rasgou minha meia calça quando apertou minha coxa. Se eu estava adorando mesmo assim? Estava!
Demi: Você tem algum problema com as minhas meias calças? Não pode ver uma que já quer rasgar! _ falei brincando _
Joe: Você fica melhor sem elas.
              Então ele simplesmente me jogou na cama. Eu ri ainda mais quando ele se jogou sobre mim. O beijo se tornou mais ardente e logo ele tratou de tirar minhas roupas e as suas. O que aconteceu a seguir vocês já sabem.
***
               A luz do Sol, ou pequena parte dela, bateu em meu rosto, me acordando. Eram sete da manhã, segundo o celular de Joe. Ótimo, esquecemos as cortinas abertas e elas me acordaram. Me remexi, querendo levantar para fechá-las, mas o braço de Joe me imobilizou no lugar.
Joe: Aonde pensa que vai? _ murmurou rouco em meu ouvido _
Demi: Só fechar as cortinas.
Joe: Deixe elas. _ apertou mais minhas costas contra seu peito nu _ Não quero que você levante.
Demi: Também não quero levantar, mas não quero o Sol na minha cara. _ ele então me virou de frente pra ele _
Joe: Problema resolvido.
Demi: Volte a dormir. _ disse acariciando sua testa _ É cedo ainda.
Joe: Vou conhecer a atriz hoje. _ disse, provavelmente esperando que eu não ligasse. Acreditem, eu tente não ligar, mas é meio impossível né _
Demi: Hum. _ tente parecer indiferente. Tentativa falha  _
Joe: Sei que se importa.
Demi: Me importo, mas não quero falar disso agora.
Joe: E sobre um jeito de você ver tudo o que vai acontecer na gravação hoje, não quer falar?
Demi: Como assim? _ perguntei curiosa _
Joe: Nosso agente achou que você iria querer ver a gravação, então tomou liberdade para pesquisar um jeito. Como seria impossível você ir lá, e um disfarce seria muito arriscado, ele achou um jeito um pouco mais... Tecnológico.
Demi: E como é esse jeito?
Joe: Simples, colocaria uma câmera em minhas roupas. Tudo o que eu visse ou gravasse, você iria ver.
Demi: Isso é brilhante!
Joe: Sim. Você verá tudo pelo iPad. _ me deu um selinho _ Ficar acordado me deu fome. _ soltei uma gargalhada _
Demi: Pede comida então.
Joe: Tudo bem né. _ riu um pouco _
               Joe se esticou um pouco e alcançou o telefone no criado-mudo. Ligou para a recepção e pediu um café da manhã caprichado. Logo após ele se levantou e vestiu a boxer juntamente com uma bermuda. Estava quente no quarto por causa do aquecedor ligado.
Joe: Vai ficar mesmo assim?
Demi: Assim como? _ estranhei _
Joe: Deitada na cama... Nua...
Demi: Qual o problema?
Joe: O problema é que daqui a pouco vão vir entregar a nossa comida aqui, e eu não acharia nada legal se o entregador te visse assim. _ cruzou os braços _
Demi: Own. Se isso tudo e ciúmes, eu levanto sim.
               Afastei as cobertas e me levantei, indo em sua direção. Enlacei seu pescoço com meus braços e o beijei. Uma das mãos dele foi para a minha bunda e ficou por lá dando leves apertões. É, ele tinha mesmo uma tara pela minha bunda. Era incrível como isso nunca acabava.
               Ficamos nos amassos ali no meio do quarto por um bom tempo, até que batem na porta gritando “Serviço de quarto!”. Me afastei de Joe indo para o banheiro, para ninguém me ver. Uns dois minutinhos depois Joe bate na porta do banheiro, me avisando que o caminho estava livre.
Demi: Pediu caprichado, hein. _ comentei enquanto colocava a lingerie e uma regata _
Joe: Eu disse que tava com fome.
               Nos sentamos na cama e fomos comendo o café da manhã. Depois que terminamos tudo, ele deixou a bandeja num canto para o entregador pegar depois e continuamos com nossos amassos de uns tempinhos atrás. Mas novamente um barulho nos interrompeu. Um despertador.
Joe: Eu tinha colocado pra me acordar. _ disse desligando o mesmo _ Mas agora que já comemos, ainda tenho mais um tempo pra ficar com você.
               Sorrimos e voltamos a namorar em paz. Quando o horário dele chegou posicionei o iPad e fiquei vendo todos os seus passos, inclusive tudo o que ele falava ou ouvia.
Joe: Ta funcionando né?
Demi: Sim. Você está olhando pra mim, então estou me vendo. Por falar nisso, preciso pentear o cabelo, hein. _ fiz careta e ele riu _
Joe: Vou indo então. _ se aproximou e me deu “aquele” beijo _
               Mordi o lábio enquanto ele saia do quarto e fui acompanhando pelo iPad seus passos. Eu já disse que amo a tecnologia atual? Bom, de qualquer jeito estou dizendo agora. Bendito seja aquele que inventou a câmera de espionagem!
               Vejo Joe se encontrar com os irmãos e o agente no saguão do hotel e os vejo indo para o carro que os levará para o estúdio de gravação. Consigo também ouvir sua conversa, embora ele não possa ouvir o que eu falo.
              Não leva mais do que alguns minutos para chegarem ao destino final. Está tudo pronto para gravar, eu acho.
Agente: Ok meninos. Começamos em cinco minutos!
          Disse o agente indo falar com o diretor, pelo que pude ver.
Joe: Oi amor. _ ele sussurrou para somente eu ouvir _ Ta me ouvindo né? Acho que sim. Já, já vamos começar. Vai ficar tudo bem. Pelo que estou ouvindo, vamos gravar somente a parte dos meninos hoje. Quer dizer, vamos gravar com as atrizes, mas sem nenhuma... Pegação.
               Fiz careta ouvindo isso, mas no fundo eu sabia que era o trabalho dele. Eu não podia interferir e acabar com tudo.
Joe: Espera que esteja tudo bem. _ continuou sussurrando _ Não quero que fique magoada. Te recompenso por tudo isso depois, aí na suíte.
                Sorri com a promessa sabendo o que ela envolvia. Eu tenho o melhor namorado do mundo, não é?
               O dia foi passando normalmente. Acompanhei tudo o que Joe fez e não houve nenhum problema. Estava na hora deles voltarem para o hotel... E eles estavam voltando. Estavam indo para o carro até que alguém os para. Era uma das atrizes. Não sei com quem ela contracenava, não prestei atenção, mas o rosto dela eu conhecia...
Xxx: Oi rapazes. Eu e as meninas estávamos pensando em ir tomar um drink no bar aqui perto. Topam ir conosco? _ eu não acredito que é ela... _
Joe: Olha, foi mal, mas eu to mais afim de ir pro hotel, descansar...
               Isso Joe!
Nick: Ah, vamos lá mano. Um drink não faz mal!
               Nicholas, se você insistir mais eu juro que casto você! O por que de eu estar assim? Simples, é porque essa atriz que está convidando eles para beber é simplesmente a vagabunda que quer roubar o meu homem de mim!
Joe: Sério cara, eu não to afim mesmo.
              Isso mesmo Joseph! Mostre que você tem bom senso.
Nick: Cara, ta virando frouxo? Você nunca recusou um drink!
Joe: Não tem nada haver, só estou cansado.
Nick: Mais um motivo pra ir!
Joe: _ bufou _ Só um drink.
Nick: Isso!
               Não sei quem eu quero matar primeiro, Joseph ou Nicholas! Ah, mas isto não vai ficar assim.
              Agora, que estou auge da raiva levanto-me e começo a me vestir. Pouco me importo em me disfarçar. Só quero arrancar a cabeça daquela mulher!
               Saindo do hotel peguei o primeiro taxi que vi, pouco me importando com o espanto do taxista ao me ver. Dei o endereço e fiquei bufando com impaciência por causa do transito. Mas quando finalmente chegamos, dei uma nota digamos que um pouco mais alta do que o valor que deveria ser e sai do carro. Havíamos parado bem na frente do bar.
               Entrei ainda nervosa. As luzes do bar eram baixas, dando um clima gostoso, até. Se eu não estivesse aqui para, tecnicamente, uma missão homicida, eu adoraria vir aqui com Joe.
               Depois de analisar o lugar, eu vi a garota. Ela estava pegando dois copos de bebida. Analisei-a por alguns segundos e vi que ela pegava um saquinho transparente com um conteúdo branco e depositava em um dos copos. Ela iria mesmo tentar dopar o Joe! Mas que v*dia!
               Saí andando rapidamente até ela. Ela não iria fazer isso com meu namorado, nunca!
Demi: Oi querida! _ deu um sorriso falso assim que cheguei perto dela _
Xxx: Ah meu Deus, você é Demi Lovato! _ exclamou admirada _ Eu sou Tara!
Demi: É, parece que sim. Que bebidas legais essas aqui. _ falei olhando os copos com bebidas azul neon _ São boas?
Tara: Hum, não sei, vou experimentá-las agora.
Demi: Sozinha?
Tara: Bem... Não. _ sorriu _ Você não vai acreditar, mas Joe Jonas está aqui!
Demi: Está é? E ele veio sair com você?
Tara: Bom, não só comigo, mas logo ficaremos a sós. Quero experimentar Joe Jonas, se é que me entende.
Demi: Oh, entendo sim, mas é uma pena que isso não vá acontecer.
Tara: Como assim? Por que não aconteceria?
Demi: Não vai acontecer porque eu não vou deixar.
               Peguei os copos, mas ela os segurou também. Ficamos puxando de um lado para o outro até que, propositalmente, os virei para o lado, derramando todo o líquido em sua roupas.
Tara: Olha o que você fez! Aqui tava toda a minha... _ auto interrompeu-se _
Demi: Toda sua o que? Sua droga? Escuta aqui garota, se você pensar em dopar o Joe de novo eu acabo com você!
               Espumando de raiva ela veio para cima de mim, se jogando. Ela se jogou tão forte que eu acabei indo para trás no impacto, levando ela junto. Batemos numa mesa e caímos no chão. Minhas costas ficaram doloridas por terem batido diretamente na mesa, mas logo me esquivei e revidei um golpe dela. Ela agarrou meu cabelo, mas logo o soltei, livrando-me da dor.
              Várias pessoas do bar já tinham visto e gritavam “BRIGA, BRIGA, BRIGA”. Ainda no chão ficamos rolando. No momento ela levava a melhor, estando sentada em meu abdômen. Ela me arranhava e dava tapas. Senti um pouco de sangue escorrer da minha sobrancelha.
              Fiz força e nos rolei, ao mesmo tempo em que ela também fazia força. Ficamos meio que levantadas, com ela segurando minha blusa e eu o cabelo dela. Depois de ter dado dois tapas, e recebido mais alguns arranhões, ouvi aquela voz.
Xxx: Demi? Demi, o que ta acontecendo?
               Senti alguém me segurar pela cintura por trás e sabia que era Joe. Vi Kevin segurar a v*dia e Nick ajudá-lo.
Joe: Ei, ei... _ Joe sussurrou em meu ouvido _ Fica calma.
Demi: Eu quero matar essa vagabunda! _ falei entre dentes _
Kevin: O que acontece aqui Demi? _ falou ele deixando somente Nick segurar Tara e ficando entre nós duas. Joe ainda me segurava, um pouco menos forte _
Demi: Acontece que essa mulher iria mesmo tentar dopar o Joe!
Nick: Como? _ perguntou incrédulo _ Tara é uma das atrizes, por que ela... _ o interrompi _
Demi: Eu já tinha visto ela, no hotel! Eu a vi falando para a amiga o que iria tentar fazer com o Joe, e quando vi quem seria a atriz vi que era ela! Ela colocou um pó branco em uma das bebidas, eu vi!
Kevin: Tem certeza?
Demi: Absoluta!
Kevin: Ok. Então vou chamar a polícia. _ falou pegando o celular _
Tara: Polícia?! _ se desesperou _
Kevin: Sim, é melhor deixar as autoridades resolverem isso. Não queremos mais que saiam no tapa.
***
               Depois que Kevin ligou para a polícia, nós cinco, eu, Joe, Kevin, Nick e Tara, fomos encaminhados para a delegacia. Estávamos acabando de sentar, Joe, eu e Tara, nas cadeiras colocadas a frente da mesa do delegado.
Dr. Holler: Podem começar se explicando?
               Tara e eu começamos a falar juntas um monte de coisas, não dava para entender nada. O delegado apenas levantou a mão e paramos as duas.
Dr. Holler: Srta Colleman, pode começar.
Tara: Bem, tudo começou no bar. _ ela disse, somente depois de ter olhado triunfante pra mim, que revirei os olhos _ Eu estava apenas levando bebidas para mim e para o Joe quando ela veio e tentou tirar as bebidas de mim. Obviamente eu não quis dar, eram minhas, mas ela agarrou-as tentando pegá-las, nisso ela derrubou toda a bebida na minha roupa. Fiquei com raiva, claro, e, na adrenalina do momento, bati nela. Mas a culpa foi primeiramente dela.
Dr. Holler: O Sr havia saído com a Srta Colleman, sim Sr Jonas?
Joe: Sim, eu e meus irmãos.
Dr. Holler: Certo. Srta Lovato, pode me dizer o porque de tentar pegar as bebidas?
Demi: Porque ela colocou algum tipo de droga em uma delas. _ falei direta. Vi que Tara ficou tensa. Joe me olhou curioso e o delegado continuou olhando impassível _
Dr. Holler: Droga?
Demi: Sim. Droga ou algo do tipo. Não sei exatamente o que era, só sei que era um pó branco e ela o colocou em uma das bebidas. Obviamente na que iria dar ao Joe.
Dr. Holler: E você e o Sr Jonas são... ?
Joe: Namorados. _ respondeu por mim, entrelaçando nossas mãos _
Dr. Holler: Curioso... _ falou anotando algo _ Srta Lovato, tem certeza que não está falando isso só por causa de ciúmes por seu namorado ter saído beber um drink com a Srta Colleman?
Demi: Não, tenho certeza. Há menos de dois dias eu a vi no corredor do hotel em que estamos hospedados falando com uma amiga sobre seu plano de dopar o Joe, e hoje no bar ela iria botá-lo em prática!
Dr. Holler: Certo. Sr Jonas, Srta Lovato, me deem uns instante a sós com a Srta Colleman, por favor.
               Joe e eu somente assentimos e saímos dali. Kevin e Nick estavam na sala de espera conversando distraidamente. Joe e eu então seguimos para um canto, querendo mais privacidade. Ele se apoiou na parede e eu apoiei minhas mãos em seu peito, com ele abraçando minha cintura.
Demi: Desculpa... _ sussurrei _
Joe: Pelo que? _ perguntou saindo da distração de seus pensamentos _
Demi: Pelo escândalo... Acabei com nosso disfarce pra nada.
Joe: Ei, não foi pra nada. _ disse colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha _ Você me salvou de ser dopado.
Demi: Mas revelei nosso segredo, saí no tapa com a atriz no bar e fiz nós pararmos na delegacia. Belo jeito de te salvar. _ falei irônica _
Joe: Se você não tivesse feito isso, agora eu estaria possivelmente grogue e com ela fazendo sabe-se lá o que comigo.
Demi: Não quero nem pensar nisso. _ o abracei pela cintura e encaixei meu rosto na curva de seu pescoço, depositando um beijo inocente lá _ O que vamos fazer?
Joe: _ suspirou _ Vamos voltar para o hotel e, possivelmente, pra Los Angeles. E lá... Eu não sei.
Demi: Acabei com o videoclipe.
Joe: Já disse que não foi nada. Podemos remarcar a filmagem. Mas no meio de tudo isso, uma coisa boa aconteceu.
Demi: O que?
Joe: Agora que todo mundo vai saber que estamos juntos de novo, não precisarei mais aceitar um roteiro desses. _ sorri com o rosto ainda em seu pescoço _ Não vamos mais ter que lidar com interesseiras loucas como ela.
Demi: Já disse que você é incrível? _ retirei minha cabeça de seu pescoço e lhe dei um selinho _
Joe: Hoje ainda não. _ disse sorrindo _
Demi: Pois então eu digo... Você é o homem mais incrível do mundo, Joe! E é o meu homem!
Joe: Só seu. _ sorriu e me beijou com vontade _
Dr. Holler: Com licença. _ Joe e eu nos separamos rapidamente e nos viramos para o delegado _ O caso será arquivado e ninguém será punido. _ eu ia protestar, mas ele interveio _ Não há nenhuma prova de que a Srta Colleman possuía alguma droga. Não podemos acusá-la sem provas. Agora tenho muito trabalho se não se importam. Boa noite.
Jemi: Boa noite.
               Como já estávamos liberados, seguimos para o hotel. Demos boa noite aos outros e seguimos para o nosso quarto. Chegando lá fomos trocar de roupa. Joe tirou seus sapatos e sua camisa. Eu tirei meus saltos e minha jaqueta, e depois de tirar minha camiseta Joe veio até mim.
Joe: Suas costas estão roxas. _ disse preocupado _
Demi: Durante a briga ela se jogou em mim e bati as costas numa mesa. _ ri um pouco _ Deve ter sido por isso.
Joe: Ta bem roxo. _ senti que ele fazia uma careta _ Deita na cama de bruçus.
               Somente obedeci e me deitei de bruçus. Joe se ajoelhou sobre mim com uma perna de cada lado da minha cintura e abriu o fecho do meu sutiã. Afastou as alças e, com cuidado, começou a massagear minhas costas. Suspirei em aprovação e ele continuou.
Joe: Isso não vai curar, mas ajuda há relaxar um pouco.
Demi: Oh se ajuda. _ disse e ele riu _
Joe: Agora quem quer matar aquela desgraçada sou eu. _ eu que ri desta vez _ Ninguém pode te machucar e sair impune. _ beijou minhas costas e continuou a massagem _
Demi: Me de um pouco de crédito. Bati nela também. _ rimos _
Joe: Sim, mas mesmo assim não queria que você tivesse se machucado. Vai levar uns dias pra voltar ao normal. Não quer ir a um médico?
Demi: Não precisa. É só continuar a me fazer massagem que logo passa. _ relaxei _ Sabe, só acho que vou levar uma bela de uma bronca da minha mãe.
Joe: Acho que não.
Demi: Quer apostar?
Joe: Já é.
Demi: Beleza. Se eu ganhar, você vai me fazer essa massagem todos os dias durante um mês inteirinho. _ eu disse sapeca _
Joe: Fechado. Mas se eu ganhar você vai... _ auto interrompeu-se _
Demi: Vou o que? _ perguntei curiosa _
Joe: Nada, esquece.
Demi: Joe... _ supliquei _
Joe: Esquece linda, não é nada mesmo.
               Sorriu tranquilizador e beijou meu ombro, continuando a massagem. Passamos mais um bom tempo somente relaxando com as massagens e depois fomos dormir. Quero só ver o que minha mãe irá dizer.
***
Dianna: DEMETRIA LOVATO! Como se atreveu a agredir aquela atriz?! Estou totalmente desgostosa. Você poderá enfrentar inquéritos no trabalho, e a culpa é TODA SUA! Se sair mais um dedinho da linha, será trancada DENTRO DE CASA! _ é, ela explodiu _
              Eu tinha voltado de viagem, como já perceberam. Estava no sofá da sala da minha casa com minha mãe em pé na minha frente espumando de raiva, Eddie sentado no sofá perto da lareira e Debby em uma poltrona.
Demi: Deu pra incorporar Molly Weasley agora?
Dianna: Não, esse só foi o discurso mais apropriado que achei. Mas agora voltando ao assunto, me diga onde estava com a cabeça ao fazer aquilo!
Demi: Eu só queria proteger o Joe!
Dianna: E precisava armar um escândalo no bar?!
Demi: Eu faço qualquer coisa pra proteger o Joe, mãe.
Dianna: Mas esse “qualquer coisa” pode custar sua carreira, não entende?!
Debby: Dianna tem razão Demi. Eu ainda não chequei os sites, mas já recebi um e-mail da gravadora, pois ela soube da briga.
Demi: Gente, eu entendo que isso pode ser ruim e tal, mas eu não tive escolha, eu tinha que parar aquela golpista antes que ela fizesse algum mal a Joe. Eu tentei somente tirar os copos dela, mas ela insistiu puxando eles de volta. Vão lá brigar com ela porque é ela que tem mais culpa!
Dianna: Mas não muda o fato de você ter culpa também!
Demi: Eu só queria proteger meu namorado. Aposto que você faria a mesma coisa por Eddie.
Dianna: Mas eu não apelaria pra agressão!
Demi: Foi a golpista da Tara que começou com a briga! _ me levantei irritada _ Olha, eu vou pro meu quarto.
               Mesmo com os gritos de protesto, subi e me tranquei no quarto. Tirei minha bota e minhas meias e me deitei na cama por cima do edredom. Peguei meu iPhone e entrei na internet, mais precisamente num site de fofocas. Matérias sobre a briga já estavam lá. Somente suspirei. Mandei então uma mensagem pra Joe vir aqui comigo, eu precisava dele agora.
***
               Toc,Toc, Toc. Alguém batia na porta. Nem percebi que tinha dormido. Levantei ainda sonolenta e destranquei a porta. Era Joe.
Joe: Tava dormindo? _ perguntou entrando e fechando a porta, para logo me dar um selinho _
Demi: Sim, acabei caindo no sono. _ levei ele pra se deitar comigo _
Joe: Sua mãe estava brava.
Demi: Sabe o que significa? _ sorri _ Perdeu a aposta! Prepare suas mãos, benzinho! _ disse, fazendo-o rir _
Joe: Será uma honra massagear você todo esse tempo, Srta Lovato. _ sorriu safado dando um beijo em meu ombro _
Demi: Ainda bem! Mas agora me diga, o que ia pedir se ganhasse? _ perguntei curiosa _
Joe: Nada de importante, bebê.
Demi: Ah, vamos, deve ser importante sim. Me diga, por favor! _ falei com aquela voz manhosa que, quase sempre, o convencia de fazer ou falar algo _
Joe: Só ia pedir um beijo.
Demi: Joe, você não me engana. Se quisesse um beijo não precisaria ganhar uma aposta pra ter. _ beijei-o, comprovando o que eu dizia _ Tenho certeza de que é algo mais importante.
Joe: Seus beijos são importantes. _ beijou-me também _ Confie em mim, não é nada de mais. _ tentou desconversar novamente _
Demi: Não gosto de ficar curiosa. _ fiz biquinho, mas ele desmanchou com um beijo e eu AMO quando ele faz isso _
Joe: Um dia eu te conto.
Demi: E esse dia é hoje.
Joe: Hoje não, hoje quero só curtir com você.
Demi: Amanhã? _ tentei a sorte, mas ele negou, então suspirei _ Maldade isso.
Joe: Você supera. _ encaixou a cabeça na curva de meu pescoço e ficou com ela lá, cheirando e dando alguns beijos de vez em quando _ Não sei se você viu, mas já tem matérias sobre a briga e em várias delas está escrito que eu estava lá e que você brigou por minha causa.
Demi: Eu vi. Mas não tem nada que possamos fazer agora. _ suspirei _O segredo acabou. Desculpa de novo.
Joe: Ei, não precisa se desculpar. O segredo acabou,mas pelo menos não precisamos mais esconder. Aliás, eu estava mesmo afim de sair pra tomar um café agora. Topa?
Demi: Topo. Já chega de mofar aqui dentro.
              Rimos e nos calçamos. Saímos de dentro da minha casa e fomos para o seu carro, estacionado na garagem, porque, pelo menos antes, não queríamos que ninguém visse. Eu estava com meu óculos de sol, mas não por não querer ser reconhecida, mas por costume mesmo, e Joe também estava com o dele.
               Assim que chegamos ao Starbucks, Joe estacionou e ficamos no carro por um momento. Certo que teoricamente as pessoas já estavam meio que desconfiando que já tínhamos voltado, mas ainda não tínhamos saído em público.
Joe: Tudo bem?
Demi: Sim, só um pouco nervosa. _ ri _
Joe: Também estou, mas vamos conseguir. Juntos.
Demi: Juntos.
              Joe sorriu antes de me beijar e então saiu do carro, dando a volta para abrir a porta pra mim. Ele acionou o alarme e fomos andando de mãos dadas até a cafeteria, que estava a uns 7 metros de onde ele tinha estacionado, no máximo. Algumas pessoas já olhavam e ficavam cutucando outras para olharem também, e foi pior ainda na cafeteria, onde tinha mais pessoas. Não tinha nenhuma fila, então somente pedimos o que queríamos e fomos sentar em uma mesa com aqueles bancos dos anos 50 encostado na parede e sentamos lado a lado.
Demi: Ai que vergonha. _ comentei tirando o óculos e pendurando-o na blusa. Joe fez o mesmo, logo após colocou o braço sobre meu ombro _
Joe: Silencio mortal... _ realmente todos tinham ficado em silencio e não paravam de olhar pra nós _ Acho que não se tocaram que é meio desconfortável.
Demi: Meio? Eu to totalmente desconfortável. _ enfatizei o totalmente e beberiquei meu chocolate quente. Nossa conversa não passava de sussurros _
Joe: Pelo menos algumas pessoas se tocaram disso. _ notei, assim como ele, que alguns pararam de olhar _ Mas isso acontece só hoje, acho. É que é novidade pra eles. _ bebeu um gole de seu cappuccino _
Demi: De qualquer jeito, eles poderiam parar de olhar né. Quero aproveitar essa nossa liberdade sem ter uma pessoa olhando-me com os olhos arregalados. _ ele riu baixo e eu o acompanhei adorando ouvir sua risada, mesmo que baixinha _
Joe: Não dê bola. Se concentre em apenas em mim.
Demi: Com prazer. _ beijei sua bochecha e mordi um dos brownies de chocolate que tínhamos pegado _ Esses brownies são os melhores!
Joe: São sim. Eu já tentei fazê-los uma vez, mas não tive lá muito sucesso. _ rimos juntos _ Sei lá, eles devem colocar algo que o faz ficar tão bom assim.
Demi: Dizem que cozinhar com amor é o segredo de cada comida.
Joe: Mas eu cozinhei com amor. _ reclamou _
Demi: Talvez não tenha sido amor o suficiente. Acho que se você cozinhar pra mim saia bem melhor. _ sugeri, tentando parecer inocente _
Joe: Mas é ligeira mesmo. Todo esse papinho de amor só pra ter meus brownies.
Demi: Não tenho culpa se você cozinha bem e brownies é uma das únicas coisas que não experimentei feito pelas suas mãos. _ levantei as mãos em auto defesa _
Joe: Okay, okay, eu faço. Mas agora temos um assunto mais importante pra tratar. _ olhei-o, esperando _ Agora que podemos sair em público temos que fazer uma lista de cada lugar que queremos ir. Começando com cinema. Namoro nenhum é oficial se não tem um encontro no cinema.
Demi: Então significa que esses três meses que namoramos não foi oficial? _ arqueei a sobrancelha _
Joe: Foi, mas não completamente. O cinema é como um ritual para um namoro.
Demi: Já tivemos um encontro no cinema uma vez.
Joe: Mas foi no primeiro namoro, nesse ainda não.
Demi: Podemos ir hoje à noite! _ sorri entusiasmada. As pessoas já tinham parado de olhar, o que me ajudou a relaxar _
Joe: Só se você for dormir no meu apartamento! _ impôs _
Demi: Claro que eu vou! _ sorri e levei brownie à boca dele, para ele morder _ Você ta parecendo um bebê.
Joe: Você que quis me dar na boca. _ sorriu _ Ei Dem, o que você acha que todos vão pensar disso, de nós? Muitos fãs ainda me culpam pelo que aconteceu com você. _ disse com um olhar triste _
Demi: Amor, não se preocupe com isso. Dos fãs cuido eu. Você não precisa se preocupar com isso e nem dar bola pra quem te culpa, porque isso não é verdade. Eu já tinha problemas o suficiente pra ir pra rehab. Você não tem culpa de NADA. _ eu já havia falado isso pra ele muitas vezes antes e eu sabia que ele acreditava em mim, mas sempre que tocávamos no assunto de assumir publicamente ele ficava receoso por esse fato. Segurei seu rosto em minhas mãos _ Não ligue pra opinião de ninguém além da minha e da sua própria, okay? _ dei um beijinho e esquimó nele e voltei a beber meu chocolate quente, acariciando com minha mão direita a mão de seu braço que estava ao meu redor _
Joe: Você é incrível, sabia?
Demi: Sim, eu sabia. _ me gabei, fazendo ele rir _ O que acha de mostrar a eles nosso primeiro beijo em público, hein?
Joe: Eu adoraria. _ sorriu _
               Então nos beijamos. Pude ouvir uns murmúrios do tipo “wow” ou ”nossa”, mas eu não estava nem aí. Se eu quiser beijar o meu homem em público eu beijo, afinal, como eu acabei de dizer, ele é meu. Somente meu.
***
Demi: Vai Joe, me conta! _ eu pedia, ou melhor, implorava para ele me contar o que ganharia se ganhasse a aposta. Já tinha se passado mais de uma semana e ele não havia me falado _
Joe: Não Demi, como eu já disse: não é nada.
Demi: Mas que droga Joe! Não custa nada me dizer! _ eu exclamei irritada batendo as mãos no balcão da cozinha do apartamento dele _ Não vai te acontecer nada se me contar!
Joe: Não entende que não quero falar? Foi uma ideia besta que eu tive.
Demi: Se me contar posso dizer se é besta ou não.
Joe: Não, é uma loucura. Você nunca concordaria. _ disse baixinho a ultima frase _
Demi: Amor, por favor. _ o abracei pela cintura e beijando seu pescoço _
Joe: Demi, para. Não vou te contar. _ tentou me afastar, mas me prendi mais a ele _
Demi: Não te solto até me contar. _ disse convicta e ouvi ele suspirando enquanto me abraçava de volta e me imprensava levemente contra o balcão _
Joe: Por que você tem que ser tão teimosa, hein? _ acariciou meu cabelo _
Demi: Eu não desisto fácil quando quero alguma coisa, você deveria saber.
Joe: Eu sei meu anjo, eu sei. _ ficou me ninando um pouco _ Só quero que entenda que o que eu iria pedir era uma coisa que pensei no calor do momento, não era sério.
Demi: Se não é sério poderia me contar. _ eu disse, fazendo-o suspirar _
Joe: Se eu contar promete que vai deixar de ser tão teimosa e curiosa assim?
Demi: Posso tentar. _ disse sorrindo, a alegria me consumindo por saber que finalmente eu saberia o que ele ia pedir _ Vai, me conta!
Joe: Eu... _ suspirou _ Só me prometa mais uma coisa. _ sorri, o incentivando a falar _ Prometa que não ficará com raiva de mim.
Demi: Nunca. _ sorri e lhe dei um selinho, logo em seguida olhando-o de novo, esperando ele falar _
Joe: O que eu ia pedir é uma coisa que estou pensando há um tempo já, não foi decidido no calor do momento, como eu disse. Não falei antes da aposta por falta de coragem. Eu não queria ter que ouvir um “não” vindo de você. Quando você sugeriu a aposta eu vi uma maneira de te propor isso, mesmo se não ganhasse.
Demi: E o que é? _ perguntei esperançosa _
Joe: Eu... Eu ia pedir pra... Pra você...                   
Demi: Fala Joe!
Joe: Eu ia te pedir pra vir morar comigo!
               Wow! Morar com ele? Nossa, nós nunca tínhamos pensado nessa hipótese, bom, aparentemente somente eu que não. Não que eu não quisesse, mas era tudo difícil por causa do lance do segredo e tal.
Demi: Jura? Queria que eu viesse morar com você?
Joe: Ainda quero na verdade. _ se afastou, passando a mão na nuca _ Nossos compromissos de trabalho nos deixavam muito distantes um do outro. Eu queria que não ficássemos muito tempo separados. Eu sei que é um grande passo, mas eu não arrependeria de ter você morando aqui comigo.
Demi: Abriria mão da sua privacidade pra me ter por perto? _ perguntei ficando mais próxima a ele e com um sorrisinho _
Joe: Eu abriria mão de tudo por você.
               Certo, só faltava eu desmaiar de tanta emoção. Sabem qual é a sensação de ouvir o homem da sua vida lhe dizendo que abriria mão de tudo pra você? Não? Então procurem saber, porque é MUITO boa.
Demi: E eu faria o mesmo, meu amor.
               Eu me aproximei mais e, tomando seu rosto com minhas mãos, o beijei lenta e carinhosamente. Eu não precisava dizer nada para ele saber que minha resposta era “sim”. Morar com Joe seria a melhor decisão que eu faria agora. Resolveria todos os nossos problemas de distancia.
Joe: Eu te amo. _ conseguiu sussurrar durante o beijo _
Demi: Eu te amo também. _ sussurrei logo após _
               Ele então foi me guiando até seu quarto, um caminho que ambos sabíamos muito bem fazer. Lá ele calmamente me deitou em sua cama box de casal e começou a beijar minha mandíbula enquanto tirava meu casaco. Eu aproveitei a deixa para retirar sua camisa.
               Depois de estarmos já descalços e dele já ter retirado minha blusa, começou a descer os beijos, provando minha pele. Seus beijos não cessaram até ter retirado cada peça de meu corpo. Eu segui seu exemplo e fiz o mesmo até retirar suas roupas.
               Depois de se proteger devidamente, Joe entrou em mim com uma lentidão agonizante que só me fazia querer mais e mais.
Demi: Joe...
Joe: Sim princesa...
               Ele continuou suas investidas mais fortemente e continuamos assim até atingirmos nossos limites naquele momento. Afinal, ainda teríamos o resto da noite para aproveitar.
***
Dallas: Tudo certo então? _ assentimos _ Okay, pose pra foto!
               Era o meu dia de mudança. Havíamos levado todos os meus pertences de minha casa para a casa de Joe. E Dallas, como o feliz ser humano que é, decidiu tirar fotos de nós no meio da mudança – que, acreditem ou não, consistia em muitas caixas -.
               Minha família estava ajudando. A família de Joe só não ajudara hoje por ter seus afazeres inadiáveis. Mas isso não importava. Conseguiríamos terminar tudo hoje, se tudo desse certo.
               Joe, vestido em sua calça jeans escura e sua regata cinza, segurou em minha cintura a me puxou para perto dele, por entre as caixas. Eu estava com uma legging preta, uma camiseta branca estampada, meu casaco verde quase inseparável, e meus cabelos presos num coque. Dallas se posicionou a nossa frente.
Dallas: 3... 2... 1... Cheese! _ sorrimos e ela tirou a foto _ Ficou linda!
Demi: Minha primeira foto morando com você! _ disse só para Joe e sorrindo, depois de ter olhado a foto _
Joe: Ficou linda! _ sorriu e me beijou _
Dallas: Ei! Ei! Ei! Tem muito trabalho pela frente ainda! Não pensei que eu, a Maddie, o Eddie a mamãe vamos fazer tudo sozinhos não! Namorar só depois de tudo pronto!
Demi: Okay comandante! _ rimos e bati continência pra ela, voltando ao trabalho _
Joe: Não se preocupa. _ Joe sussurrou discretamente em meu ouvido _ Depois continuamos nossa comemoração particular. _ aquilo só me fez arrepiar e ansiar para que terminássemos de arrumar tudo logo, mas me contive _
              Sorri e me virei, roubando-lhe um selinho rápido – se não Dallas seria capaz de ficar entre nós para não nos “distrairmos” -. Essa mudança me prometia muitas alegrias, disso eu sei.
               Continuamos arrumando tudo e eu aproveitei esse tempo para analisar todos os acontecimentos da minha vida nesses últimos meses. Não foi pouca coisa.
              É, quem diria que a menina que foi pra uma reabilitação e se sentiu numa fossa fosse se sentir tão feliz e realizada agora? Em primeiro lugar é a mim mesma que devo agradecer. Sem meu esforço e minha dedicação eu nunca teria reconstruído minha vida assim.

               E em segundo lugar, mas definitivamente não menos importante, devo agradecer a aquele que me ama, me faz feliz e que me faz ter um ataque cardíaco cada vez que solta seu sorriso deslumbrante. Quem? Simples, meu namorado. Aquele ser lindo, Joseph Adam Jonas.