Joe acordou muito cedo naquela manhã. Vestiu-se e prendeu sua nova
espada no cinto, saindo do quarto e seguindo no corredor e descendo escadas
para chegar ao estábulo, por uma estreita escada em espiral que era um atalho
quando não se queria dar a volta em todo o castelo.
Montando seu cavalo preto, foi cavalgando até onde os homens de
Parménio, agora seus homens, treinavam. Todos esperavam sentados seu comandante.
Um deles se aproximou, os adornos dos chifres prateados de um cervo na parte
frontal da armadura brilhando com a luz do sol. Assim que o soldado se
aproximou, os outros se levantaram.
_ Príncipe Joseph, por mais que não fora nas condições mais adequadas,
queria dizer em nome de todos nós soldados que é um honra agora sermos
liderados por vossa majestade. E, como prova disto, estamos presenteando o
senhor com algo que deve pertencer a todo Lorde de Arryn e comandante desta
tropa.
Uma pequena caixa preta fora oferecida a Joseph. Dentro dela havia um
anel de ferro. Era comum e sem adornos, apenas com o brasão, o mesmo que
continha a espada. Joe colocou o anel em seu dedo anelar direito e, para seu
espanto, todos os soldados se curvaram por um momento.
_ Eu me chamo Amiel. _ o que lhe entregou o anel disse _ Sabemos que o
senhor conhece as táticas teóricas e os treinamentos, mas lhe darei as
especificações da tropa.
_ Certo.
_ É a maior tropa de todos os lordes. Contamos com dois mil homens ao
todo, mas muitos ainda estão sendo treinados e não estariam prontos para uma
batalha neste momento. Mas se continuarmos com o mesmo modo de treinamento
conseguiremos finalizar em pouco tempo.
_ Eu quero ver o treinamento dos soldados mais jovens e instruí-los com
algumas táticas que me foram apresentadas. São todos treinados para combates
durante a noite?
_ Não todos, majestade.
_ Muito bem, começaremos com isso em alguns dias. Quero ver os planos
de ataque e defesa de Parménio, por favor.
_ Certamente.
E assim passou o resto do dia.
Joseph se saia muito bem como comandante, colocando em pratica tudo
aquilo que lhe havia sido ensinado em teorias todos esses anos.
Em um só dia já começara a desenvolver com Amiel formas de comunicações
mais seguras e não decifráveis. Parménio fizera um bom programa de treinamento
para os homens e junto com as estratégias de Joseph, a tropa seria com certeza
a melhor do reino.
(...)
_ Querido... _ Lílian murmurou para o marido naquela noite enquanto
estavam deitados e ele lia um livro.
_ Sim? _ perguntou distraidamente.
_ Não acha que está na hora de uma trégua nessa sua briga com Joe?
_ Ele é quem está dificultando as coisas. _ comentou ainda olhando as
páginas de seu livro.
_ Não se conversam, falaram apenas brigando e se fazem de indiferentes
quando perguntados. Rupert, vocês dois estão dificultando as coisas.
_ Mas ele é quem está escondendo uma noiva que sabe Deus quem é! _
finalmente largou o livro, o fechando.
_Deixe que ele a apresente. Conflitos com Joe não ajudaram em nada,
acredite. Se não for alguém adequado, cuidaremos disso, mas até lá, aceite.
Lílian falava isso, mas achava que já sabia quem era essa noiva. Era
aquela por quem seu filho se fascinara. Demetria... Ai, ai, ai, onde ele se
metera? Não sabia qual era a profundidade do relacionamento dos dois, mas
achava que passageiro não era.
E estava certa. O envolvimento dos dois não era passageiro. Estava
sendo o mais duradouro relacionamento que um príncipe tinha antes de seu
casamento.
(...)
A figura sombria espreitava
por entre o canto mais escuro da sala do trono de Aglorum, brincando com sua
espada. Assoviava de vez em quando, tornando a deixar Harold zangado.
_ Quer parar com isso?! _ berrou zangado _ Estamos aqui para
gerar um plano, não para passar o tempo!
_ Perdão majestade, mas se vossa senhoria não planeja mudar os planos
que cria, não vejo o porquê de ter de estar aqui. Logo, estou apenas passando
meu tempo.
_ Se não está de acordo com meus planos então apenas opine, desgraça!
Só não quero opiniões quando são inúteis!
_ Pois bem. O plano com o príncipe não obteve êxito, então teremos
que... Descartá-lo.
_ Matar aquele desgraçado? Com toda a certeza!
_ Sim, mas na hora certa, e do jeito certo. Não precisamos de mais
acusações contra nós. Já devem achar ou ter a mínima suspeita que o ataque de
escravos foi de nossa autoria.
_ Quem quer que seja que fez isso, fez muito bem.
_ Na verdade nos fez mal, alteza. Este ataque causou a perda do título
de Lorde de Arryn de Parménio.
_ O que isto nos prejudica.
_ O príncipe Joseph foi o beneficiado. Recebeu o título e as tropas.
São muito homens em seu poder e não creio que o príncipe os deixará sem fazer
nada.
_ Precisamos de aliados.
_ Colocarei alguém para investigar este ataque de escravos e ir atrás
do responsável. Quem quer que seja, tem o inimigo em comum conosco.
(...)
Chegara a noite em que se
encontrariam no lago. Demi estava nervosa. Passara o dia assim e sua mãe
percebera. Contestara a filha até encontrar uma resposta. Demi não falou o que iria
fazer, claro, mas tirou dúvidas que tinha.
_ Mamãe, se tudo der certo eu
irei me casar, não é, mas... Bem, eu tenho algumas dúvidas.
_ Não quer se casar?
_ Não é isso. Claro que quero me casar, só tenho medo de algumas coisas
que o casamento trás consigo. Você sabe... _ sabia que estaria vermelha se
olhasse em um espelho.
_ Sobre o que está querendo dizer, querida? _ sua mãe perguntou
começando a ficar confusa.
_ Estou falando da noite de núpcias, mamãe. _ agradeceu que seu pai não
estava em casa, pois falar aquilo em sua presença seria mais constrangedor do
que já era.
_ Oh bebê, eu deveria saber que seria difícil pra você, afinal, nunca
falamos disso antes.
_ Eu sei que é uma coisa natural do casamento, mas ainda tenho um pouco
de medo do que me é desconhecido na... Prática.
_ Pode perguntar o que quiser, querida.
_ Acho que sou tão inexperiente que nem sei o que perguntar. Acho que
não saberei nem o que fazer na hora.
_ Se não souber, apenas deixe que Joseph guie tudo, mas acredite, na
hora os instintos e as emoções falaram mais alto, e quando menos notar já
estará mais solta e desinibida do que achava ser possível ser.
_ Tenho medo de Joe não gostar de estar comigo na... Cama.
_ Este menino está querendo mover mundos para ficar com você, minha
filha. Tenho certeza de que um satisfará o outro quando for a hora. _ sorriu
acolhedora.
_ Obrigada pelo conselho, mamãe.
_ Não há de que querida. Sabe que sempre pode me pedir conselhos. São
de graça. _ sorriu e Demi retribuiu, dando-lhe também um abraço.
Não podia negar que a conversa a deixara mais tranquila, mas ainda
assim tinha um pouco de receio de quando a hora chegasse. Talvez Joe não
gostasse de estar com ela. Não demonstrava, mas começara a desenvolver ciúme e
isto viria acompanhado de tristeza caso ele não apreciasse o ato físico com ela
e fosse procurar o que gostasse nos braços de outra.
Ele é o maior dos cavalheiros e românticos que existe, mas ainda assim é
um homem, pensava enquanto caminhava calma e lentamente pelo bosque, coberta
pela mesma capa que ele lhe dera duas noites atrás.
Caminhou até ver a água do lago sendo iluminada pela lua. Ele já estava
lá, de costas para ela. Reconheceu-o pelos cabelos negros a mostra. Pensou ter
feito barulho pois ele se virou sorrindo e a viu. Sim, começara a noite no
lago.
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Então, nem vou dar o motivo de não ter postado, pois acho desnecessário ele :\
E peço desculpas, mas hoje não responderei os comentários :\
Apenas peço que comentei e que tenham uma boa leitura^^
Beijos~